Beyond Capital: Estado e Capital


Para um amplo setor do Serviço Social, aquele tem por referência as chamadas obras com «intenção de ruptura», o debate acerca das políticas públicas tem, de algum modo, como pano de fundo uma perspectiva revolucionária. Na maior parte das vezes ela é indicada por eufemismos, tipo «transformação radical da sociedade», outras vezes é citada explicitamente como busca por uma «sociedade emancipada» ou «socialista». O Código de Ética da profissão, como demonstrou Lúcia Barroco em sua tese de doutoramento(Barroco,1997), tem na superação do capitalismo um dos seus referenciais mais importantes. Nenhuma profissão é um todo homogêneo e, entre os assistentes sociais, há disparidades entre a sua liderança intelectual e os setores mais diretamente envolvidos com o ensino ou com a atuação no interior dos órgãos estatais. Há, ainda, a presença de uma vertente mais conservadora, que adota os limites do capital por horizonte histórico — contudo, apesar de todos esses problemas, além do Serviço Social, qual outra profissão traçou como finalidade, expressa no seu Código de Ética, a superação do capitalismo?

Uma outra peculiaridade do Serviço Social no interior das Ciências Sociais está no fato de, por sua própria natureza, possuir uma articulação muito íntima com as, assim denominadas, «políticas públicas». É no espaço estatal, predominantemente, que o Serviço Social vai se desenvolver e atuar com maior expressão, o que coloca para o conjunto da profissão, o difícil — e, em certo sentido, rico — problema de como articular, numa práxis socialmente viável, o Estado e suas políticas públicas com uma atuação que adota por horizonte a emancipação humana. A convivência quotidiana com essa questão faz do Serviço Social um palco privilegiado para a discussão do papel do Estado na sociedade contemporânea, da relação possível do Estado com os projetos emancipatórios e, por fim, do caráter do espaço porventura existente no interior do Estado para a acumulação de forças sociais visando uma transformação revolucionária da sociedade.

É ao coração dessa questão que se dirige o presente artigo, com o único objetivo de chamar a atenção para a importância do último livro de István Mészáros, Beyond Capital. Certamente, Beyond Capital nem tem o Serviço Social por tema, nem mesmo as questões específicas da sua prática profissional são lá mencionadas. Contudo, Mészáros realiza algumas reflexões acerca da relação entre Estado e capital às quais, me parece, o Serviço Social deveria prestar alguma atenção.



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Sergio Lessa
sergio_lessa[arroba]yahoo.com.br


 
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