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Ação do espírito santo (página 3)


Partes: 1, 2, 3

Estou reconhecendo cada vez mais que esta sujeição é uma ação nosso definida e consciente, em obediência à Palavra de Deus. Na verdade isso deveria acontecer na hora da nossa conversão, quando nos arrependemos e recebemos a Cristo não somente como Salvador, mas como Senhor. Mas para muitas pessoas a sujeição só vem num momento de crise, depois da conversão.

No começo talvez não compreendamos inteiramente o que significa seguir a Cristo como Senhor. Mas mais tarde começamos a ver que o chamado de Jesus Cristo não simplesmente para crer nele, mas para segui-lo sem reservas, como os discípulos. Quando estamos confusos quanto ao senhorio de Cristo, devemos partir imediatamente à ação. Nossa intenção deve ser de submissão completa e definitiva, em princípio, mesmo se o Espírito Santo, nos meses seguintes, nos mostrar outras áreas em nossa vida que devem ser entregues. Na verdade esta é uma das provas de que se nos submetermos, colocando-nos à disposição de Deus, ele nos dirige a novas áreas que devem ser entregues.

O Espírito Santo vai nos testar muitas vezes, para ver se estamos mesmo falando sério. Ele pode até nos pedir que entreguemos algo em princípio, que realmente ele não quer que entreguemos, mas que estejamos dispostos a entregar. Nós devemos lhe dar liberdade para fazer o que quiser e através de nossas vidas.

Existem pessoas que sugerem que nós devemos orar a Deus para que ele nos encha com seu Santo Espírito, quando na verdade devemos orar para que o "eu" seja tirado do nosso coração, amor próprio, vontade própria, auto ambição e que nós estejamos completamente à sua disposição.

O terceiro passo e última etapa para ser cheio do Espírito Santo é andar pela fé. O Espírito Santo nos controla e domina. Agora, a partir desta verdade, temos de agir e andar ou viver na certeza plena de que Deus já nos encheu e que estamos sob o controle.

Quando nos entregamos a Cristo e o seguimos como Senhor de nossa vida, sabemos que alguma coisa aconteceu. O Espírito Santo toma conta de nós para nos guiar e dar poder. Vivemos agora pela fé, considerando-nos mortos para o pecado e vivos para Deus. Nós estamos cheios do Espírito Santo; agora devemos viver à luz dessa verdade; não é fazer de conta, é agir com base na promessa de Deus.

Se preenchermos os requisitos bíblicos para ficar cheio do Espírito, especialmente quanto ao arrependimento e confissão, podemos dizer que: "Pela fé sei que estamos cheio do Espírito Santo". As outras pessoas logo notarão se nós estamos cheios do Espírito porque quem o estiver, produzirá o fruto dele.

Isto nos leva à última verdade sobre a plenitude do Espírito: ficar cheio do Espírito não deve ser um acontecimento único, uma vez, mas um fato real e contínuo em cada dia da nossa vida. É um processo, que temos de nos entregar a ele todo o dia, diariamente temos de decidir ficar submissos. Em cada situação de conflito entre o "eu" e a vontade de Deus temos de tomar nossas decisões com base na nossa submissão contínua a Cristo.

Cada dia devemos nos empenhar para compreender mais da Palavra de Deus. Devemos orar a Deu que nos ajude a reconhecer nosso pecado. Devemos confessar e nos arrepender todo dia. Submeter nossa vontade há dele todo dia. Andar pela fé de uma maneira que ele esteja nos enchendo continuamente, à medida que nos submetemos a ele. E devemos passar cada dia na obediência à sua Palavra.

  • – Poder para uma vida santa

No final das contas precisamos ser cheios do Espírito Santo para glorificar a Cristo. Mas como é que nós glorificamos a Cristo? Nós glorificamos a Cristo vivendo para Deus, confiando, amando e obedecendo a Ele. Jesus disse: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus". (Mt 5.16).

