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Postulado do Determinismo Indeterminado (página 2)

Rui Alberto Silva

Por Mark Spencer[4]

Estava um dia lindo em Baiona, Espanha. Decorria o Congresso Internacional de Antropologia. A expectativa era grande. Londa Schiebinger[5]ia apresentar, finalmente, as conclusões definitivas da viabilidade dos estudos do ADN Mitocondrial e possibilitar, finalmente, um estudo aprofundado sobre as origens mais remotas da Raça Humana[6]Ninguém deu importância um pequena nota no programa do Congresso que dizia que um jovem assistente de Antropologia da Universidade de Santiago de Compostela, iria palestrar, em complemento à conferência de Londa Schiebinger. É habitual os grandes vultos darem parte do seu tempo a algum "aspirante", uma primeira oportunidade… Todos ficamos, no fim da brilhante conferência de Londa Schiebinger para ouvir as breves palavras desse jovem desconhecido.

Lembro-me do sorriso de todos. Um homem, que aparentava mais idade do que a sua breve biografia indicava, entrou, muito tímido e sem recurso a nenhum texto, apenas a algumas notas manuscritas e começou a falar… Da timidez nasceu a desinibição total, da condescendência para com um jovem aspirante, a audiência começou a prestar atenção. Estava a ser apresentada os pressupostos epistemológicos da Teoria da "Eva Negra" de Londa Schiebinger, mas, também, estava a ser apresentada uma das mais brilhantes e revolucionárias teorias da antropologia contemporânea: a Teoria do Determinismo Civilizacional, ou, como é actualmente mais conhecida a Teoria da "Árvore do Éden".

Naquele dia "nasceu" o que hoje é o Alberto Silva. Líder incontestado do movimento da "Antropologia Convergente"[7], autoridade incontornável nos estudos civilizacionais e religiosos, um dos nomes incontestáveis do panorama mundial dos estudos Antropológicos.

Em 2006, quando a Universidade Oxford, lançou o Pós-Douturamento em Ciências da Religião, no qual tinha sido admitido, constatei que o Alberto Silva ia ser meu colega. Foi uma surpresa, tem sido um prazer e uma honra trabalhar com aquele que hoje considero amigo e companheiro. Brilhante, genial, absolutamente imprevisível nos seus pensamentos e teorias é também o exemplo do que deve ser o cientista. Encara a sua profissão, a sua actividade tanto na investigação como na docência, como uma missão, uma "gesta" como se diz na sua língua, em que o engrandecimento do conhecimento humano, a evolução da ciência, a construção de um mundo melhor e mais justo é o seu objectivo. É um sonhador, por vezes até utópico, no cruel mundo em que nos movemos. Mas é nesse sonho que o Alberto desenvolve o seu trabalho brilhante que, por certo, ficará gravado a fogo nas páginas da história. O Alberto cita muitas vezes, nas nossas longas conversas, quando o alertamos para a malícia do mundo, para que contenha o seu incurável idealismo, a sua ânsia de sonho, um poeta português que diz que "É o sonho que comanda a vida"[8].

É desse sonho que nasce mais uma jóia da antropologia moderna. Demonstrando uma humildade desconcertante mas também uma genialidade extrema, com este trabalho, o Alberto Silva vem esclarecer alguns pontos da muito complexa teoria da "Árvore do Éden". Sem pedir nada em troca, sem ânsias de fama ou glória, olhou para a sua teoria e complementou-a, desenvolveu-a.

Esperamos que esta versão em inglês e por nós anotada, seja um contributo para o desenvolvimento dos estudos antropológicos, do movimento da "Antropologia Convergente" e do conhecimento do Ser Humano no seu todo. E que também seja um contributo para que todos nós, demasiado mundanos e pragmáticos, nos deixemos contagiar por esse sonho impossível do Alberto, pois, analisando profundamente o mundo, a vida, o Homem, o Alberto e o poeta que ele cita é que têm razão e devia ser mesmo o sonho a comandar a vida.

