RAPDs na caracterização genético-molecular e no estudo da variabilidade genética de cultivares de ameixeira



RESUMO

Marcadores moleculares têm sido amplamente utilizados nas mais variadas espécies frutíferas para análise de "fingerprinting", para o processo de certificação de material vegetal e como ferramenta auxiliar em programas de melhoramento genético, para acessar a variabilidade genética entre genótipos. Dado a importância da cultura da ameixeira para a região Sul do Brasil, o presente trabalho teve por finalidade contribuir para a caracterização genético-molecular de 17 cultivares. As cultivares foram analisadas com 12 marcadores RAPD, que produziram 187 polimorfismos. O marcador OP A20 foi o mais polimórfico, produzindo 26 perfis diferentes. A análise de agrupamento, realizada com o método UPGMA, produziu um dendrograma que permitiu uma clara separação das cultivares em três grupos, correspondentes às suas respectivas espécies, Prunus salicina, Prunus domestica e Prunus cerasifera. O alto grau de polimorfismo detectado pelos marcadores RAPD confirma o potencial da técnica na análise de "fingerprinting" e sua utilidade na estimativa da variabilidade genética entre cultivares de ameixeira.

Termos para indexação: Prunus spp., marcadores moleculares, "fingerprinting".

ABSTRACT

Molecular markers have been used thoroughly in many fruit crops species for fingerprinting analysis during the vegetal material certification process, and as an auxiliary tool in breeding programs to access genetic variability among genotypes. The plum is an important crop in Southern Brazil. The present paper aims to contribute for the genetic-molecular characterization of 17 plum cultivars, which were analyzed with 12 RAPD markers that produced 187 polymorphisms. The OP A20 marker was the most polymorphic, producing 26 different profiles. The cluster analysis was represented by a dendrogram using the UPGMA method, and showed a clear cultivar separation in to three groups corresponding to the species, Prunus salicina, Prunus domestica and Prunus cerasifera, respectively. A high degree of polymorphism was detected by the RAPD markers in the plum. This confirms the potential of the techanique of fingerprinting analysis and its usefulness in the estimate of the genetic variability among plum cultivars.

Index terms: Prunus spp., molecular markers, fingerprinting.

INTRODUÇÃO

O sucesso no cultivo de plantas frutíferas depende muito da qualidade do material viveirístico, por isso, garantias de correspondência genético-sanitárias são fundamentais devido ao alto investimento de tempo e dinheiro requeridos para implantar um pomar. Segundo Ortiz et al. (1997), a propagação de plantas frutíferas realizada de forma não controlada tem conduzido a perda da identidade de inúmeros genótipos. A correta identificação varietal e o conhecimento da variabilidade genética em espécies frutíferas são importantes para programas de melhoramento genético e para comercialização. De acordo com Goulão et al. (2001), existe pouco conhecimento sobre a variabilidade genética das cultivares de Prunus salicina (Lindl.), incluindo seleções recentes e seus híbridos envolvendo várias outras espécies (P. armeniaca, P. munsoniana e outros) e também sobre o número de genitores utilizados em programas de melhoramento. Devido ao fato de muitas cultivares de ameixeiras serem auto-incompatíveis e híbridos naturais, Shimada et al. (1999) citam que estas características dificultam a verificação da pureza da espécie bem como a classificação de algumas cultivares. Até pouco tempo, a identificação varietal era baseada na avaliação das características morfo-fenológicas e pomológicas (Sansavini, 1998), porém, este tipo de análise apresenta várias limitações como: requer muito tempo para ser completada, não permite acessar todo o genoma da planta, deixa várias dúvidas quando se trata de genótipos com características muito similares, como verificado em pessegueiro e não pode ser realizada em qualquer período do ano ou ciclo da planta. Em alternativa, novas metodologias foram introduzidas para a análise genética de plantas. Inicialmente tem sido feito o uso de isoenzimas (Byrne & Littleton, 1988) e, posteriormente, RAPD (Random Amplified Polimorphic DNA) têm sido utilizados na elaboração de "fingerprintings" em espécies que apresentam grande variabilidade genética, como ameixeira, pereira e macieira (Mulcahy et al., 1993; Cassas et al., 1999; Monte-Corvo et al., 2000). Entre as várias espécies do gênero Prunus, a ameixeira é aquela que apresenta a maior variabilidade. Em trabalhos realizados por Gregor et al. (1994), Grando & Vindimian (1996), Ortiz et al. (1997), Bellini et al. (1998) e Shimada et al. (1999), RAPDs produziram suficiente polimorfismo para estudos de filogenia e na análise "fingerprinting" de cultivares de ameixeira. Na análise de 17 cultivares de ameixeira dos gêneros P. domestica e P. salicina, com 67 "primers" RAPD, Pancaldi et al. (2000) verificaram que a técnica foi capaz de diferenciar 15 cultivares, porém não diferenciou as cultivares de P. domestica, Empress e Grossa di Felisio.

Para contribuir na caracterização de cultivares de ameixeira de maior difusão na Região Sul do Brasil, no presente trabalho buscou-se testar os limites e potencialidades da técnica RAPD na análise "fingerprinting" e na estimativa da variabilidade genética de 17 cultivares de ameixeira.

 


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