Na vida cristã, poder está relacionado com uma pessoa, de maneira dinâmica. Essa pessoa é o próprio Espírito Santo, habitando dentro do cristão e enchendo-o com a plenitude do seu poder. Como há foi dito, ele dá poder com um propósito; deve ser usado. Apesar de colocar à nossa disposição recursos ilimitados, em cada situação ele só liberará o poder que usaremos ou necessitamos. Infelizmente muitos cristãos são desobedientes, orando por poder sem a intenção de usá-lo, ou não persistindo obedientemente até o fim. Eu acho que para nós cristãos é perda de tempo procurar poder que não tencionamos usar: poder de oração, sem orar; força para falar de Cristo, sem fazê-lo; poder para ter santidade, sem tentar viver uma vida santa; graça para sofrer, sem querer tomar sobre si a cruz; poder para o serviço, sem servir.

4.5 – Poderes para o Serviço

Nós glorificamos a Deus vivendo de maneira a honrá-lo, e isto só podemos no poder do Espírito Santo. Mas nós também glorificamos a Deus servindo-o, o que também só podemos fazer no poder do Espírito Santo. Nós somos cheios do Espírito Santo para servir.

Pedro e João estavam tão cheios do Espírito Santo, que quando estavam pregando, 3.000 pessoas foram salvas no dia de Pentecostes. Os apóstolos tinham ficado tão ocupados com os problemas normais dos milhares de crentes novos, que não lhes sobrava tempo para se dedicarem somente à pregação da Palavra. E eles pediram que fossem escolhidos sete homens para uma função prática, função administrativa.

Eles estabeleceram três condições para esses encarregados: "Escolheis, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço" (At 6.3).

Ninguém deve ser oficial de igreja hoje em dia sem possuir estas três qualificações para o serviço prático e não espiritual.

CAPÍTULO V

Campo de atuação do Espírito Santo

O Espírito Santo na Vida de Jesus

"Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a Sua sombra; por isso, também o Ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus" (Lucas 1:35). 

  O Espírito Santo esteve envolvido na encarnação de Jesus e Sua vinda a Terra. Jesus foi concebido por Maria pelo poder do Espírito. Antes de entrar em Seu ministério público, Jesus foi dotado do Espírito, que, no batismo, desceu sobre Ele em forma de pomba. Logo depois do batismo, o Espírito O levou ao deserto. 

Ao longo de todo o Seu ministério, Jesus foi conduzido pelo Espírito. Ele Se comprometeu sem reservas com o cumprimento da vontade do Pai, conforme se desvendava a Ele nas Escrituras Sagradas e pelas sugestões do Espírito. Ele submeteu Suas próprias inclinações. Não tinha maior desejo de morrer com a idade de 33 anos do que você ou eu. De fato, Ele implorou ao Seu Pai para afastar aquele cálice, se possível. Mas preferiu morrer aos 33 anos a contrariar a vontade de Seu Pai. Não insistiu em seguir Seu próprio caminho, embora pudesse facilmente fugir à morte. 

Sua obra, Seu ministério e Seus milagres foram realizados, assim como devem ser os nossos, pela direção do Espírito Santo. 

5.1. Nascimento miraculoso  

No nascimento de Jesus em forma humana, que papel teve o Espírito Santo? Leia Mt 1.18-20; Lc 1.35. 