Londres, Fevereiro de 2007

Mark Spencer (Ph.D)

ALBERTO SILVA (Ph.D.)

NOTAS EXPLICATIVAS SOBRE A TEORIA DO DETERMINISMO EVOLUTÍVO

Ao Sapientíssimo Senhor Prof. Doutor

José Hermes Fernandez

Mestre, amigo, companheiro.

Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibifinem di dederint, Leuconoe, nec Babyloniostemptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati.seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,quae nunc oppositis debilitat pumicibus mareTyrrhenum: sapias, vina liques, et spatio brevispem longam reseces. dum loquimur, fugerit invidaaetas: carpe diem quam minimum credula postero.

Horácio

Ode 1.11

Nota de abertura

Tendo em consideração algumas polémicas que se tem levantado quanto à nossa teoria dos determinismo evolutivo que avançamos na Conferência Internacional de Antropologia em Baiona em Junho de 2005, e em atenção a todos aqueles, alunos, professores e instituições que nos deram a honra de a apoiar, desenvolver e aplicar, achamos por bem, neste ponto, e para a clarificação de alguns aspectos sobre os quais se gera controvérsia, esclarecer alguns pontos sobre a referida teoria.

Não se veja, neste pequeno trabalho, uma tentativa de defender a teoria por nós avançada. Como homem de ciência estamos perfeitamente conscientes das fragilidades que qualquer acto humano pode conter. Somos um fiel adepto da evolução científica que não se faz sem que umas teorias sejam desacreditadas ou complementadas para que outras surjam. Assim se faz a evolução em ciência.

No entanto achamos que, no caso presente, e tendo a teoria do determinismo evolutivo ter sido apresentada unicamente numa conferência, não havendo bibliografia ou documentos de nossa autoria que a suporte, se devia clarificar alguns aspectos "menos" explícitos dessa teoria para que, de melhor modo, possa ser estudada, rebatida e abalizada.

Tanto no caso da teoria do determinismo evolutivo como no caso do presente documento é apenas nossa intenção contribuir para a evolução da ciência no geral e, no âmbito da antropologia, do conhecimento mais profundo do Ser Humano na sua condição e circunstância.

Dos postulados

  • 1. O postulado original que deu inicio a este percurso investigativo (pois afirmamos que continua a ser um percurso investigativo) teve início em estudos por nós efectuados juntamente com a nossa colega Londa Schiebinger, da Universidade Harvard, no seguimento da sua teoria da tipificação da evolução humana através da análise do ADN mitocondrial, em antítese ao ADN cromossomático como se tinha procedido até então.

Com a descoberta do tipo L3, a teoria de Londa Schiebinger ganhava consistência, no entanto, faltava a esta teoria uma base epistemológica[9]e metodológica para avançar. Concordamos em participar com ela no desenvolvimento dessa mesma tese, no seguimento de uma investigação por nós efectuada no tempo, sobre a transversalidade dos comportamentos humanos[10]Se a teoria da evolução mitocondrial conseguisse provar a existência de uma origem comum do género humano, então a teoria da transversalidade cultural poderia, de um ponto de vista, pelo menos factual, encontrar algumas bases de sustentação. Nessa perspectiva avançamos com a teoria do determinismo, partindo das hipóteses levantadas pela Londa e baseado no método cartesiano[11]aplicar as leis da relatividade restrita e da mecânica quântica aos comportamentos humanos, projecto que há muito acalentávamos[12]

  • 2. Em dois anos de pesquisa essa mesma base teórica foi aplicada por uma vertente da comunidade cientifica que, tal como nós, apoiamos a investigação cientifica radicada nos sistemas complexos de Edgar Morin[13]e dos processos sistémicos de Daniel Durant[14]em detrimento do sistema de especialização estanque baseada nas metodologias investigativas do século XX.

  • 3. Alguns programas e investigações avançaram com eficiência tentando encontrar o que se começou a designar por "Éden Cognitivo" ou, então, metaforicamente por "Árvore do Éden" nome pela qual acabou por ficar conhecida as bases metodológicas da nossa teoria, em contraponto com a teoria da "Eva Negra" da Londa Schiebinger.

