Os turbulentos anos de weimar: a cultura em questão

3137 palavras 13 páginas
OS TURBULENTOS ANOS DE WEIMAR: A CULTURA EM QUESTÃO

Monique Mendes Silva moniquemendes_9@hotmail.com RESUMO

O presente artigo apresenta o tema da interação contínua e tensa da cultura com a sociedade alemã nos anos da República de Weimar (1918-1933), destacando a importância da história intelectual no entendimento do desenrolar dos acontecimentos que culminaram na ascensão do nazismo ao poder. Nesse viés, analisa-se o caminho do discurso modernista de redenção sociocultural presente na proposta da República ao aparecimento de uma faceta reacionária do modernismo que atinge seu ápice na incorporação pelo nacional-socialismo, através da discussão das obras de Peter Gay e Jeffrey Herf.

PALAVRAS-CHAVE: Repúbica de Weimar. Cultura.
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No entanto, o período que se segue, até fins de 1923, seria marcado pelo grande tumulto de anos contínuos de derrota; tumulto este que dissiparia os apoios e as esperanças de muitos artistas e intelectuais. A situação dada de intensas guerras civis, crimes políticos, tentativas de subversão esquerdistas, ocupação estrangeira, alarmante inflação e o mito envolvendo a paz de Versalhes, fariam com que inúmeros jovens como Brecht voltassem às costas à política que tão rapidamente haviam abraçado. O desencanto que pairava sobre muitos devia-se ao fato de que na realidade muito pouco ou quase nada havia mudado da tradicional estrutura autoritária alemã . Não obstante encontrarem um cenário de profunda destruição, os homens de Weimar cometeriam um erro histórico ao falharem em subjugar o funcionamento da antiga ordem.
A manutenção da ordem tradicional somada a uma frágil democracia fez com que os chamados “republicanos racionais” – professores, industriais, políticos – julgassem o advento da República como uma necessidade histórica, todavia não acreditaram e muito menos se empenharam, como se empenharam os republicanos envolvidos com ciência política, em seu rumo futuro. Para Meineck, “o povo alemão não estava amadurecido para a democracia parlamentar, principalmente sob a pressão do Tratado de Versalhes”. (GAY, 1978, apud Briefwechsel,?, p.37). A única saída para o sucesso, segundo tais intelectuais, seria a

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