Se existe na Bíblia algum texto que mostre os limites da ciência, da lógica e da experiência humana para explicar as grandes verdades de Deus, estes dois versos devem estar no topo. Já é surpreendente que uma mulher fosse engravidada pelo Espírito Santo. Que ela fosse virgem (Mt 1.23) torna o milagre ainda mais espantoso. Ao longo da história da igreja, houve pessoas tentando todos os tipos de explicações para o nascimento de Jesus, diferentemente do que os textos dizem. Os que limitam o que creem sós ao que seus sentidos podem lhes dizer, ao que a experiência passada lhes mostrou ou ao que a ciência moderna pode lhes explicar, terão muita dificuldade com estes textos e as grandes verdades que contêm. Mas os que confiam no poder de Deus (Lc 1.37; Hb 11.6) e na verdade da Palavra de Deus (2Tm 3.16) podem aceitar os textos pelo que dizem, não importa quão pouco entendamos os processos por trás da verdade ali revelada. Afinal, o justo viverá pela fé (Hb 10.38), e o que é fé se não a crença naquilo que não podemos entender completamente? Quem pode entender completamente que uma mulher humana e pecaminosa pudesse conceber em seu ventre o Filho de Deus? 

Por mais insondável que seja a encarnação de Jesus, não é difícil entender por que o Espírito Santo, que faz parte da Divindade, seria o agente executivo. Quem mais, a não ser Deus, poderia operar esse milagre? É difícil imaginar um anjo, ou qualquer ser inferior ou criado, como agente causativo desse ato incrível. 

5.2 - Ungido pelo Espírito 

Qual foi o papel do Espírito no ministério de Cristo? Leia Mt 3.16,17; Mc 1.10; Lc 3.21,22; Jo 1.32-34.

Embora fosse o Filho imaculado de Deus, aquele que estava com Deus desde a eternidade (Jo 1.1-3), em Sua manifestação humana, Jesus dependia totalmente do trabalho do Espírito em Sua vida. Isto é, na humanidade, Ele Se permitiu ser guiado e fortalecido pelo Espírito Santo. 

Agora, note que, nesta cena, as três pessoas da Trindade Se manifestaram de modo especial, nem sempre revelado na Bíblia: O Pai, o Filho e o Espírito Santo estavam presentes. Só este fato já deve nos dizer quão significativos foram à unção e o batismo de Jesus. Realmente, aqui, de modo especial, começou Sua obra, não apenas para a redenção da humanidade, mas para encerrar o grande conflito com Satanás. 

Foi na tentação do deserto (Mt 4.1) que Cristo passou pela mesma experiência de Adão, só que em situação muito pior do que a dele (afinal, Adão estava de barriga cheia no Paraíso, ao passo que Jesus, com o estômago vazio e roncando, estava em um deserto). Os três evangelistas que escreveram sobre a tentação enfatizaram que foi o Espírito, recém-concedido a Cristo de maneira marcante no batismo, que O levou ao deserto. Eles também declaram expressamente que foi Satanás que O tentou. 

5.3 - Guiado pelo Espírito 

"Pois o enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o Espírito por medida" (Jo 3.34). 

Atos 1.1,2 deixa claro que foi pelo poder do Espírito Santo que Jesus deu mandamentos aos apóstolos. Temos aqui também outra referência clara à dependência de Jesus ao poder do Espírito Santo. 

Com referência à natureza humana, por todos os dias de Sua humilhação, Jesus permaneceu sob a operação constante e penetrante do Espírito Santo. O Filho, a quem nada faltava, mas que, como Deus, em união com o Pai e o com Espírito Santo, possuía todas as coisas, adotou compassivamente a natureza humana. Embora fosse o Filho, Ele não tomou em Suas mãos Sua preparação, enriquecimento e operação, mas dispôs-Se a recebê-las da mão do Espírito Santo Que mudanças você precisa fazer em sua vida a fim de que toda palavra que falar seja pronunciado pela influência do Espírito Santo? Como suas palavras seriam diferentes do que são agora? 

5.4 - Atividades dirigidas pelo Espírito – I 

"O Espírito do Senhor está sobre Mim, pelo que Me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-Me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor" (Luc. 4:18, 19). 

Jesus pregou o evangelho aos pobres endemoninhados (Mc 5.1-16); perdoou a pecadora Maria Madalena (Lc 7.36-48; Jo 8.1-11) e a livrou do cativeiro do pecado; restaurou a vista aos fisicamente cegos (Mc 10.46-52), e também aos espiritualmente cegos; trouxe liberdade aos que estavam feridos e proclamou o ano aceitável do Senhor. 

