Ácido giberélico no retardamento da maturação de caquis (Diospyrus kaki, L.), cultivar Fuyu



1. Resumo

Objetivou–se estudar o efeito da aplicação de Ácido Giberélico (AG3) no retardamento da maturação de caquis da cultivar Fuyu. Adotou–se o delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições. O tratamento foi realizado por pulverização das plantas com 30ppm de AG3. Como tratamento controle pulverizou–se água. A partir da instalação do experimento, na colheita das frutas e a períodos de 7 dias coletaram–se amostras para a avaliação da firmeza de polpa, acidez total titulável, do conteúdo de sólidos solúveis, carotenóides, clorofilas e fenóis, da coloração e da produção de etileno. Os resultados mostraram que o AG3 agiu retardando a maturação em aproximadamente 20 dias, retardando a diminuição da firmeza de polpa, da acidez, do conteúdo de clorofilas e fenóis, e da produção de etileno. Também, agiu retardando o acúmulo de carotenóides e a evolução da coloração externa.

Palavras–chave: frutas; coloração; qualidade; controle da maturação.

2. Summary

This work aimed to evaluate the effect of gibberellic acid (GA3), on ripening delay of Kakis cultivar Fuyu. The experiment was designed in completely randomized block with four replications. GA3 was sprayed at 30ppm and it was sprayed water as a control treatment. Since the installation and in each 7 days, samples were collected for evaluations of pulp firmness, total titrable acidity, total soluble solids, carotenoids, chlorophyll and phenolic contents and ethylene production. The results showed that GA3 retards the ripening at approximately 20 days. It also retarded the decrease of pulp firmness, titrable total acidity, chlorophyll and phenolic contents, ethylene production, the accumulation of carotenoids and the evolution of the external color.

Keywords: fruits; color; quality; ripening control.

3. Introdução

Na década de 90 houve um importante incremento na área cultivada e na produção em pomares de caquis, especialmente nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Dentre as cultivares recomendadas, a mais difundida foi a Fuyu. Ela produz frutas médio–grandes, não taninosas com boa coloração e sabor.

BEN–ARIE [3] descreve os principais atributos para a comercialização de caquis, da cultivar Fuyu, destacando que, para a colheita, visando a conservação por períodos prolongados, as frutas devem ser colhidas com coloração variando do amarelo–esverdeado ao amarelo–alaranjado, mais que 60N de firmeza de polpa, no mínimo 14oBrix de sólidos solúveis, e menos do que 3mg/kg de fenóis totais. Para frutas destinadas ao consumo imediato e/ou armazenamento por curtos períodos, pode–se retardar a colheita, colhendo–se as frutas com coloração amarelo–avermelhado ou avermelhada, e com menor firmeza de polpa. Ressalta, no entanto, que para esta cultivar há necessidade de uma firmeza de polpa mínima de 20N.

No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a colheita desta cultivar coincide com a de outras regiões produtoras, especialmente o Estado de São Paulo. Por isto, há necessidade de adoção de medidas de manejo pré–colheita e de pós–colheita para controlar a maturação e/ou a conservabilidade para prolongar o período de oferta e garantir melhores preços ao produtor.

Uma das alternativas consiste no emprego de produtos, em pré–colheita, capazes de retardar a velocidade da maturação, retardando a colheita. Neste particular são citados principalmente inibidores da síntese e/ou da ação do etileno, como aminoethoxivinilglicina, narbornadiene, tiosulfato de prata e 1–metilciclopropano [1, 7, 17]. A maioria destes produtos foi testada em outras espécies e os resultados foram variados, dependendo das características varietais e condições edafoclimáticas [1].

Outros autores [2, 5, 8, 9, 10] têm recomendado o emprego de giberelinas, como o AG3, na concentração de 30ppm [9,14], no controle da maturação de frutas. Segundo estes autores, o AG3 age reduzindo a velocidade de evolução da coloração das frutas retardando a colheita. O AG3 [13] atua inibindo a ação de clorofilases e inibindo a produção de etileno. Porém, não demonstram o mecanismo de ação e como este fitoregulador age nestas vias bioquímicas. Em caquis, os resultados são escassos, mas apontam para um bom potencial, principalmente reduzindo distúrbios fisiológicos na pós–colheita [4, 14]. Entretanto, relatos feitos por produtores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo indicam que a aplicação de AG3 permite retardar a maturação (comunicação pessoal).

Dentro deste contexto, estudou–se o efeito do AG3 aplicado na pré–colheita sobre a evolução da maturação de caquis da cultivar Fuyu.


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