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Contexto pedagógico para a prática da avaliação




Enviado por gpassos



     

    Indice
    1.
    Introducción

    2. Avaliação como
    instrumento de socialização

    3. Avaliação e
    sociedade

    4. A avaliação na
    prática escolar

    5. Referências

    1.
    Introducción

    A avaliação da aprendizagem escolar no
    Brasil, hoje,
    em geral, está a serviço de uma pedagogia dominante
    que, por sua vez, serve a um modelo social
    dominante, o qual, genericamente, pode ser identificado como
    modelo social liberal conservador. A sociedade prevê e
    garante aos cidadãos os direitos de igualdade e liberdade
    perante a lei. Cada indivíduo pode e deve, com seu
    próprio esforço, livremente, contando com a
    formalidade da lei, buscar sua auto-realização
    pessoal, por meio das conquistas e do usufruto da propriedade
    privada e dos bens. As pedagogias que buscavam a hegemonia, as
    quais se definiram historicamente nos períodos
    subseqüentes à Revolução Francesa
    estiveram e ainda estão a serviço desse modelo
    social. Em vista disso, a avaliação educacional em
    geral e a da aprendizagem em específico, contextualizadas
    dentro dessas pedagogias, estiveram e estão
    instrumentalizadas pelo mesmo entendimento
    teórico-prático da sociedade.
    Pode-se dizer que o modelo liberal conservador da sociedade
    produziu três pedagogias diferentes, mas relacionadas entre
    si e
    com um mesmo objetivo:
    conservar a sociedade na sua configuração. A
    pedagogia tradicional, centrada no intelecto, na
    transmissão de conteúdo e na pessoa do professor; a
    pedagogia renovada ou escolanovista, centrada nos sentimentos, na
    espontaneidade da produção do conhecimento e no
    educando com suas diferenças individuais; e, por
    último, a pedagogia tecnicista, centrada na
    exacerbação dos meios técnicos de
    transmissão e apreensão do modelo liberal
    conservador da sociedade, tentando produzir, sem o conseguir, a
    equalização social, a qual não pode ser
    atingida pois o modelo social não o permite. LUCKESI
    (1998, p.30) diz que o modelo social conservador e suas
    pedagogias respectivas permitem e procedem
    renovações internas ao sistema, mas
    não propõem e nem permitem propostas para sua
    superação, o que, de certa forma, seria um
    contra-senso. Nessa perspectiva, os elementos dessas três
    pedagogias pretendem garantir o sistema social na sua
    integridade.
    Outras concepções pedagógicas surgem, a
    partir da opção por um outro modelo social, em que
    a igualdade entre os seres humanos e a sua liberdade não
    se mantivessem tão somente ao nível da formalidade
    da lei, mas que se traduzissem em concretudes históricas.
    A partir desses conceitos uma nova pedagogia surgiu para este
    modelo social, tentando traduzir este projeto histórico em
    prática educacional. É a pedagogia libertadora,
    fundada e representada pelo pensamento e pela prática
    pedagógica inspirada nas atividades do professor Paulo
    Freire, a qual é marcada pela idéia de que a
    transformação virá pela
    emancipação das camadas populares, que define-se
    pelo processo de conscientização cultural e
    política
    fora dos muros da escola. Têm-se também
    manifestações de uma pedagogia libertária,
    representada pelos anti-autoritários e
    autogestionários e centrada na idéia de que a
    escola deve ser um instrumento de conscientização e
    organização política dos educandos e, por
    último, mais recentemente, está se formulando em
    nosso meio a chamada pedagogia dos conteúdos
    socioculturais, representada pelo grupo do
    professor Dermeval Saviani, centrada na idéia de
    igualdade, de oportunidade para todos no processo de
    educação e na compreensão de que a
    prática educacional se faz pela transmissão e
    assimilação dos conteúdos de conhecimentos
    sistematizados pela humanidade e na aquisição de
