Lima barreto: o homem que sabia javanes e a nova california - analise dos contos

4064 palavras 17 páginas
INTRODUÇÃO

Um dos mais importantes escritores brasileiros, Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro em 1881 e morreu em 1922. Tem em sua vasta obra de contos, crônicas e romances a realidade urbana do Rio de Janeiro. Centro da vida social, política e cultural do país, a cidade é o cenário principal de seus escritos que têm a ironia, o sarcasmo e a caricatura como carros chefes. Funcionário público, mulato e morador dos subúrbios cariocas, Lima Barreto, como ficou conhecido, é um dos escritores mais importantes da literatura brasileira. Suas obras podem ser caracterizadas como romance moderno e nelas o Lima Barreto de ideias republicanas retrata o contestado Brasil da Primeira República, representado por seus
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As duas internações em um hospício (1913 e 1920) renderam duas obras inacabadas. Sua obra completa é composta por seis romances, dezenas de contos e mais de quinhentos artigos e crônicas, publicados em vinte e sete jornais e revistas. Em um artigo escrito em 12 de julho de 1935 para o jornal A Manhã, Jorge Amado escreve que Lima Barreto sempre foi um escritor do povo e o maior de todos os romancistas brasileiros, que se dedicou em seus romances a dar espaço para as classes desfavorecidas. Segundo Amado “os seus heróis não se perfumam, cheiram apenas a suor, e estragariam o olfato dos personagens ricos, dos outros romancistas”. Foi um dos poucos que na época defenderam e reconheceram a importância da Revolução Russa de 1917. Di Cavalcanti, na Folha da Manhã, em 27 de junho de 1943, apontava que Lima Barreto escrevia contra a sociedade que considerava hipócrita e sórdida. Hoje o escritor é um dos nomes mais importantes da literatura brasileira, lembrado e estudado pelas gerações posteriores. Por escrever de maneira tão ávida contra as elites e falar em nome das classes oprimidas, parte da crítica o acusou de ser um escritor ressentido com a sua condição de mulato e sua dependência ao alcoolismo, para “chamar a atenção da sociedade que o marginalizava”. Sua obra falava para a sociedade dos marginalizados e dos mulatos pobres, mas, muito além disso, ela

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