Talvez o melhor caminho para se trabalhar com o cinema nas aulas de história seja o discernimeno de que o cinema é uma sala de aula. Nossa proposta de usar o cinema numa aula de história tem exemplo no filmeJurassic Park – O Parque dos Dinossauros, de Steven Spielberg, 1993.
Jurassic Park pode ser descrito como uma aula de história contemporânea. Essa aula pode familiarizar o aluno com uma questão central: o que é ciência? A partir do filme podemos perguntar: o que é história da ciência.
Jurassik Park mostra os limites da ciência como uma sucessão de descobertas infalíveis e os problemas éticos de sua apropriação mercadológica na sociedade contemporânea.
Só que o filme coloca essa questão de modo acessível ao público leigo. Pode-se …exibir mais conteúdo…

Por exemplo: no início do filme, quando todas as personagens entram no parque pela primeira vez e avistam os dinossauros, a câmera passeia lentamente pelos olhos de cada um deles. Cada uma das personagens diz – verbalmente ou em sua expressão facial – a sua surpresa ou estupor diante da descoberta daquele mundo inusitado. A frase do advogado é emblemática: vamos ficar ricos com esse lugar. Não casualmente ele morre sentado num vaso sanitário ao ser devorado pelo T.Rex.
Utilizando-se dos elementos da distração ou entretenimento, O Parque dos Dinossauros permite ao professor uma interpretação do fazer histórico utilizando-se a obra de arte, mas do seu caráter funcional na sala de aula. Ele permite uma discussão sobre a história contemporânea? É possível neste filme discutirmos o papel da ciência esclarecendo ao público o que é rigor científico e o que é mero oportunismo financeiro? A análise do filme define bem a posição do cientista e do empreendedor. Esta demarcação diferencia o antagonismo entre as práticas científicas e as ambições dos investidores. Ao enfatizar essa diferença, o professor esclarece as perguntas.
A escritura fílmica da história em O Parque dos Dinossauros permite uma abordagem em termos de análise histórica com foco na noção de progresso e do lucro. O filme é uma clara crítica ao senso comum dos que pensam o processo histórico com base na noção de progresso, de um desenvolvimento contínuo da história humana. O próprio filme