Os fariseus afirmavam que Jesus expelia os demônios pelo poder de Belzebu. Mas Ele deixou claro que operava Seus milagres pelo poder do Espírito (Mt 12.28). Jesus dependia do poder do Espírito para operar Seus milagres durante o ministério terrestre. 

Leia que parte desempenhou o Espírito no oferecimento de Cristo de Si mesmo como resgate dos nossos pecados, em Hebreus 9:14.

Inspirado pelo Espírito, como Pedro resumiu o ministério de Jesus? Atos 10:38.

 5.5 - Atividades dirigidas pelo Espírito – II 

Deus é um, mas trino. As três pessoas da Trindade trabalham juntas. Estão intimamente unidas em Sua obra. Assim, embora esse texto diga que Jesus foi ressuscitado pelo Espírito, as duas pessoas da Divindade estiveram unidas na ressurreição de Jesus. 

Quem diz o apóstolo Paulo que ressuscitou Jesus? (Gl 1.1; Ef 1.17-20).

O que Jesus disse sobre Sua ressurreição? Que mais esteve envolvido nessa ressurreição? (Jo 10.17,18). 

  Sobre o fendido sepulcro de José, Cristo proclamara triunfante: "Eu sou a ressurreição e a vida." Essas palavras só podiam ser proferidas pela Divindade. Todos os seres criados vivem pela vontade e poder de Deus. São dependentes depositários da vida de Deus. Do mais alto serafim ao mais humilde dos seres vivos, todos são providos da Fonte da vida. Unicamente aquele que é um com Deus podia dizer: "Tenho poder para dá-la [a vida], e poder para tornar a tomá-la". (Jo 10:18). Em Sua divindade possuía Cristo o poder de quebrar as algemas da morte

Embora Paulo tenha escrito pouco sobre os eventos da vida de Cristo, Sua morte e ressurreição são temas constantes em suas epístolas. Ele observa que o "que é da mais alta importância" (1Co 15.3) para os crentes é que "Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu..." (v. 3-5). Não são de admirar que a Bíblia vincule as três pessoas da Divindade com a ressurreição de Cristo, como ocorreu no Seu batismo. Esse fato é de importância decisiva para tudo o que cremos como cristãos. Sem essa crença, como Paulo diz, não tem esperança (v. 17). 

Jesus é nosso exemplo. Viveu para agradar, honrar e glorificar o Pai nas coisas comuns da vida. Sua obra começou consagrando o humilde ofício do operário que labuta para ganhar o pão cotidiano. Quando trabalhava ao banco de carpinteiro, fazia tanto a obra de Deus, como quando operava milagres em favor da multidão. E todo jovem que segue o exemplo de Cristo na fidelidade e obediência em Seu humilde lar, pode reclamar aquelas palavras proferidas a respeito dele, pelo Pai, por intermédio do Espírito Santo: "Eis aqui o Meu Servo a quem sustenho, o Meu Eleito, em quem se compraz a Minha alma". (Is 42.1).

Tudo o que se refere à vida de Cristo na Terra foi realizado pelo poder do Espírito:

(1) Sua concepção (Lc 1.35); (2) Seu batismo (Lc 3.21,22); (3) Sua justificação, isto é, a manifestação de Sua vida justa (1Tm 3.16); (4) Sua guia na vida de serviço (Lc 4.1; veja também Lc 2.49); (5) Seus milagres (Mt 12.28); (6) Sua ressurreição (1Pe 3.18). Esta realidade assinala poderosamente a importância do papel do Espírito Santo no plano de salvação e em nossa vida.

5.6 – O Espírito Santo na Igreja

Existe um relacionamento muito estreito entre o Espírito Santo e a Igreja. É deveras notável a participação do Espírito na formação, direção e atividade regular da Igreja. A palavra igreja vem do termo grego ekklesia, uma junção de dois vocábulos, ek ou kaleo, e significa chamar para fora, convocar. Ekklesia, na maioria dos casos, designa a Igreja neotestamentária.

