1. Origem e evolução do celoma. Há muito tempo, no Pré-cambriano, os animais mais complexos povoando os mares eram acelomados. Eles deveriam ser cavadores ineficientes e incapazes de explorar as camadas subjacentes à superfície dos ricos sedimentos lodosos. Qualquer animal que desenvolvesse cavidades corpóreas internas, preenchidas por líquido, teria uma vantagem seletiva substancial, uma vez que esses espaços poderiam servir como um esqueleto hidrostático e melhorar a eficiência dos mecanismos de escavação.
O mais simples, e provavelmente o primeiro modo de alcançar essa condição de uma cavidade corpórea interna preenchida por líquido, foi a retenção da blastocele embrionária, como nos pseudocelomados. Esta não foi a melhor solução evolutiva porque, por exemplo, os órgãos ficavam soltos na cavidade do corpo.
Alguns descendentes dos organismos acelomados pré-cambrianos desenvolveram um nível de organização mais elegante: um espaço preenchido por líquido no interior do mesoderma, o celoma. Isto significava que o espaço era circundado por mesoderma e os órgãos ficavam suspensos por membranas mesodérmicas, os mesentérios. O celoma podia servir não somente como um eficiente esqueleto hidrostático, com os músculos circulares e longitudinais da parede do corpo agindo como antagonistas, mas permitir também um arranjo mais estável dos órgãos, com menor aglomeração destes. Os mesentérios proporcionaram uma localização ideal para redes de vasos sanguíneos, e o canal alimentar