    habilidades de assimilação e
    transformação desses conteúdos, no contexto
    de uma prática social.
    A prática da avaliação escolar, dentro do
    modelo liberal conservador, terá de, obrigatoriamente, ser
    autoritário, pois esse caráter pertence à
    essência dessa perspectiva de sociedade, que exige controle
    e enquadramento dos indivíduos nos parâmetros
    previamente estabelecidos de equilíbrio social, seja pela
    utilização de coações
    explícitas ou pelos meios de comunicação. A
    avaliação educacional será, assim, um
    instrumento disciplinador não só das condutas
    cognitivas como também das sociais, no contexto da escola.
    Ao contrário, a prática da avaliação
    nas pedagogias preocupadas com a transformação
    deverá estar atenta aos modos de superação
    do autoritarismo e ao estabelecimento da autonomia do educando,
    pois o novo modelo social exige a participação
    democrática de todos. Isso significa igualdade, fato que
    não se dará se não se conquistar a autonomia
    e a reciprocidade de relações.
    A atual prática da avaliação escolar
    estipulou como função do ato de avaliar a
    classificação e não o diagnóstico, como deveria ser. Ou seja, o
    julgamento de valor, que
    teria a função de possibilitar uma nova tomada de
    decisão sobre o objeto avaliado, passa a ter a
    função estática
    de classificar um objeto ou um ser humano histórico num
    padrão definitivamente determinado. Do ponto de vista da
    aprendizagem escolar, poderá
    ser definitivamente classificado como inferior, médio ou
    superior. Classificações essas que são
    registradas e podem ser transformadas em números e, por
    isso, adquirem a possibilidade de serem somadas e divididas em
    médias. Será que o inferior não pode atingir
    o nível médio ou superior? Todos os educadores
    sabem que isso é possível, até mesmo
    defendem a idéia do crescimento. Todavia, parece que todos
    preferem que isto não ocorra, uma vez que optam por,
    definitivamente, deixar os alunos com as notas obtidas, como
    forma de castigo pelo seu desempenho possivelmente inadequado.
    Assim, o ato de avaliar não serve como pausa para pensar a
    prática e retomar a ela; mas sim como um meio de julgar a
    prática e torná-la estratificada. De fato, o
    momento de avaliação deveria ser um "momento de
    fôlego" na escalada, para, em seguida, ocorrer a retomada
    da marcha de forma mais adequada, e nunca um ponto definitivo de
    chegada, principalmente quando o objeto da ação
    avaliativa é dinâmico como, no caso, a aprendizagem.
    Com a função classificatória, a
    avaliação não auxilia em nada o
    avanço e o crescimento. Somente com uma
    função diagnóstica ela pode servir para essa
    finalidade.
    A utilização, na prática pedagógica,
    de uma avaliação classificatória,
    desconsidera o educando como sujeito humano histórico,
    julgando-o e classificando-o, ficando para o resto da vida, do
    ponto de vista do modelo escolar vigente, estigmatizado, pois as
    anotações e registros
    permanecerão, em definitivo, nos arquivo e nos
    históricos escolares, que se transformarão em
    documentos
    legalmente definidos.
    Para que a avaliação educacional escolar assuma o
    seu verdadeiro papel de
    instrumento dialético de diagnóstico para o
    crescimento, terá de se situar e estar a serviço de
    uma pedagogia que esteja preocupada com a
    transformação social e não com a sua
    conservação. O educador, no intuito de dar um novo
    encaminhamento para a prática da avaliação
    escolar deverá estar preocupado em redefinir ou em definir
    propriamente os rumos de sua ação
    pedagógica, pois ela não é neutra,
    inserindo-se num contexto maior e estando a serviço dele.
    O primeiro passo fundamental para que isso ocorra é
    assumir um posicionamento pedagógico claro e
    explícito, de tal modo que possa orientar o planejamento,
    a execução e a avaliação.

