Análise sobre a comicidade em "A Cantora Careca" de Eugene Ionesco

3604 palavras 15 páginas
Sobre A Cantora Careca

A peça A cantora careca, do autor francês Eugène Ionesco, é considerada como uma das primeiras obras do chamado teatro do absurdo, que foi uma tendência estética teatral surgida na segunda metade do século XX. A peça é uma comédia em três atos, embora o próprio autor a classificasse como uma anticomédia, o que faz sentido já que a peça faz parte de um movimento de antiteatro, como é também chamado o teatro do absurdo.
O texto de A cantora careca destaca-se pelo seu surrealismo verbal, diálogos sem sentido, inseridos em uma realidade que se “assemelha” à nossa. A comicidade do texto, já é naturalmente provocada por esse non-sense, que a cada momento surpreende o leitor, e o possível espectador, com o absurdo das situações apresentadas. O autor consegue por meio do “exagero” das situações, isolar características que identificamos e associamos com a nossa realidade. O vazio dos diálogos, as formalidades sem sentido, as futilidades, as contradições, a falta de personalidade dos personagens, os clichês e a mecanização do corpo humano, tanto em frases que se repetem, como em gestos e reações automáticas, são características e atitudes que rapidamente associamos. O mais interessante talvez, é o que essas atitudes aparentemente vazias denunciam, quando inconscientemente empatizamos com essas criaturas.
Talvez a grande chave da comicidade gerada pela peça de Ionesco resida justamente nesse ponto, os seres ali presentes, são nada mais nada menos do que

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