Historia daloucura

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Os doentes Mentais e suas Manifestações socioculturais: O caso do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro de Manaus na década de 1960.

Hellen Kellen Oliveira do Nascimento Adriana Brito Barata Cabral

Resumo: O presente artigo tem como objetivo fazer uma breve análise sobre o desenvolvimento da loucura no Estado do Amazonas, contudo, analisa dados sobre a população de internos do Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro de Manaus, suas trajetórias no internato, no ano de 1960. O objetivo é compreender como atributos físicos e culturais e experiências de vida desses pacientes internados no hospital foram conjugados na construção de sua experiência de loucura baseado na abordagem histórica da História Social baseada na
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Contudo, buscamos analisar os internos do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro a partir da abordagem da História social. Esse fundamento teórico-analítico é de suma importância na construção dos objetos desse trabalho, ao menos para lembrarmos, nos termos de Machado , que antes do século XIX não encontramos nem nas instituições propriamente médicas, nem no aparelho de Estado, uma relação explícita entre saúde e sociedade; relação essa que hoje, muitas vezes, aparece aos nossos olhos como natural e universal. Portanto, nos convidam à compreensão dos modos pelos quais a medicina passou a ser socialmente reconhecida como saber autorizado para falar e lidar com a loucura em nosso contexto: em relação à projeção, no imaginário social, das representações médicas a respeito dos indivíduos e seus males; e em relação à vinculação do saber psiquiátrico com a formação de uma elite intelectual, que viria orientar as políticas sociais aqui implantadas. Contudo, o perfil da sociedade era demarcado pelas suas quatro frentes de atuação: “Ciência, Higiene, Humanidade e Assistência” (pp. 206). A assistência nos remete à medicina social, que, no livro Danação da norma é colocada como tendo surgido justamente na primeira metade do século XIX. Ela se torna ofícial em 1830, quando passa a se chamar Sociedade de Medicina e Cirurgia; mas a sua entrada definitiva no espaço governamental se dá em 1835, quando vira Sociedade Imperial de Medicina e passa a ser assessora do

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