    2. Avaliação
    como instrumento de socialização

    Sendo o professor um representante dos modelos e
    valores
    "universalistas", deve garantir a todos os alunos uma "igualdade
    de partida" e "oportunidades reais" para que estes revelem as
    suas capacidades, "recompensando o êxito de qualquer um que
    se mostre capaz". A escola é, assim, a agência de
    socialização na qual as crianças
    experimentam pela primeira vez um sistema institucionalizado de
    diferenciação com base na realização
    individual a qual procura incutir a aceitação das
    regras de competição próprias da
    estrutura.
    Para o escritor Robert Dreeben; a escola visa, sobretudo a
    socialização para o trabalho através da
    valorização de atitudes de "independência" e
    individualismo, pois cada um deve ser avaliado em
    relação a suas próprias capacidades, uma vez
    que as expectativas quer do ensino superior, quer dos
    empresários, são as de que se possa exatamente o
    que cada um é capaz de fazer por si próprio.
    Não que as avaliações devam ser somente
    individual, pois o coletivo ensina, a divisão a
    união, mais os alunos não devem ser acostumados a
    dividir responsabilidades. Mesmo quando a escola proporciona
    oportunidades para que os alunos vivenciem
    situações de cooperação, são
    as avaliações individuais em ultima analise contam
    o que revela a preocupação em incutir a
    "independência" tão necessária no futuro,
    para que cada um saiba assumir suas responsabilidades e
    desempenho das suas tarefas.
    Ao avaliar "o produto de um individuo como um produto
    individual", mesmo quando este é fruto de um trabalho
    coletivo a dificuldade dos professores em avaliar trabalhos de
    grupo ou em considerar que os produtos coletivos desses trabalhos
    possam ser determinantes em termos de
    classificação, a escola contribui para separar "o
    homem do outro homem" que é uma das
    condições da própria
    alienação. Mas não fica por aqui a
    relação entre avaliação e
    alienação. Através da
    avaliação o trabalho dos alunos pode ser entendido
    ou representado como tendo características da produção
    mercantil, isto é, através da
    avaliação estabelece-se um valor de troca.
    O que é avaliado é o potencial de trabalho de cada
    um e este é comparado com o dos outros e trocado por
    classificações, graus, certificados ou diplomas. A
    alienação resulta da percepção de que
    o trabalho escolar não é para ser apropriado por
    quem o realiza mas para ser entregue a um avaliador. O sentimento
    de que o trabalho escolar individual é uma simples
    mercadoria configura, assim, uma outra importante
    relação entre a avaliação e
    alienação.
    Sendo a avaliação um dos processos
    pedagógicos mais importantes, pode-se, por analogia, que a
    escola socializa através da avaliação, mas
    não de uma maneira mecanicista. Assim, as diferentes
    modalidades de avaliação terão, elas
    próprias, impactos muitos diferentes na
    socialização dos indivíduos em
    escolarização e nem todas serão igualmente
    funcionais para o mundo do trabalho.
    A inadequação das formas de avaliação
    escolas tradicionais face às exigências da
    produção, e à necessidade da sua
    compatibilizarão no contexto escolar.

    3. Avaliação e
    sociedade

    As concepções que regem as
    ações de todas as pessoas envolvidas no processo de
    avaliação, sejam elas alunos, família ou
    profissionais da educação são direta e
    indiretamente influenciadas pela sociedade capitalista na qual se
    vive.
    No final do século XIX, quando o capitalismo
    sofreu sua primeira grande crise pela falta de demanda de
    produtos industrializados e fortes lutas dos trabalhadores
    organizados, houve um grande investimento em tecnologia e o
    aperfeiçoamento do modelo de produção. Este
    aperfeiçoamento tem como modelo a produção
    taylorista/fordista que baseava-se na organização
    padronizada e na produção em série e,
    conseqüentemente, na fragmentação do processo.
    Controlava também a maneira de pensar (racionalidade
    positiva), contribuindo assim, na alienação do
    trabalhador. Essas práticas estão fortemente
    presentes no modelo de avaliação encontrado nas
    escolas hoje, mesmo tendo a sociedade passado pelo modelo de
    produção flexível (toyotismo), ao final do
    século XX. Quando a escola assume um processo de
    avaliação que atribui uma nota ou cômputo de
    pontos acumulativos, como se a avaliação fosse um
    processo isolado de todo caminho percorrido pelo aluno na
    construção do conhecimento. Esse aluno assume a
    postura do "operário executor passivo", ou seja, aquele
    que tudo realiza sem questionar…

