Perigos geológicos na ilha Brava (Cabo Verde)

3476 palavras 14 páginas
Memórias e Notícias: Geociências no Espaço Lusófono
Publicação da Imprensa da Universidade de Coimbra

I Congresso Internacional “GeoCiências na CPLP”
Universidade de Coimbra
12 a 19 de Maio de 2012

PERIGOS GEOLÓGICOS NA ILHA BRAVA (CABO VERDE)
GEOLOGICAL HAZARDS IN BRAVA ISLAND (CAPE VERDE)
VERA ALFAMA (1,2), GABRIELA QUEIROZ (1), JOÃO LUÍS GASPAR (1) e TERESA
FERREIRA (1)
Resumo – A ilha Brava, a mais ocidental das ilhas do sul do arquipélago de Cabo Verde, apresenta evidências geológicas que demonstram a existência de perigos vulcânicos, sísmicos, de deslizamentos de terra e tsunamis, com riscos significativos para a população. No presente trabalho sintetizam-se as principais particularidades geológicas e geomorfológicas
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2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS
A ilha Brava faz parte do grupo do Sotavento do arquipélago de Cabo Verde. Está situada no extremo SW, distando cerca de 17 km da ilha do Fogo. Tem uma superfície elíptica, com o eixo maior orientado na direcção norte-sul com um comprimento máximo de
10.500 metros e uma largura máxima de 9.310 metros. Possui uma área de 64 km2 e uma população de cerca de 5.995 habitantes (CENSO 2010).
A ilha goza de um excelente clima, com temperaturas médias que oscilam entre 16º e
25º. Em termos climáticos, segundo TEIXEIRA e BARBOSA (1958 in MONTEIRO
MARQUES, 1990), a zona húmida abrange parte da região planáltica (altitudes acima dos
500 m), a zona sub-húmida estende-se pela maior parte do planalto (altitudes entre 350 e 500
m) e a zona árida e semi-árida abrange toda a região abaixo dos 350 m. Os ventos alísios são o factor climático mais importante. Do ponto de vista fisiográfico, a ilha Brava é a mais montanhosa das ilhas do arquipélago em relação à sua pequena área (BEBIANO, 1932).
Diversos trabalhos indicam a existência de inúmeras falhas na ilha Brava
(MACHADO et al., 1968; DAY, 2008; MADEIRA et al., 2010) as quais constituem famílias
2

de direcções distintas: NNW-SSE, NE-SW, E-W e N-S (figura 2). A distribuição espacial de centros eruptivos mais recentes mostra um controle por estruturas tectónicas, uma vez que as crateras, domos e cones se encontram alinhados ou estão cortados por falhas (MADEIRA et al., 2010).

Figura 2 -

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