O aparelho policial da Era Vargas sob o olhar de Elizabeth Cancelli

1627 palavras 7 páginas
CANCELLI, Elizabeth. O mundo da violência: a polícia na Era Vargas. 02. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1994.

O livro O Mundo da Violência: A Polícia na Era Vargas de Elizabeth Cancelli, veio a contribuir para a historiografia brasileira, que até então não tinha obras publicadas que discorressem sobre o aparato policial da era Vargas como um estudo sistemático, analítico e interpretativo. Cancelli vai tratar a organização policial durante o governo Vargas como elemento fundante da manutenção do poder e das ações do governo e vai analisar como o Estado usava a organização policial para legitimar a violência, a repressão e a tortura exercida na população. Para isso, a autora vai usar de vasta documentação policial do
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Além da polícia, Cancelli fala também do papel da população em fiscalizar e denunciar os perseguidos pelo governo. Durante toda era Vargas, investiu-se e controlou toda a propaganda política através do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), criado por Getúlio Vargas especialmente para controlar todos os meios de comunicação. Isso refletiu na população que através de fortes incentivos do governo entregava e vigiava aqueles que o Estado considerava como inimigos.
Continuando sua abordagem no capítulo quatro, Elizabeth Cancelli vai tratar da ação da polícia nas ruas, prendendo comunistas e estrangeiros que eram vistos como perigosos para o governo de Getúlio Vargas. Em relação aos estrangeiros, a autora diz que não havia amenização. Desde 1930 já havia leis que restringiam a circulação e a entrada de estrangeiros em território nacional, pois, a presença deles cultivando aqui seus costumes ia de encontro ao projeto nacionalista do governo Vargas. Vemos que a partir de 1937, essas leis se tornaram mais constantes e o governo usou a polícia para reprimir cada vez mais a vida do estrangeiro no Brasil.
A autora afirma que após a II Guerra Mundial, depois do rompimento com os países do Eixo, a perseguição aos estrangeiros foi intensificada e a polícia política prendia e desbaratava redes de espionagem. Mas, não era preciso ter provas concretas para ser alvo da vigilância do governo. Bastava ser um

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