    Um Reflexo Da Escola
    A maneira como a escola avalia é o reflexo da
    educação que ela valoriza. Essa prática deve
    ser capaz de julgar o valor do aluno e possibilitar que ele
    cresça, como indivíduo e como integrante de uma
    comunidade. A avaliação é uma janela por
    onde se vislumbra toda a educação. Quando indagamos
    a quem ela beneficia, a quem interessa, questionamos o ensino que
    privilegia. Quando o professor se pergunta como quer avaliar,
    desvela sua concepção de escola, de homem, de
    mundo, e sociedade. Numa prática positivista e tecnicista
    há uma ênfase na atribuição de notas e
    na classificação de desempenho, em testes e provas
    com resultados quantitativos e numéricos. Nela, o mais
    importante é o produto. Ou seja, reflete uma
    educação baseada na memorização de
    conteúdos. Já a avaliação qualitativa
    se baseia num paradigma
    crítico e visa à melhoria da qualidade da
    educação. Sua ênfase é no processo.
    Ela reflete um ensino que busca a construção do
    conhecimento.
    A avaliação terá seu sentido mais
    autêntico e significativo se tiver
    articulação com o projeto
    político-pedagógico da escola. É ele que
    dá significado ao trabalho docente e à
    relação professor-aluno. O projeto
    pedagógico funciona a partir da ação do
    professor que realiza um trabalho sério e comprometido
    sobre a avaliação da aprendizagem em seu
    espaço de sala de aula. A autonomia docente existe e,
    graças a ela, as escolas avançam. Existem
    educadores que conseguem colocar em prática suas
    propostas, às vezes até transgredindo uma
    sistemática. Num processo de avaliação da
    aprendizagem há um foco no todo, no coletivo. Mas
    há também um outro, nos dois protagonistas
    principais, que são o professor e o aluno. O primeiro
    precisa identificar exatamente o que quer e o segundo tem de ser
    parceiro. Hoje em dia o processo de negociação num
    trabalho de avaliação é fundamental. Essa
    negociação pressupõe a discussão
    coletiva de critérios. Assim como é fundamental
    explicitar os objetivos da
    avaliação para a classe, é preciso
    também mostrar os resultados. O estudante não pode
    ficar sem saber como se saiu. Sempre é preciso analisar o
    processo desenvolvido em termos de ensino-aprendizagem. A
    avaliação deve ser encarada como uma
    reorientação para uma aprendizagem melhor e para a
    melhoria do sistema de ensino. Além disso, todo professor
    deve ficar atento aos aspectos afetivos e culturais do estudante,
    não só aos cognitivos, pois os processos de
    avaliação vêm impregnados de
    emoções e aspirações. Durante muito
    tempo, analisou-se a avaliação desvinculada desse
    fator de afetividade e o que ocorria era uma análise
    imperfeita, porque há uma dialética entre o afetivo
    e o cognitivo. Os indicadores de
    afetividade permeiam a relação com a criança
    e seu desempenho. Eles estão claros no entusiasmo e na
    paixão ao apresentar o resultado de uma pesquisa, ao
    descobrir a solução de um problema, ao vibrar com
    um trabalho realizado. Para que eles sejam levados em conta, a
    observação é fator essencial.
    Não existe fórmula pronta para que o professor
    realize uma boa avaliação. Se são dadas
    diretrizes claras, o professor faz seu caminho, graças
    à sua criatividade. Esses recursos devem
    ser, além de diversificados, participativos,
    democráticos, relevantes, significativos e rigorosamente
    construídos. Diversificando os instrumentos é
    possível abranger todas as facetas do desempenho de um
    estudante.
    A avaliação sempre está relacionada com o
    poder na medida em que significa controle. Num modelo tecnicista,
    em que se privilegia a atribuição de notas e a
    classificação dos estudantes, ela é
    ameaçadora, uma verdadeira arma. O poder está no
    cerne da avaliação e pode ser um instrumento de
    dominação, despertando medo. Para que seja
    produtiva, a avaliação deve ser um processo
    dialógico, interativo, que visa fazer do indivíduo
    um ser melhor, mais criativo, mais autônomo, mais
    participativo. A mesma precisa levar a uma ação
    transformadora e também com sentido de
    promoção social, de coletividade, de
    humanização. A história pessoal do professor
    e o jeito como ele foi avaliado quando era estudante iluminam sua
    maneira de atuar. Depois, essa marca de
    identidade vai sendo modificada com a formação,
    apesar de que os professores, no geral, não têm
    acesso a pesquisas e seus resultados, tentando apenas acompanhar
    livros e periódicos.
    A escola brasileira ainda é excludente e são altos
    os índices de reprovação. Os ciclos
    dão um tempo para a criança que não é
    necessariamente traduzido por bimestre ou semestre, partindo de
    onde ela está e fazendo sempre com que progrida
    continuamente. Esse sistema, porém, só pode ser
    bem-sucedido se forem garantidas algumas condições,
    como uma nova proposta pedagógica que valorize a
    articulação com a comunidade. Além disso,
    é essencial dar um novo papel ao professor e garantir a
    ele uma boa formação contínua, com
    ênfase no trabalho coletivo. Os professores que usam
    inadequadamente a avaliação só o fazem
    porque não estão devidamente preparados.

