Associação de fatores de risco para doenças cardiovasculares em adolescentes e seus pais



1. Resumo

1.1. Objetivos: verificar a agregação familiar de fatores de risco para doenças cardiovasculares, observando freqüência de excesso de peso e obesidade, sedentarismo, tabagismo e hipertensão arterial.

1.2. Métodos: estudo transversal com 421 adolescentes, alunos da rede pública de ensino da cidade do Recife, e com seus pais. O protocolo de avaliação consistiu de um questionário estruturado, antropometria e aferição da pressão arterial. As associações das variáveis foram verificadas pelo teste do qui-quadrado.

1.3. Resultados: foram avaliados 421 adolescentes (173 do sexo masculikno e 248 do sexo feminino (média de idade 16,0 ± 0,7 anos). Demonstrou-se excesso de peso e obesidade em 7,8% dos adolescentes, 18,8% dos pais e 19,8% das mães. Sedentarismo foi detectado em 41,5% dos adolescentes, 61,0% dos pais e 61,7% das mães. Hábito de fumar foi observado em 7,8% dos adolescentes, 14,7% dos pais e 13,0% das mães. Hipertensão ocorreu em 11,4% dos adolescentes, 20,3% dos pais e 10,2% das mães. Fatores de risco nos pais ou nas mães estiveram associadas com maior freqüência desses mesmos fatores nos filhos, exceto hipertensão arterial.

1.4. Conclusões: há correlação familiar entre obesidade, tabagismo e sedentarismo confirmando a influência da família nesses fatores de risco para as doenças cardiovasculares.

Palavras-chave: Adolescente, Arterioesclerose, Obesidade, Tabagismo, Hipertensão, Doenças cardiovasculares

2. Abstract

2.1. Objectives: to determine family risk factors aggregation for cardiovascular diseases focusing on overweight and obesity, sedentary lifestyle, smoking and arterial hypertension in adolescent groups and their parents.

2.2. Methods: cross sectional epidemiological study of 421 adolescents, students of the public school system in the city of Recife and their parents. Sample calculation based in the lower expected prevalence of the variables studied. Assessment protocol consisted of a structured questionnaire, anthropometry and arterial pressure reading. Variables association analysis performed by the chi-square method.

2.3. Results: 421 adolescents were assessed (173 males and 248 females; age median 16.0 ± 0.7 years old) overweight and obesity in 7.8% adolescents, 18.8% of fathers and 19.8% of mothers. Smoking habits were noted in 7.8% of adolescents, 14.7% of their fathers and 13.0% of their mothers. The presence of these risk factors in fathers and mothers have been associated with a higher frequency of these same factors in their children exception made related to arterial hypertension.

2.4. Conclusions: a family correlation between obesity, smoking and sedentary lifestyle were determined, a finding consistent with other previous studies, confirming the significant influence of the family in the risk factors for cardiovascular disease.

Key words: Adolescent, Arteriosclerosis, Obesity, Smoking, Hypertension, Cardiovascular diseases

3. Introdução

As doenças cardiovasculares são responsáveis por mais de 1/3 das mortes no Brasil. As lesões vasculares que acompanham essas afecções estão associados à ateroesclerose. Dentro de sua multicausalidade, muitos dos fatores de risco para essa afecção tais como obesidade, sedentarismo, hipertensão arterial e tabagismo, têm raízes na infância e apresentam efeitos aditivos na vida adulta.1,2

A obesidade é um problema crescente na infância, chegando a atingir entre 25 a 30% da população infantil nos países ricos.3 No Brasil, o excesso de peso e a obesidade já atingem mais de 30% da população adulta. A obesidade é acompanhada de uma maior morbidade e uma menor longevidade, estando fortemente associada a afecções, como hipertensão arterial, diabetes mellitus, problemas ortopédicos, disfunção psicosocial, entre outras. A obesidade na infância está associada com obesidade na vida adulta: 50 a 65% dos adultos obesos eram crianças ou adolescentes obesos.4 Entre os adultos obesos, aqueles que já apresentavam excesso de peso na infância, apresentam uma menor resposta terapêutica quando comparados com aqueles que se tornaram obesos na vida adulta.5 Estudos com gêmeos e crianças adotadas têm demonstrado que a obesidade não é simplesmente uma tendência hereditária, mas sofre forte influência do ambiente,6 embora a obesidade dos pais parece ser um importante fator de risco.


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