“O cinegrafista, seguindo instruções ou por iniciativa própria, colocou a câmera bem próxima, de modo a cortar as figuras à altura do joelho, num tipo de composição bastante funcional para provar expressão fácil e postura do corpo ao mesmo tempo – composição que o próprio Griffith ajudou a consolidar nos filmes de ficção, por volta de 1909, e que, após a surpresa do olho europeu, se consagrou com o nome de Plano Americano.”
“Nenhuma outro cineasta; ele, Griffith, foi escolhido, este norte-americano que se dirigiu ao teatro sonhando com Shakespeare e iniciou o seu cinema de olho nos filmes franceses. Após muita luta, aos 48 anos, tudo parece confirmar a solidez de sua reputação como artista. De dramaturgo medíocre e ator rejeitado, deu, como cinema, o salto para a glória. Sua ascensão pessoal encarna a emergência de uma nova arte, da qual ele se vê como pai, e de um novo império dentro da ordem internacional, nação-centro da qual ele é filho nativo e exemplar.”
“Para o cinéfilo, o nome D. W. Griffith exibe a aura do mito, traz o encanto da origem, a interrogação renovada sobre a ‘primeira vez’. Ocupar-se dele obedece, portanto, ao impulso de resgatar a invenção e ver desfilar diante dos olhos a história de uma linguagem. Tarefa difícil, pois formação da sintaxe narrativa do cinema comportou focos variados, incontáveis empréstimos, avanços, esquecimentos. Consola, porém, saber que, na aventura da origem, Griffith é uma boa trilha.”
“No momento do retrato ao vivo com Lloyd