Jesus foi o primeiro a fazer uso dessa palavra no Novo Testamento. Ele aplicou ao grupo dos que se reuniram em torno dele, reconhecendo-o publicamente como seu Senhor: "Eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela". (Mt 16.18).

Após a descida do Espírito Santo no Dia de Pentecostes, foram estabelecidas igrejas por toda parte, a partir de Jerusalém. A Igreja foi oficialmente estabelecida no Dia de Pentecostes, com o derramamento do Espírito sobre os cristãos presentes no Cenáculo. Desde então, ela tem desfrutado da comunhão do Espírito sem medida.

Entre as ações do Espírito Santo com relação à Igreja, podemos dizer que é Ele quem a conforta (At 9.31), infunde o amor divino nos cristãos (Rm 5.5; Gl 1.4,8), guia e dirige os membros do Corpo de Cristo (Rm 8.26,27; At 10). O Espírito sena os cristãos para o dia da redenção (2Co 1.22; Ef 1.12,14; 4.30). É também o Espírito Santo quem revela segredos espirituais (1Co 2.9-14), oferece liberdade (2Co 3.17) e concede plenitude de poder aos cristãos (At 1.8; Lc 24.49; Rm 8.13).

Aos líderes eclesiásticos, a mensagem do Novo Testamento é muito clara: "Cuidai, pois, de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue". (At 20.28).

Desde o primeiro dia de estabelecimento, a Igreja tem estado debaixo da administração do Espírito Santo, que cuida diuturnamente dela, abençoando todos os que se tornaram parte do Corpo de Cristo (At 5.11; 11.26; 1Co 14.19,28, 35 etc.).

O Espírito Santo é o representante de Cristo a quem está entregue toda a administração da Igreja até a volta de Jesus. Cristo sentou-se no céu onde Deus "sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da Igreja", e o Espírito desceram para começar a obra de edificar o Corpo de Cristo. O propósito final do Consolador é o aperfeiçoamento do Corpo de Cristo.

A direção do Espírito é reconhecida nos seguintes aspectos da vida da Igreja:

a) Administração: O Espírito guiou a Igreja em sua organização (At 6.3; 20.28);

b) Pregação: O poder da eloquência humana não é suficiente. Só o poder de Deus leva a salvação. (1Ts 1.5,6).

c) Oração: A pequena epístola de Judas apresenta uma grande expressão relacionada com a oração, ou seja, orar no Espírito (Jd 1.20). Quando alguém ora em Espírito, ele faz mediante uma entrega total, uma renúncia completa e uma piedade abundante. Orar no Espírito significa alcançar uma dimensão que se eleva além das paixões e fragilidades humanas, permitindo ao cristão descansar nos braços do Senhor.

d) Canto: Como resultado de ser cheios do Espírito Santo, os cristãos estarão falando entre vós em salmos e hinos e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração. (Ef 5.18,19).

e) Testemunho: O testemunho do cristão deve ser dado sob a unção e o poder do Espírito Santo, pois este foi dado à Igreja com o propósito de fazer de cada cristão uma fiel e ousa testemunha de Jesus Cristo (At 1.8).

A Igreja não teria sobrevivido durante esses dois milênios sem a assistência do Espírito. Ele tem tornado os cristãos concidadãos dos Santos e da Família de Deus (Ef 2.19). A permanente e insubstituível marca da Igreja é a presença do Espírito Santo.

