Relações entre depressão e DAC: estudo de pacientes com síndromes isquêmicas miocárdicas instáveis



  •  Introdução
  • Casuística e Métodos:
  • Resultados
  • Discussão
  • Conclusões
  • Referências Bibliográficas
  •  Introdução

    A DAC e a Depressão são duas patologias que têm grande impacto na saúde nos dias atuais, pois ambos apresentam alta prevalência e seus efeitos refletem-se na mortalidade e na qualidade de vida.

    Nos EUA ocorrem um milhão de mortes, por Doenças Cardiovasculares, anualmente, sendo que destas , a Doença Arterial Coronária (DAC) é a mais frequente, com 51%.(1) Lotufo, constatou altas taxas de mortalidade por DAC no Brasil e comparando algumas das principais capitais brasileiras com outros países, concluiu que nosso país enquadra-se entre as estatísticas dos países desenvolvidos(2)

    Sintomas depressivos e Depressão Maior (DM) são muito frequentes. O ECA(1a) detecta uma prevalência de 3 a 7 % na população geral, ao longo da vida. Considerando o contexto médico não psiquiátrico, o National Comorbidity Study detectou uma prevalência de 5% de DM (3)

    A Depressão tem uma relação complexa com a DAC. As evidências apontam-na como fator de risco(4,5,27,28,31), como fator influente na morbidade, na mortalidade (5,6,7,8,9,28,32)e na qualidade de vida(9A) do paciente com DAC. Na verdade, observa-se que tanto a Depressão pode ser um fator de risco isolado para o desenvolvimento da DAC, como pode estar associada a outros fatores de risco , tais como obesidade (51% em obesos com Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica e 14% em obesos sem)(9b), diabetes(prevalência 3 vezes maior do que na população em geral)(10) e tabagismo(prevalência de ).

    Glassman (27)salienta em seu artigo sobre a Depressão e o curso da DAC, que além de não podermos minimizar os custos psicológicos da Depressão, as evidências vão apontando que a Depressão é uma doença com concomitantes físicos, que teriam uma influência direta no funcionamento cardíaco. Isto significa que, a Depressão pode influenciar o desenvolvimento e o curso da DAC porque, por uma lado, as alterações de humor têm uma repercussão no comportamento, criando condições desfavoráveis para a adesão ao tratamento e a motivação para a mudança de estilo de vida. E por outro lado, a Depressão tem como concomitantes fisiológicos: o aumento da agregação plaquetária, a hiperatividade do sistema simpático-adrenal, a diminuição da variabilidade da frequência cardíaca e do limiar para fibrilação ventricular, que têm uma influência direta na evolução da DAC (44)

    A Depressão apresentou-se como associada à DAC e como fator psicológico de maior risco para doença cardíaca, num estudo de metanálise realizado com todos os estudos publicados entre 1945 e 1985, sobre preditores psicológicos de doença cardíaca. (43)

    A literatura sobre a associação entre a DAC e Depressão relata prevalências que variam de 14 a 60% (3a, 4, 32, 9).Os estudos com pacientes infartados ou angina instável apontam Depressão entre 15 a 44% (28,29,2a,6). Pode-se atribuir a variação das taxas de prevalência ao diagnóstico de Depressão considerado (Depressão Maior, sintomas depressivos...), ao estágio da DAC da população estudada, bem como ao instrumento utilizado para avaliar Depressão.

    Scleifer et al (2a)detectou 18% de Depressão Maior numa amostra de 283 pacientes infartados hospitalizados, utilizando entrevista psiquiátrica estruturada DIS modificada. Frasure-Smith e cols, utilizando o mesmo instrumento, detectaram, Depressão Maior em 16% de 222 pacientes hospitalizados com IAM. (6) . Lespérance(28) estudou 430 pacientes com angina instável, identificando Depressão, de acordo com o Inventário Beck de Depressão(BDI)(escore>=10), em 41,4%. Seus dados apontam forte evidência que a Depressão é um fator de risco independente para eventos cardíacos. O impacto da Depressão foi estatisticamente independente e no mínimo tão importante quanto a função ventricular esquerda, extensão da aterosclerose coronária e evidências eletrocardiográficas de isquemia em linha de base

     


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