resenha do filme a ilha do medo aparti da psicopatologia

4509 palavras 18 páginas
SER FILHO É PADECER NO PURGATÓRIO
(NOVAES, Carlos Eduardo. Juvenal Ouriço repórter. Rio de Janeiro, Editora Nórdica, 1977)
1. – Psssiu, psssiu!
2. – Eu? – virou-se Juvenal, apontando o próprio peito.
3. – É. O senhor mesmo. – confirmou o comerciante à porta da loja. Venha cá, por favor.
4. Juvenal aproximou-se. O comerciante inclinou-se sobre ele e, como que lhe segredasse algo, perguntou:
5. – O senhor tem mãe?
6. – Tenho.
7. – Gosta dela?
8. – Gosto.
9. – Então é com o senhor mesmo que eu quero falar. Vamos entrar. Tenho aqui um presente especial para sua mãe.
10. – Tem mesmo? Mas por que o senhor não entrega a ela pessoalmente?
11.– Porque ela é sua mãe, não é minha. O senhor é que deve entregar o presente.
12.– Está bem. Então o senhor me dá que eu dou pra ela.
13.– Dar, não. – corrigiu o comerciante. – Infelizmente, não estamos em condições. As vendas só subiram 75%. Vou ter que lhe vender o presente.
14. – Mas eu não estava pensando em comprar um presente agora para minha mãe. O aniversário dela é em novembro.
15.– Não é pelo aniversário. É pelo dia das mães.
16.– Dias das mães? – repetiu Juvenal, sempre desligado. – Mães de quem?
17. - Mães de todos. É depois de amanhã, domingo.
18. – É mesmo? E quem disse isso?
19. – Bem…
20.– Está na Bíblia?
21. – Não. Ele foi criado por nós, comerciantes, para permitir que vocês manifestem seu amor e carinho por suas mães.
22. – Puxa, vocês são tão legais. Eu não sabia que os comerciantes gostavam

Relacionados