    4. A avaliação
    na prática escolar

    As práticas de avaliação, por serem
    feitas para controle qualitativo, têm sido muito
    criticadas. Da maneira que muitas vezes é usada não
    atende à função educativa. Segundo
    LIBÂNEO (1991, p. 198), têm-se verificado alguns
    equívocos, quanto a sua prática.
    O equívoco mais comum é o professor usar a
    avaliação somente para dar notas, classificando o
    aluno em "melhor" ou "pior", dependendo do que memorizou e por
    sorte ser o teor das provas. Ainda é comum o professor ser
    avaliado como "competente", pelo total de alunos reprovados em
    sua turma.
    Outro equívoco é fazer uso da
    avaliação para recompensar ou punir o aluno pelas
    suas atitudes. A nota é dada e tirada conforme seu
    comportamento. Cúmulos acontecem como reprovar um aluno
    por falta de décimos na nota final. O professor deve
    estimular o aprendizado e não intimidar com ameaças
    como o "tirar nota".
    O terceiro equívoco se dá pela
    auto-confiança do professor, quando mede o aluno pelo seu
    "olho-clínico", profetizando, já no início
    do ano, qual aluno tem condições de
    aprovação ou reprovação, baseando-se
    na sua "sabedoria" deixando de realizar a avaliação
    contínua, onde o aluno é valorizado por todas as
    suas atividades. Agindo assim, muitas vezes, o professor relega o
    aluno, isolando-o a um canto da sala, destruindo sua auto-estima,
    responsável por muita evasão escolar.
    O quarto equívoco se dá quando certos professores
    rejeitam as medidas quantitativas de aprendizagem em favor
    somente dos dados qualitativos, julgando que as provas ou testes
    aplicados podem prejudicar ou inibir as potencialidades do aluno.
    Assim sendo, afastam qualquer quantificação de
    resultados.
    Considerar, na avaliação, apenas os aspectos
    quantitativos ou somente os qualitativos são
    equívocos que têm conseqüências da mesma
    proporção. O bom entendimento de
    avaliação é considerar, igualmente, os dois
    aspectos: o quantitativo e o qualitativo.
    A função da escola é introduzir o educando
    no mundo da cultura e do
    trabalho, de acordo com as perspectivas traçadas pela
    sociedade, contando com a colaboração do professor.
    Já a função pedagógica trabalha com
    as influências externas e internas do aluno, cabendo ao
    professor organizar a prática de ensino sem perder o
    objetivo de desenvolver a autonomia e independência do
    aluno. Sendo assim, a quantificação deve contar com
    a apreciação qualitativa dos resultados
    obtidos.
    Se a nota for obtida somente com base na prova escrita, ela pode
    deixar de demonstrar o resultado real da aprendizagem, pois o
    torna muito limitado. Mas, a prova escrita aliada à outros
    instrumentos de verificação são meios
    necessários para a informação do rendimento
    escolar, levando em conta que tanto a escola, como os
    professores, os pais e os alunos precisam de dados para
    comprovar, analisar e avaliar os trabalhos desenvolvidos
    resultando na aprendizagem. Além do que, a nota representa
    um estímulo externo que desafia o aluno a desenvolver as
    suas capacidades.
    Não se pode discutir avaliação a partir do
    interior da escola como querem muitos autores. A
    avaliação feita na escola decorre dos objetivos
    fixados e estes são fixados, principalmente, a partir da
    sociedade concreta na qual a escola esta inserida. Se é
    uma escola capitalista, com certeza expressará os
    objetivos da escola capitalista bem pautada nos princípios
    liberais.
    Se perguntarmos aos profissionais da educação ou
    buscarmos os objetivos expressos em qualquer projeto
    político pedagógico das escolas nos parecerá
    que todos têm uma causa nobre em defesa do ser humano,
    porém, ao analisar-se o "processo de
    avaliação" percebe-se os objetivos não
    proclamados pela escola.

