Histórico Social do Analfabetismo no Brasil

2291 palavras 10 páginas
HISTÓRICO SOCIAL DO ANALFABETISMO

Maria Elizabethe Benett1

O analfabetismo é reflexo de mais um dos tantos problemas sociais que o Brasil vem enfrentando e que precisa ser superado desde as suas raízes. Nesse sentido, repensar sobre as questões que envolvem o analfabetismo passa a ser essencial, visto que vai além de um “problema” a ser resolvido unicamente pelo campo da educação... Aponta-se o analfabetismo com um problema meramente educacional, ou até mesmo como uma falha nesse campo, não que minimizemos a culpa desse setor, mas inúmeros estudos e pesquisas confirmam que a maioria da população analfabeta é composta por pessoas oriundas das camadas mais pobres e excluídas evidenciando que dentre as causas que levam
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Inicialmente, no Brasil colônia que durou até 1822, alfabetizar os índios significava dominá-los para o catecismo e para a obediência a corte. No período Imperial, a sua constituição (1824) garantia a todos os cidadãos a instrução primária gratuita, porém nem toda a população era considerada cidadã, pois este titulo era limitado às pessoas livres, saídas das elites que poderiam ocupar funções na burocracia imperial ou no exercício de funções ligadas a política e ao trabalho imperial. Ou seja, as camadas populares eram excluídas.
Em 1878, foram criados cursos noturnos unicamente para homens, excluindo as mulheres desse processo educacional... Ainda no final desse período (1882) institui-se a Lei Saraiva que proíbe o voto dos analfabetos, tornando-se um marco na história da educação e servindo como um divisor de águas, em que o escolarizado passa a ser encarado como elitizado e o analfabeto como incapaz. Vale destacar que nesse período 85% da população era analfabeta, portanto incapaz, ficando o “poder” nas mãos de poucos.
Nesse contexto surgem algumas ligas contra o analfabetismo, que visavam a imediata eliminação do mesmo. Objetivos até certo ponto alcançados, uma vez que, o interesse era meramente político e pretendia aumentar o número de eleitores, atingindo então, 10% da população.
Esse cenário marcado por interesses políticos

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