Alterações hematológicas na infecção por plasmodium falciparum em casos importados de malária

4051 palavras 17 páginas
Alterações hematológicas na infecção por Plasmodium falciparum em casos importados de malária

De Sousa, Karina;
Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Centro de Malária e outras Doenças Tropicais Rua da Junqueira, 96, 1349-008 Lisboa (Portugal) – tavira@ihmt.unl.pt

Resumo Observámos que as percentagens de casos de deficiência plaquetária e de hemoglobina corpuscular associadas à infecção por P. falciparum é de 75 %, enquanto que as percentagens de ocorrência de anemia e leucopénia rondam os 20 %. Estes resultados sugerem que de entre os parâmetros analisados neste estudo – concentração de hemoglobina e de hemoglobina corpuscular média, hematócrito, número de plaquetas e de leucócitos – os dois factores com maior prevalência na
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Resultados

Foram analisados os seguintes parâmetros hematocitométricos: hemoglobina (HGB), hematócrito (HCT), concentração de hemoglobina corpuscular média (MCHC), volume corpuscular médio (MCV), número de leucócitos (WBC) e de plaquetas (PLT). Considerando as definições do CDC (American Center for Disease Control and Prevention) para anemia, leucocitose, leucopénia, trombocitopénia e hipocromia, é possível coligir os resultados dos hemogramas de todas as amostras, obtendo-se os gráficos representados na tabela 1 e nas figuras 1 e 2. A partir dos dados anteriormente ilustrados (tabela 1, figuras 1 e 2), verificam-se diversas alterações hematocitométricas; de facto, os indivíduos infectados com P. falciparum (grupo 1) apresentam os valores hematimétricos menos elevados entre os três grupos de estudo. Considerámos uma amostra como trombocitopénica quando o hemograma acusava valores inferiores a 1,60x10 plaquetas por microlitro de sangue. Observou-se que 62 % dos indivíduos do grupo 1 apresentavam este défice plaquetário, sendo que 8 % destes tinham uma contagem plaquetária inferior a 100.000/μL. Indivíduos com hemoglobina inferior a 12 g/dL (homens) ou 10 g/dL (mulheres) foram considerados anémicos; com estes critérios, verificou-se que 23% dos indivíduos do grupo 1 estavam nestas condições, contra apenas 6 % de indivíduos anémicos no grupo 2. Para o grupo de controlo negativo não foram registados casos de

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