  • 4. Dois programas destacam-se na aplicação da teoria da "Árvore do Éden". Um, da National Geographic Society, designado por Genographic, baseia todos os seus postulados na hipótese da tese da Londa Schiebinger e, por consequência nas premissas epistemológicas dessa mesma teoria que é a teoria da "Árvore do Éden". Este programa tenta definir o percurso evolutivo da Raça Humana, recorrendo, como propusemos na época, ao ADN mitocondrial.

Outro projecto consiste na comparação hermenêutica de textos místicos e lendas etnográficas a ser desenvolvido, embora ainda numa fase embrionária, em conjunto com a Universidade de Oxford e de Harvard.

  • 5. Temos acompanhado com muita atenção a evolução destes dois projectos em especial e de outros que decorrem da implementação prática da teoria a "Árvore do Éden".

  • 6. Nesse acompanhamento temo-nos congratulado com todo o empenho, dedicação e progressos conseguidos pelas equipas no terreno, tendo, sempre, tentado dar o nosso apoio e conselho quando os técnicos encontram dificuldades na implementação dos postulados nas operações.

  • 7. Temos estado particularmente atentos a todos os problemas, incoerências e lapsos que a teoria, na sua génese epistemológica, tem encontrado.

  • 8. De todos os problemas detectados destacam-se três que receberam a nossa especial atenção:

  • a) A morosidade do processo;

  • b) A quantidade de dados recolhidos e a sua compilação;

  • c) O facto de, mesmo assim, não se conseguir, em muitos casos, atingir os objectivos propostos pelo determinismo.

Do tempo

  • 9. Em relação ao primeiro problema detectado, postula-se na "Teoria da Árvore do Éden" que conhecendo todas as variáveis de um sistema e aplicando a análise das estruturas complexas avançadas por Morin, se poderia determinar não só o percurso evolutivo do comportamento civilizacional como, da mesma forma, antever o futuro próximo (ou mesmo longínquo) desse mesmo percurso[15]

  • 10. Mas para que o postulado da determinação padrão evolutiva se estabeleça é necessário, em primeiro lugar estar na posse de todas ou de grande parte das premissas e suas variáveis associadas que condicionaram o percurso evolutivo.

  • 11. Tal condição determina que o trabalho seja obrigatoriamente exaustivo, meticuloso, que existam pontos de controlo, de referência e metodologias de validação processual como curvas de incerteza e de calibração dos vários métodos utilizados[16]

  • 12. A aplicação de tal processo é, obviamente lento, moroso e dispendioso e só possível, hoje em dia, devido às tecnologias de tratamento de informação de que dispomos[17]

  • 13. No que respeita a este ponto em concreto apela-se a todos os investigadores e aos nossos Sapientíssimos Pares uma reflexão profunda sobre a validade do Tempo no trabalho e validação do método científico. O Tempo, em si, não é um obstáculo, antes um elemento fundamental para o próprio processo de investigação. Permite, em primeiro lugar, a análise cuidada e atenta dos dados recolhidos evitando "entusiasmos" de primeira impressão. Recorde-se que na Teoria da "Árvore do Éden" se postulava que a inserção de uma variável ou premissa não válida no corpus da estrutura evolutiva bastaria para lograr todo o processo.

  • 14. Em segundo lugar o Tempo permite que se constate um dos pressupostos obrigatórios no método científico cartesiano que é a validação por ocorrência dos factos. Só um facto que ocorra com determinada periodicidade e similitude em contextos confluentes e controlados podem ser considerados válidos. Podemos, recorrer, inclusive aos pressupostos aristotélicos em que a premissa de base do algoritmo só pode ser admita como axioma se, em idênticas convergências de experimentação, a premissa de base permanecer estável em relação ao axioma e consequentemente se manter imutável dentro da estrutura algorítmica, tornando-se, assim, uma constante, destacando-se das variáveis. De outro modo torna-se o facto analisado como um acaso resultante de aspectos variáveis do contexto analisado[18]

  • 15. Assim o processo temporal num estudo envolvendo a presente teoria deve ser definido de modo a que, embora decorra no período mais célere possível, não interfira com as validações necessárias e exigidas que só o Tempo por si e per si, pode conferir.

