Delirium no paciente critico

2026 palavras 9 páginas
aciente criticoRBTI 2006;18:2: 190-195

ARTIGO DE REVISãO

Delirium em Pacientes Críticos*
Delirium in the Critically ill Patient
Renata Fittipaldi Pessoa1, Flávio Eduardo Nácul2

RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O delirium é um achado freqüente em pacientes críticos. Apesar de estar associado a um aumento da morbidade e mortalidade, ainda é pouco reconhecido pelos intensivistas. Esta revisão teve como objetivo revisar os principais aspectos relacionados ao delirium no paciente critico. CONTEÚDO: Definição, incidência, mortalidade, fatores de risco, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento do delirium no paciente crítico. CONCLUSÕES: O delirium é um distúrbio da consciência, cognição e percepção que pode acometer até 80% dos
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INCIDêNCIA E MORBIMORTALIDADE A prevalência de delirium em pacientes críticos varia entre os diversos estudos e pode acometer cerca de 80% dos pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva, em uso de ventilação mecânica3,4, porém, apenas 32% a 66% dos pacientes são corretamente diagnosticados e tratados5. O delirium tem sido associado ao maior tempo de permanência do paciente no hospital e ao aumento da mortalidade4. IMpORTâNCIA DO DIAGNóSTICO O delirium tem recebido pouca atenção dos profissionais que atuam em UTI, principalmente porque raramente é a razão primária de admissão de pacientes. É comumente considerado por parte dos profissionais de saúde como uma iatrogenia promovida por fármacos ou uma psicose do paciente crítico (“ICu psychosis”). Estudos prévios efetuados em pacientes fazendo uso de ventilação mecânica e idosos com insuficiência respiratória chamaram a atenção para a importância do seu reconhecimento e conseqüentemente um tratamento adequado ao paciente crítico6. Dentre os médicos intensivistas que destacam o delirium como uma importante forma de disfunção orgânica, apenas 6,4% monitorizam esta condição, segundo estudo apresentado por Ely e col. em 2002 5. Atualmente, ele é considerado um componente integral da monitorização do paciente, de acordo com o guia clínico prático de sedativos e

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