DANÇA É EDUCAÇÃO: INTERFACES ENTRE CORPOREIDADE E ESTÉTICA

3778 palavras 16 páginas
PORPINO, K. de O. Dança é educação: interfaces entre corporeidade e estética. Natal: EDUFRN, 2006.

DANÇA É EDUCAÇÃO: INTERFACES ENTRE CORPOREIDADE E ESTÉTICA

Porpino (2006,p.46) afirma que na simplicidade da vivência cotidiana, o corpo mostra sua forma de expressar-se no movimento diário de viver cada instante de forma inédita. Desse modo, o corpo humano vive sua infinita capacidade de modificar-se e interpretar-se na simplicidade do viver diário, bem além das explicações filosóficas, científicas ou esotéricas. Contudo esta simplicidade guarda em si as múltiplas e complexas relações. A autora diz que por um simples gesto de brincadeira de criança a uma complexa coreografia de dança, o corpo expressa a simplicidade de
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De acordo com Nietzsche, é nesse sentido que se pode pensar a experiência estética como forma de comunicação entre os homens, uma comunicação intercorporal, já que a arte mobiliza o corpo, dando oportunidade para uma diversidade de vivências e interpretações. Percebe-se uma concepção de corpo que vai além de uma visão dualista do homem. “O corpo é uma multiplicidade com um único sentido uma guerra e uma paz, um rebanho e um pastor" (Nietzsche, 199 _ p. 51). O corpo é simultaneamente singular e plural, ao mesmo tempo muitos e um só, fato que aponta uma compreensão de corporeidade (PORPINO,2006,p.50). Analisando o pensamento de Nietzsche, ainda se percebe como atual uma vez que cada dia mais as pessoas estão mais expostas a padrões corporais a serem seguidos, mergulhados numa idealidade de corpo que por vezes não satisfaz seus próprios desejos de realização frente à vida. Dos extremos de uma eroticidade exacerbada, à religiosidade festiva presentes na mídia, imagens de corpos escondem a essência dos corpos reais, promessa de bem-estar que descartam as angústias, as decepções as tristezas dos corpos em seu viver cotidiano. Tais promessas veiculam-se como mundos-verdades supostamente bons e necessários frente às mazelas sociais de um século passado permeado por guerras e fortes instabilidades econômicas. Nestes, é preciso ser alegre, é preciso dançar para esquecer a tristeza, negar as ambiguidades do viver, mesmo por pouco tempo (PORPINO,2006,p.51).
O super-homem

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