    Alguns mitos rondam a
    avaliação praticada nas escolas ( SEED, 1993 ).
    a) para alguns, a condição social do aluno é
    que determina a sua inteligência, sua capacidade de
    aprender. Assim, o fracasso na escola se justifica pela
    condição social menos favorecida. Ora,
    vários estudam mostram que se não há
    prejuízos orgânicos irreversíveis (causados
    pela desnutrição, por doença) todo ser
    humano pode avançar na construção do
    conhecimento. A qualidade das interações que se
    estabelecem é que definirão a qualidade do processo
    de construção do conhecimento. Portanto, o problema
    não estaria nos resultados da avaliação ou
    na situação social do aluno, mas sim no
    processo;
    b) Para alguns o fracasso escolar se justifica pelas
    condições de trabalho presentes no interior da
    escola – professores sobrecarregados,
    superlotação das salas, disciplinas difíceis
    (português, matemática, química, biologia e
    física), o
    desinteresse dos alunos;
    c) Organização dos espaços e tempos
    educacionais, imposição da estrutura
    burocrática (bimestralidade, carga horária muito
    pequena por disciplina,
    grades curriculares), regulamentos (impede Segunda chamada de
    prova porque não tem justificativa, o aluno não
    poder ser avaliado porque foi suspenso, horários
    inadequados para aluno, trabalhador…).
    d) A idéia de que sempre foi assim e é
    impossível mudar e a solução fogem das
    mãos da escola.
    FREITAS (1995, p. 143 a 258) apresenta o resultado de algumas
    pesquisas feitas sobre avaliação com dados que
    devem nos levar a algumas reflexões:
    a) Os professores apontaram como finalidade de
    avaliação: verificar se o aluno aprendeu o
    conteúdo, verificar os pontos fortes e fracos para
    atuar/mudar método,
    avaliar nível de desempenho dos alunos, promover o
    desenvolvimento do aluno, verificar se o aluno atingiu os
    objetivos, verificar se o aluno tem os pré- requisitos,
    cumprir formalidades e conceituar o aluno.
    b) As técnicas
    mais usadas pelos professores para avaliar: trabalhos (em classe
    e fora dela), observação de desempenho, provas
    escritas, participação e interesse do aluno.
    c) outras constatações:

    • 80% dos professores não elaboram
      critérios para correção das
      avaliações antes de efetua-las, 75% dos
      professores não comunicam aos alunos os
      critérios de avaliações, 58% admitem
      promover ou não seus alunos com base em juízo
      geral (presença de componente informal);
    • há discrepância entre o que se ensina
      e o que se cobra;
    • os alunos pensam que muitos professores abusam do
      poder ao avaliar, que usam avaliação para impor
      disciplina, que demonstram tendenciosidade ao avaliar os
      alunos, que geralmente estudam para a prova,
      avaliação serve para classificar e que nada
      é feito para reverter as falhas, que a
      avaliação é unilateral ( só o
      aluno é avaliado).