Dos dados

  • 16. No respeitante ao segundo ponto apresentado, constatamos que, devido ao aumento de técnicos qualificados envolvidos nas investigações e dos meios tecnológicos que dispomos a quantidade de dados recolhida e validada aumentou inexoravelmente.

  • 17. Neste aspecto em particular permitam-nos relembrar que o processo de obtenção do conhecimento por nós e pelo nosso caríssimo colega Prof. Doutor Umberto Eco proposto na "Teoria da Percepção Icónica" implica o esquema:

Dados ? Factualização ? Informação ? Percepção ? Conhecimento

Sendo estes dados obrigados à sequencialidade linear e à nulidade do processo se essa sequencialidade não se registar.

  • 18. Desta forma e tentando melhor clarificar os postulados apresentados na Teoria da "Árvore do Éden", define-se que só um conjunto de dados coerente e convergentes entre si no Tempo, Espaço e Circunstância podem ser definidos como facto e, por conseguinte o mesmo pressuposto aplica-se aos restantes elementos da sequência.

  • 19. Numa primeira acepção a linerialidade processual pode parecer complexa mas, antes pelo contrário é facilitadora da análise científica[19]Desde que o investigador tenha uma noção real da existência do dado pode, de imediato, proceder à sua validação ou não sobre a sua pertinência e da possibilidade de poder ou não, em conjunto com os outros dados, constituir um facto que permita a continuidade na linerialidade do processo.

  • 20. Desta forma a aplicação do próprio processo linear possibilita, em primeiro lugar, a seriação do válido e não válido no processo investigativo; em segundo o auto-controlo processual pois, mesmo que haja uma falha na validação de uma das premissas ela, conforme a continuidade processual acabará por produzir dados disformes ou incoerentes[20]

  • 21. Nesse caso resulta a detecção da premissa não válida admitida.

  • 22. Perante tal circunstância aconselhamos a repetição retrospectiva integral do processo linear até se encontrar a falsa validação.

  • 23. Desta forma, e retomando a importância do Tempo, não se pode rejeitar qualquer tipo de dado, sob pena de não de poder aplicar no todo ou em parte a Teoria da "Árvore do Éden".

  • 24. Recorde-se que na referida teoria foi proposto a rejeição integral do axioma da relação das partes e do todo em ambas as variantes, propondo-se a singularidade objectiva constitutiva do facto[21]

  • 25. Antes apela-se aos nossos Sapientíssimos Pares, a todos os investigadores assim como às instituições que trabalham ou apoiam o desenvolvimento científico a fazerem um redobrado investimento na criação de métodos e meios que permitam uma mais rigorosa e célere análise dos dados de modo a aumentar a sua validade, diminuir o tempo neles investidos assim como a queda da margem de erro e incerteza.

Da implementação

  • 26. O terceiro aspecto com que nos temos confrontado desde a implementação da Teoria da "Árvore do Éden" no terreno é que, mesmo recorrendo aos mais reputados especialistas e à mais avançada tecnologia disponível (como é o caso do Programa Genographic da National Geographic Society, dirigido pelo nosso amigo e colega Spencer Wells e com o alto patrocínio da IBM) em muitas situações tem-se chegado a impasses no processo linear do determinismo evolutivo.

  • 27. Estes impasses, como sucede no caso da mitocondria M343 e M2[22]tem levado alguns dos nossos Sapientíssimos Pares e investigadores a pôr em questão a sustentabilidade e mesmo a valida da Teoria por nós avançada.

