Quem é a prenda? a representação da mulher gaúcha em sua essência, ou uma construção do imaginário tradicionalista?

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QUEM É A PRENDA? A REPRESENTAÇÃO DA MULHER GAÚCHA EM SUA ESSÊNCIA, OU UMA CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO TRADICIONALISTA? Mari Ana Diniz1

RESUMO

O texto que segue é uma reflexão sobre a mulher gaúcha, a priori qual sua relação com a figura da Prenda Tradicionalista, e por que a associação entre as duas imagens é alvo de polemica. Um breve resgate sobre a mulher que nunca foi reconhecida, seu papel na construção da história gaúcha e como essa mulher tornou-se prenda. Enquanto na corte as mulheres cuidavam de filhos, mucamas, e tomavam chá, no Rio Grande elas assumiam suas vidas, bens e decidiam o destino dos filhos, pois a ausência dos maridos lhes faziam ter os pés plantados no chão. Ao construir a história desta terra, junto com o gaúcho,
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Desempenharam o importante papel de companheiras, as únicas figuras femininas a quem os colonizadores tinham acesso, oferecendo conforto em uma terra

desconhecida, aos homens que estavam longe de suas casas e de suas famílias. Um exemplo nítido que se segue é o exposto por Sant’Hilaire (1935), citado por Peixoto (2003, p.17),
Quase todos os milicianos acantonados nesta parte da fronteira meridional são assim amasiados a índias. A facilidade com que essas mulheres se entregam, sua docilidade, sua bronquice mesmo, são atrativos para esses homens rudes que não visam nada além do instrumento de prazer.

Através de trocas de idéias travadas em rodas de chimarrão nos CTGs, e da memória oral legada por nossas mães e avós, é possível constatar que as negras foram mulheres de presença constante, mas muito sutil não somente no quadro histórico do RS, mas em todo o País, provavelmente mais além. Foram parteiras, presentes nos nascimentos de escravos e senhores, amas de leite, damas de companhia, empregadas, cozinheiras, e ainda, às vezes, eram submetidas a trabalhos pesados no campo. Ou seja, ainda que fosse por de trás das cortinas, a negra esteve sempre no palco dos pequenos e grandes acontecimentos, muitas vezes alcoviteira e portadora de segredos importantes de seus senhores, e cúmplice de suas senhoras.

As mulheres brancas eram divididas em classes sociais, mas no que se refere a travar batalhas, e superar obstáculos, ambas percorriam

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