LEITURA ANALITICA INTERTEXTUALIDADE Viviane Resende Vieira

5021 palavras 21 páginas
Capítulo 3
LEITURA ANALÍTICA 2 – INTERTEXTUALIDADE
Viviane Ramalho1
Viviane de Melo Resende2
Neste capítulo, estudaremos uma característica básica de constituição da linguagem: a intertextualidade, isto é, as relações dialógicas que todos os textos, uma vez que são produtos sociais, estabelecem com outros textos.
Na primeira seção, discutimos o conceito de linguagem como prática social que fundamenta a concepção de textos como processos e produtos sociais que estabelecem elos de diálogo, produzindo sentidos. Na seção 2, apresentamos um tipo de manifestação da intertextualidade, relevante, sobretudo, para a compreensão leitora: a intertextualidade implícita. Na seção 3, abordamos um segundo tipo de relação intertextual: a intertextualidade
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Ou seja, todo texto pertence a um gênero discursivo (ou gênero textual) predominante.
Este texto que você ou seu/sua professor/a está lendo, por exemplo, pertence ao gênero “capítulo de livro didático”: ele foi escrito por pesquisadoras, a partir de vários textos que já abordaram o tema ‘intertextualidade’, tendo universitários/as como interlocutores/as virtuais, e recorrendo ao estilo e estrutura composicional mais característicos da área científico-acadêmica. Ele é, portanto, parte do processo, e
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também produto, das maneiras relativamente estáveis como agimos e nos relacionamos no mundo pela linguagem, construindo cadeias de diálogo, nas diversas práticas sociais.
É um texto que dialoga com outros textos anteriores e que servirá de ponto de partida para ‘diálogos’ futuros, construindo, assim, uma rede dialógica de textos. Essa rede de vozes explica-se, de acordo com Bakhtin (2003: 296-7, grifo do autor), pelo fato de todo enunciado ser pleno de ecos e ressonâncias de outros enunciados com os quais está ligado pela identidade da esfera de comunicação discursiva. Cada enunciado deve ser visto antes de tudo

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