5.7 – O Espírito Santo na vida do cristão: Andando no Espírito

Muitas passagens do Novo Testamento ensinam que os seguidores de Cristo precisam remover o mal de suas vidas. "Temos que crucificar a carne com as suas paixões e concupiscências". (Gl 5.24). Algumas vezes, as pessoas não entendem tais instruções e pensa que a vida de um cristão é vazia, despojada de todo o prazer. Mas Deus não tem intenção de deixar um vazio, de tornar nossas vidas, vácuos sem significado. Quando ele nos diz que precisamos remover o pecado, ele também nos mostra outras coisas que são muito melhores para encher nossas vidas e fazê-las mais ricas. Por exemplo, quando Paulo disse a Timóteo: "Foge, contudo das paixões da mocidade", ele imediatamente acrescentou esta instrução positiva para encher o vazio: "Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor" (2Tm 2.22). Ele tinha que remover o mal, mas imediatamente lhe foi dito que pusesse o bem no seu lugar.

Gálatas 5 torna esta distinção muito clara. Precisamos crucificar a carne, removendo suas obras de nossas vidas (versículos 19-21). Mas Paulo não parou aí. Ele continua essa lista de obras proibidas com uma descrição do "fruto do Espírito" (versículos 22-23). Aqueles que vivem no Espírito devem andar no Espírito. Devemos desenvolver cada uma destas qualidades como uma parte de nossa personalidade. O fruto do Espírito tem que ser produzido na vida de cada seguidor de Cristo. Consideremos as nove características do fruto do Espírito, para ajudar-nos a desenvolver estas atitudes quando procuramos viver e andar no Espírito.

5.8 - O Fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23)

Amor (22) é o amor puro, desprendido, sacrificial, que Deus mostra para conosco. A única maneira de aprendermos este amor é olhando para seu exemplo.

Em 1 João 4:7-12, lemos:

"Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós; em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, nos devemos também amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado."

Sabemos pelo exemplo de Deus, como amar. Este amor sempre procura o melhor para aqueles que são amados. Deus procurou o melhor para nós quando deu seu Filho. O esposo que ama sua esposa procura cuidar dela e protegê-la, até ao ponto de sacrificar sua vida para salvá-la (Ef 5.25). O discípulo que ama Cristo obedece a tudo que o Senhor ordenou (Jo 14.15). Mas o imitador de Deus que ama seus inimigos não procura destruí-los, mas ajudá-los e salvá-los (Mt 5.43-48). Não há maior desafio nas escrituras do que amar como Deus ama. Em contraste com as paixões da carne, vazias e passageiras, este amor é eterno (1Co 13.13).

Alegria (22) descreve o privilégio de regozijar em Cristo, apreciando as maravilhosas bênçãos de nossa relação com ele. Esta alegria não é dependente de nossas circunstâncias físicas. Dinheiro não compra esta alegria. Um dos livros do Novo Testamento que fala mais claramente sobre alegria foi escrito por um homem que sofreu muito. Enquanto ele estava na prisão, onde às vezes lhe faltava o essencial, Paulo escreveu a seus irmãos em Filipos: "alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos" (Fl 4.4; veja também 3.1; 1Ts 5.16). Muitas pessoas pensam que tal felicidade depende das circunstâncias. Até mesmo muitas igrejas falam tanto de saúde física e bênçãos materiais que dão a impressão de que essas coisas são necessárias à felicidade. A prosperidade física é nada mais do que um substituto barato e temporário para a alegria real que encontramos em Cristo. Os verdadeiros cristãos não consideram cada provação e dificuldade como um sinal de infidelidade ao Senhor, mas percebem que tais provações são ocasiões para alegria e oportunidades para crescimento espiritual (Tg 1.2-4). Nossa alegria vem de Cristo, que é totalmente suficiente, não da temporária prosperidade material.

Paz (22) é a sensação de bem-estar e tranquilidade que resulta de nossa amizade com Deus. Numa de suas horas mais difíceis, Jesus falou com seus apóstolos a respeito de sua partida. Ele tinha que ir embora, para completar sua missão. Mas o próprio pensamento desta partida afligia profundamente os apóstolos. Nesse contexto, ele lhes deu esta segurança: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não lhe dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize" (Jo 14.27). Jesus não está fisicamente presente neste mundo, mas nos deixou sua paz!

