Sociedade vigiada

4515 palavras 19 páginas
A passagem da modernidade para a contemporaneidade ocasionou uma mudança de um modelo de sociedade. De uma sociedade vista por Foucault como Disciplinar, para um modelo de sociedade identificada por Gillies Deleuze (1992) como de controle. Hoje, nos encotramo-os num momento de transição entre um modelo e outro, estamos saindo de uma forma de encarceramento completo para uma espécie de controle aberto e contínuo.
A sociedade de controle é um passo a frente da sociedade disciplinar. Não que essa tenha deixado de existir, mas foi expandida para um campo social da produção. Segundo Foucault a disciplina é interiorizada, ela é exercida por três meio globais: o medo, o julgamento e a destruição. Para entendermos melhor essa transição, é
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A transição da Disciplina ao Controle:
No momento da sociedade disciplinar, as exigências de um capitalismo nascedouro pediam tecnologia de poder para extrair tempo e trabalho dos corpos. Uma série de técnicas começava a surgir e perpassar toda a sociedade com o objetivo de gerir e ordenar as multiplicidades advindas da grande explosão demográfica. Estava na hora de regulamentar e deter os movimentos, fixar os corpos num processo de antinomadismo. Mas era preciso ainda conter o caráter dispendioso do poder exercido, que caracterizava a monarquia. A mecânica da disciplina é econômica e sutil, se reproduz em diferentes contextos marcando um exercício de poder extensivo, mas descontínuo, que se efetua em espaços fechados. Primeiro a família, depois a escola, mais adiante a fábrica, o exercito, possivelmente o hospital e em alguns casos a prisão. Diferentes contextos, um de cada vez e um depois do outro, nos quais as estratégias de sujeição se repetem para construir corpos dóceis, ordenados e produtivos. Em cada um deles, a importância dos horários, dos treinamentos.
Para Deleuze, o fim da segunda Guerra Mundial marca a passagem para um novo diagrama de poder, a sociedade de controle, no qual o monitoramento se dá por modulação: um controle contínuo, ilimitado e infinito. Os meios de confinamento – a prisão, o hospital, a escola, a família – entram em crise. O espaço do controle é aberto, não mais confinado, e

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