II Ciclo de Estudos e Debates Grupo de Pesquisa Cultura, Relações de Gênero e Memória Sessão Temática: Cultura, Memória e Sociedade

A ANTROPOLOGIA E SUAS CONCEPÇÕES DE RAÇA E CULTURA Sandra Cristiana Kleinschmitt1 Yonissa Marmitt Wadi2 Resumo A tematização desse artigo é voltada para dois aspectos fundamentais, no primeiro é a tentativa de demonstrar como Norbert Elias descreveu a sociogênese dos conceitos de civilização e cultura e sua significação na Alemanha e também na França. Num segundo momento, será apresentada a idéia de raça a partir da tese que Andreas Hofbauer defende, tal tese é explicada a partir da análise de todo o processo percorrido pelo conceito de raça em suas mais variadas épocas e contextos históricos, sendo que o …exibir mais conteúdo…

Apesar de ter sido um processo lento, varreu toda a Alemanha com artigos, peças e teatros que se opunham à corte, tornando a língua alemã rica e flexível. No entanto a corte continuava a falar francês e decidindo os rumos políticos do país. A “vanguarda burguesa” não se manifestou através das artes como um partido de oposição ou movimento social, na realidade, os jovens da classe média sonhavam vagamente com uma Alemanha unificada e essa unificação, acreditavam, aconteceria pela literatura e, principalmente pelo conceito de kultur. Com exceção da Alemanha, todos movimentos foram de ascensão à nobreza. Na França o propósito foi à mudança social - e essa classe que ascendia era bem vinda à corte, já na Alemanha isso não acontecia, pois a corte se isolava fragmentando o território e impossibilitando uma unificação da nação. Os livros de literatura mostravam a diferença entre as classes burguesas e a corte, diferença na estrutura de comportamento, vida emocional, aspirações e moralidade, mas de acordo com a visão que a classe média tinha sobre isso. Então kultur passou a refletir a intelligencia alemã, que valorizava o interior social, desenvolvendo dessa maneira uma autoimagem da classe média. Já na França, reunida em torno da idéia de uma “boa sociedade civilizada” que era mais ou menos unificada pelo fato de todos falarem francês, em outras