Longanimidade (22) é a capacidade de pensar antes de agir. Deste modo, demonstramos paciência e perseverança. Por causa da sua longanimidade, Deus tem dado tempo suficiente ao homem para se arrepender de seus pecados (2Pe 3.9,15). Ele não quer condenar ninguém, então procura a reconciliação com cada pecador. Paulo nos diz que a mesma atitude deveria governar nossas relações com nossos irmãos (Ef 4.2). Em vez de escapar com raiva ou agir despeitadamente para ferir aquele que nos feriu, deveríamos pacientemente mostrar nosso amor e procurar reconciliar com essa pessoa. Tal atitude melhorará nossas relações em todos os aspectos. Você pode imaginar como poderiam as igrejas e famílias ser mais fortes e mais felizes se cada membro praticasse a longanimidade verdadeiramente?

Benignidade (22) é a bondade de Deus, que melhor é ilustrada por suas ações para nos salvar quando estávamos profundamente enterrados no pecado. Paulo mostra este ponto em Tt 3.3-7. Deus nos viu em pecado, como escravos de todo tipo de desejos ruins e totalmente incapazes de nos salvarmos. Por causa de sua benignidade e amor, ele nos abençoou ricamente através de seu Filho e do Espírito Santo e resgatou-nos do pecado. Agora, em vez de sermos escravos, somos herdeiros, com uma esperança de vida eterna! É assim que Deus mostra benignidade. Temos que imitar tal bondade, mesmo para com nossos inimigos!

Bondade (22) é semelhante à benignidade. Esta palavra ressalta a generosidade em dar mais do que alguém merece. É a palavra que Jesus usou para descrever o homem que pagou ao seu empregado mais do que seu trabalho realmente valia (Mt 20.15). Os cristãos não devem ser pessoas avarentas, tão preocupadas com o que é "certo" que perdem a capacidade de ser generosas e dar mais do que uma pessoa realmente merece. Deus é generoso para conosco. Podemos ser generosos para com outros.

Fidelidade (22) é a lealdade que mantém sua palavra, cumpre suas promessas e não trai os outros. Empregados devem mostrar esta qualidade em seu trabalho (Tt 2.10). Aqueles que ensinam o evangelho têm que mostrar fidelidade em seu uso da palavra, percebendo que serão julgados por Deus (2Tm 2.2: 1Co 4.1-4).

Mansidão (23) é algumas vezes confundida com fraqueza e timidez, mas esta qualidade nunca é fraca. Mansidão, ou brandura, é a força sendo dominada. Moisés e Jesus eram mansos, mas mostravam força para enfrentar as autoridades poderosas de seu tempo e condenar claramente seus pecados. O cristão tem que mostrar sua sabedoria com mansidão (Tg 3.13). Esta é a atitude da submissão humilde, dominada, com a qual temos que estudar a Bíblia (Tg 1.21). É a atitude que os seguidores de Cristo têm que mostrar quando resgatam um irmão que recaiu no pecado (Gl 6.1; 2Tm 2.25).

Domínio próprio (23) é a capacidade de governar nossos próprios desejos. Diferente da pessoa que anda na carne, como um escravo de paixões pecaminosas, o servo do Senhor deve mostrar o domínio próprio (2Pe 1.6). Esta característica nos capacita a negar nossos desejos carnais. A pessoa que aprende a se dominar é capaz de vencer os vícios e maus hábitos que governam as vidas de muitas pessoas que continuam a andar na carne.

Andando no Espírito

As obras da carne (Gl 5.19-21) são todas contra a vontade de Cristo, o fruto do espírito é inteiramente lícito: "Contra estas coisas não há lei" (Gl. 5.23). Paulo encerra esta parte relembrando-nos que aqueles que pertencem a Cristo crucificaram as paixões da carne. Seus servos vivem e andam no Espírito, demonstrando as qualidades reveladas nas Escrituras como características piedosas de verdadeiros cristãos. Procuremos todos entender estas qualidades para que possamos viver e andar com Jesus, agora e eternamente!

