A violência na mídia como tema da área da saúde pública: revisão da literatura



1. Resumo

O artigo tem como objetivo estudar as principais contribuições científicas, internacionais e nacionais, produzidas pela área da saúde sobre o tema violência na mídia e seus efeitos sobre crianças e adolescentes. As pesquisas sobre a produção científica, em sua grande maioria originária dos Estados Unidos, artigos de revisão, protocolos e documentos produzidos que sintetizaram as conclusões desses estudos foram feitas nas bases de dados bibliográficos internacional e nacional da área da saúde. Discute-se a escassez de pesquisas brasileiras sobre a violência na mídia do ponto de vista da saúde e a necessidade de adequar teorias e métodos ao contexto nacional. Destaca-se também a importância de investigar a violência na mídia sob a ótica da saúde pública a fim de contribuir para a prevenção da violência e para a promoção da saúde de crianças e adolescentes.

Palavras-chave: Violência, Mídia, Adolescente, Saúde pública

2. Abstract

This article aims to study the main scientific, international and national contributions produced in health area, on subject "violence in the media and its effect on children and adolescents". Through the international and national bibliographical databases of health area, had been accessed the scientific production, in its great majority from the United States, review articles, protocols and documents produced which had synthesized the conclusions of these studies. It is also considered the scarcity of Brazilian research on violence in the media at the health side and also the necessity to adjust theories and methods to the national context. It is also stressed the importance to investigate violence in the media under the optics of public health in order to contribute to violence prevention and preserve children and adolescents health.

Key words: Violence, Media, Adolescent, Public health

3. Introdução

Neste artigo busca-se apontar as principais contribuições das pesquisas sobre violência na mídia e seu impacto na infância e adolescência, identificadas na literatura internacional e nacional do campo da saúde. No âmbito internacional, a produção científica se concentra principalmente nas áreas da medicina, psicologia e pediatria; e no nacional, há uma maior contribuição da área da psicologia, embora ainda bastante escassa se comparada à internacional. Do ponto de vista da saúde pública no Brasil, os trabalhos são quase inexistentes, fazendo-se necessário sério investimento na busca de uma compreensão cultural específica voltada, primordialmente, para a prevenção da violência e para a promoção da saúde de crianças e adolescentes.

O Programa do Adolescente da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) vem apontando a questão da violência na mídia como uma das prioridades de investigação, diagnóstico e prevenção a ser tratada pelo setor de saúde juvenil nas Américas (McAlister, 2000). De um lado, essa preocupação é justificada pela grande circulação de produtos midiáticos violentos, distribuídos, sobretudo, pelos Estados Unidos aos demais países do continente e para grande parte do mundo. Pesquisadores europeus e também norte-americanos vêm demonstrando que os programas produzidos nos EUA e exportados contêm mais quantidade e intensidade de violência que os de origem dos próprios países. Por outro lado, os estudiosos alertam que, com o fluxo global de informação pelas várias mídias (videogames, internet etc.), tornou-se muito mais difícil, para as sociedades, controlar a qualidade dos conteúdos em circulação.

Além do mais, em sendo a violência uma produção histórico-social, são necessários investimentos constantes na interpretação das novas formas de sua apresentação e de suas intrincadas articulações. Tal é o caso da necessidade de compreensão dos tipos específicos de violência próprios desse momento de mudanças profundas nos modos, meios e fatores de produção, circulação e consumo, sob a égide da revolução microeletrônica e de todos os meios comunicacionais e informacionais. Nesse sentido, a OPAS enfatiza a necessidade de se aplicarem modelos de investigação que contemplem os aspectos socioeconômicos e culturais de cada país. A busca de conhecimentos mais específicos permite elaborar políticas e estratégias adequadas a uma intervenção dos atores da saúde pública.


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