    Deve-se responder a duas questão importante: para
    que avaliamos e o que fazemos com os resultados desse processo?
    Poderíamos analisar então, os tipo de
    avaliação:
    a) avaliação diagnóstica: fazemos
    está avaliação quando queremos verificar
    como está o processo de construção do
    conhecimento, se nossos métodos
    estão dando resultado efetivos e a partir destas
    constatações tomarmos decisões sobre a
    continuidade do nosso trabalho. Não seria inteligente da
    parte de um médico se diagnosticasse a doença do
    paciente e nada fizesse para cura-lo:
    b) avaliação classificatória: utilizamos
    essa forma simplesmente para separar os que sabem e os que
    não sabe, para aprovar ou reprovar;
    c) avaliação formativa: após avaliar o
    processo como um todo, realimentaremos o processo para sanar
    falhas e atingir objetivos proposto sempre priorizando a
    "contrição" e não o resultado.
    Para que os modelos de avaliação adotado pelos
    órgãos públicos através do SAEB
    (Sistema de Avaliação da Educação
    Básica) e do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio)
    tem sido meramente classificatórios. Devemos lembrar a
    posição irônica que assumimos quando o
    processo de avaliar não faz parte do processo ensino
    aprendizagem, mas ensinamos para avaliar. É o que vem
    acontecendo: temos feitos verdadeiros cursinhos
    preparatórios para o ENEM, para o vestibular… Quando
    tudo isto não existir, ensinaremos para que? Outra ironia
    é que quando nossa escola recebe um bom conceito aí
    aceitamos o resultado, quando não, passamos a criticar os
    órgãos oficiais.
    Há ainda a necessidade de se verificar, quando analisamos
    os instrumentos de avaliação, que processos mentais
    exigimos dos alunos: memorização,
    associação, comparação,
    explicação, análise, síntese,
    proposição de alternativas.
    Constantemente nos perguntamos: por que é tão
    difícil mudar o processo de avaliação? Um
    dos pontos que explicam esta cristalização em
    posturas tradicionais é porque a forma de avaliar
    não representa apenas uma conduta profissional mas como
    concebemos a sociedade e o ser humano, como entendemos nosso
    papel como profissionais da educação e o papel da
    escola.

    Análise Das Respostas Do Questionário
    Através do questionário sobre
    avaliação aplicado em algumas Escolas Municipais de
    Cascavel, concluiu-se que a avaliação é
    realizada de forma contínua, diagnóstica,
    observando-se a participação em sala de aula,
    assiduidade das tarefas, apresentação oral e
    escrita na forma somatória bimestral.
    O trabalho realizado com os alunos que não atingiram o
    objetivo esperado é um redirecionamento prático,
    recuperação paralela e atendimento individual. O
    erro do aluno é trabalhado de forma a retomar a
    questão errada com material concreto,
    dando oportunidade para reconhecimento do seu erro de forma
    construtiva.
    Observou-se que a maioria das escolas aplica o modelo imposto
    pelo sistema. O objetivo da avaliação na escola
    é medir o aprendizado do aluno pela
    assimilação dos conteúdos trabalhados
    revendo a prática pedagógica do educador. Os
    instrumentos de avaliação utilizados garantem para
    alguns professores um resultado positivo, porém, para
    outros apenas é levado em conta o processo e não os
    resultados.
    A avaliação manifesta uma forte tendência
    à classificação do aluno e ao
    estímulo a submissão do poder, porém nas
    escolas não é visto como processo de
    classificação, havendo uma
    conscientização do aluno quanto a importância
    do estudo.
    Com relação a participação dos pais e
    alunos no processo de avaliação, a escola participa
    os resultados da avaliação através de
    documentos (boletins e relatórios), dando abertura para
    questionamentos.

    5.
    Referências

    AFONSO, Almerindo Janela. Avaliação
    educacional – regulação e
    emancipação: para uma sociologia das políticas
    avaliativas contemporâneas. São Paulo: Cortez,
    2000.
    FREITAS, Luiz Carlos de. Crítica da
    organização do trabalho pedagógico e da
    didática. Campinas, SP: Papirus, 1995.
    LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São
    Paulo: Cortez, 1991.
    LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem
    escolar: estudos e proposições. 7. ed. São
    Paulo: Cortez, 1998.
    PR/SEED. Avaliação escolar: um compromisso
    ético. Curitiba: SEED, 1993.
    VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Concepção
    Dialética-Libertadora do Processo de
    Avaliação Escolar. São Paulo: Libertad,
    1994.

     

     

     

     

    Autor:

    Giani Marques dos Passos

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