CONCLUSAO

De acordo com que foi apresentado neste trabalho, podemos, com tranquilidade, chegar a algumas conclusões. Vimos que o pentecostalismo é uma forma de cultuar a Deus, com intuito de levar a pessoa a entregar-se-à Jesus Cristo e alcançar a salvação diferente de outras formas que vemos em algumas religiões.

Aprendemos que o Espírito Santo enviado por Deus, já atuava desde o Antigo Testamento, e Jesus prometeu que Ele seria o Consolador após sua ascensão aos céus. Com isso pudemos verificar, qual seria o papel do Espírito Santo em nossas vidas, através do próprio batismo com fogo e já predito pelo profeta João Batista.

Na verdade o Espírito Santo é o próprio Espírito de Deus direcionando todo agir, pensar, falar e todo querer, e quando o recebem, permitem ser conduzidos por Ele, nossa vida toma um direcionamento diverso do que iriamos seguir, sabendo sim que este é o caminho correto para uma vida bem melhor.

De outro lado, o que preocupa é a forma como interpretam algumas religiões, quanto à ação do Espírito Santo. Ele nos foi concedido, através do propósito de Deus, para que tenhamos uma vida reta e digna, todavia, algumas denominações o interpretam como uma ação momentânea e para determinados propósitos, sem realizar mudança no estilo de vida das pessoas. Assim, as pessoas se acham cheias do Espírito Santo em uma situação, porém continuam uma vida de pecados.

As pessoas só darão conta de si, quando perceberem que nada mudou em suas vidas, se afundando num mundo de ilusões e por fim, acabam desistindo de seguir toda e qualquer religião, como consequência surge às doenças psicossomáticas, ou seja, depressão, estresse, tristeza, angústia, decepção, etc.

Por isso para ter uma vida digna e correta, com o Poder do Espírito Santo atuando no propósito de Deus, precisa se dedicar a leitura da Bíblia, ter uma vida de oração, viver pela fé, ser anunciador da própria Palavra e que seu próprio estilo de vida sirva de testemunho.

E quando sabemos que estamos no caminho certo? Quando entenderemos que estamos sendo conduzidos pelo Espírito Santo? Quando discernir a atuação do Espírito Santo ou manifestação diabólica? Tudo isto está neste trabalho elaborado com estudo feito por um material rico em argumento e esclarecedor, além da consonância da Palavra de Deus.

Concluindo, devemos ressaltar que este trabalho foi prazeroso em sua elaboração. É bem verdade que foi desafiador e acreditamos ter conseguido alcançar o propósito de colocar nas mãos das pessoas todo um histórico sobre o Espírito Santo, desde seu surgimento até os dias de hoje.

Mas fica aqui, o desafio para outros entendimentos do que foi estudado, como também apresentação de outros complementos sobre a Ação do Espírito Santo.

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Dedico este trabalho a todos que me incentivaram e me ajudaram para que tudo fosse finalizado com sucesso.

Principalmente à minha esposa Silvana e aos meus filhos Diogenes e Ranielli que me acompanhou, transmitindo-me tranquilidade.

Também agradecer ao meu Pastor, Bispo Alfredo Tiezzi e a Missionária Lurdes Tiezzi, meus professores e idealizadores do seminário teológico.

 

Autor:

Jorge Sales

sales.jorge[arroba]hotmail.com

Orientador (a)

Prof. E. Vanessa Pereira

FAETEL – FACULDADE DE EDUCAÇAO TEOLÓGICA LOGOS

SAO PAULO

2015

Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Teologia, da Faetel – Faculdade de Educação Teológica Logos, sob a orientação do(a) Prof. E. Vanessa Pereira.

Partes: 1, 2, 3


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