As Bodas de Fígaro – W. A. Mozart
Libreto de Lorenzo da Ponte
Da peça de Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais: Le Mariage de Figaro ou La Folle Journée.

PRIMEIRO ATO

Cena I
Um quarto parcialmente mobiliado. No centro, uma poltrona. Fígaro está com uma vara de medir na mão. Diante do espelho, Suzana experimenta uma grinalda enfeitada de flores.

N o. 1 Duettino

FIGARO: cinco...dez...vinte...trinta...trinta e seis...quarenta e três.

SUSANNA (consigo mesma, olhando-se no espelho): Agora sim, estou contente! Parece mesmo feita para mim. Olhe um pouco, querido fígaro, veja só a minha grinalda! (continua a olhar-se)

FIGARO: sim, meu amor, agora está mais bonita. Parece mesmo feita pra você.

FIGARO e SUSANNA: ah, na manhã do dia das núpcias, como é doce para o meu (seu) noivo amoroso ver esta bela grinalda graciosa que Susanna fez com suas próprias mãos.

Recitativo

SUSANNA: o que você está medindo, meu querido Figarozinho?

FIGARO: quero ver se aquela cama que o conde quer nos dar vai ficar bonita neste lugar.

SUSANNA: mas neste quarto?

FIGARO: sim, este é o quarto que o patrão, generoso, nos cedeu.

SUSANNA: por mim, você pode ficar com ele.

FIGARO: mas qual é a razão?

SUSANNA (apontando para a cabeça): a razão está aqui.

FIGARO: e por que você não pode mandá-la também pra cá?

SUSANNA: porque não quero. Você é meu marido ou não?

FIGARO: mas não estou entendendo por que você detesta tanto o quarto mais cômodo do