Resumo Estamira

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O documentário premiado de Marcos Prado sobre Estamira traz nos grandes revelações que nos levam a repensar nossos conceitos sobre; a vida, a loucura e o estado social. Estamira começa narrando sobre si, como uma pessoa que tem uma missão de “falar a verdade, somente a verdade doa a quem doer”, e a maioria das cenas ocorrem num lixão, onde podemos dizer que também é onde ocorrem grandes “cenas” para o espetáculo de seus pensamentos, que embora visto pelo conceito psiquiátrico como psicótica e louca, aqui retratarei não do sintoma como principal aspecto, mas de Estamira como sujeito e uma subjetividade. Estamira diz que o lixão é um depósito de resto e do descuido, que quem economiza tem, e que as pessoas devem prestar atenção no que tem, porque a falta é muito ruim; nesta fala inicial ela nos convoca a repensarmos sobre os desperídcios, sobre como nossa sociedade capitalista faz mau uso das coisas e reaproveita tão pouco aquilo que ainda está bom. Sim, esta foi uma das verdades faladas por ela, pois, nossa condição capitalista nos impulsiona a sempre trocarmos e descartarmos objetos ainda usuais, simplesmente porque ainda não saciamos nosso desejo em busca de tais objetos, uma inversão no mundo de Estamira que recebe o resto no lixão, que diz está “numa luta pela sobrevivência, num lugar onde não há condições, condições negativas”. O lixo é o resto descuidado pelo outro, é uma analogia sobre o que a sociedade faz com aqueles que como Estamira, vivem às suas margens.

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