  • 28. Perante este facto contrapomos que a Teoria da "Árvore do Éden" postula, em primeiro lugar um método em que determinadas condições específicas tem de estar reunidas tais como o aumento considerável dos elementos dos grupos de amostra, a tripa análise comparativa dos registo recolhidos, a análise linear não exclusiva da totalidade dos dados, o cruzamento total de todas as premissas em todas as suas variantes axiomáticas e a aplicação, na análise dos axiomas resultantes dos processos algorítmicos dos sistemas complexos. Só assim, e não de qualquer outra forma, a teoria por nós apresentada, tal como qualquer teoria aplicada, pode fornecer os dados dela esperados.

  • 29. No entanto, tendo estado em contacto permanente com os responsáveis de alguns projectos em que a Teoria é aplicada, especialmente da Genographic, constatamos que a aplicação prática da teoria, não obstante os meios e a inquestionável boa vontade dos que nela estão envolvidos, falha ou não é possível ser aplicada num os mais pontos das premissas de base.

  • 30. Pode então concluir-se que os resultados que defrontam um impasse não o são devido ao método seguido mas à impossibilidade prática de o implementar.

  • 31. Assim e desta forma somos levados a esclarecer que, embora seja, de facto, possível determinar o percurso evolutivo civilizacional nos três estados temporais de um grupo[23]ainda não é possível, pelas mais diversas razões, reunir, compilar e analisar os dados obrigatórios para a sua concretização, assim como o método tem sido frustrado pela não aplicação das premissas de base que se pressupõe seguir.

Do determinismo indeterminado

  • 32. Avançamos, então, com o que podemos designar por Determinismo Indeterminado[24]isto é, embora a determinação causal seja um facto teoricamente válido não está a ser possível reunir os factores para a sua concretização resultando, tal facto, na prática, no indeterminismo cartesiano.

  • 33. No entanto continuamos a afirmar e a acreditar que, com novos meios, novos métodos de recolha e tratamento de dados, um dia, o determinismo civilizacional será uma realidade.

  • 34. Da mesma forma continuamos a acreditar que, mesmo nas actuais condições, a Teoria deve ser aplicada pois só assim poderá continuar a ser testada, analisada e revista de modo a que possa ser melhorada, complementada, que possa evoluir.

  • 35. Do mesmo modo a continuidade da aplicação da Teoria da "Árvore do Éden" e as dificuldades e lacunas que enfrenta resultará, por certo, no esforço para que se descubram e desenvolvam os meios necessários para que um dia seja realidade. Sem a necessidade da resolução dos problemas nunca surgirá o engenho para os resolver e é o engenho que é necessário para que da impossibilidade e do impasse se passe para a possibilidade e para a descoberta.

Da aplicação continuada

  • 36. Mas para que a Teoria continue a ser aplicada no terreno e se possam obter conhecimento válido, mesmo que o seja aquém do prometido na súmula, recomendámos que os nossos Sapientíssimos Pares e restantes investigadores sigam alguns aspectos que, na nossa opinião, podem contribuir para a eficácia dos projectos desenvolvidos[25]

  • 37. Em primeiro lugar um incremento e um esforço para a multidisciplinaridade das equipas de investigação. Só a união e a convergência dos diversos ramos do saber, desde as ciências humanas até às ciências exactas, pode resultar numa visão abrangente da realidade. A partilha da informação e do conhecimento, a análise dos factos sob diversas perspectivas e métodos, são condições obrigatórias para o sucesso não só do assunto que aqui desenvolvemos mas para todo e qualquer método científico[26]

  • 38. Em segundo lugar recomendamos a aplicação simultânea dos silogismos aristotélicos e das estruturas do pensamento complexo, especialmente no respeitante à determinação das constantes e das variáveis, das premissas fortes e das premissas fracas e da variação lógica do tronco sinológico[27]

  • 39. Igualmente recomendamos que a ciência estatística seja aplicada com grande intensidade em todas as suas vertentes de modo a poder fornecer os pontos de controlo possíveis tanto no respeita aos sucessos que forem sendo obtidos como às impossibilidades que forem sendo encontradas.

  • 40. Recomendamos finalmente que os princípios elevados que presidem a toda à ciência e que estão reunidos na Filosofia sejam sempre e permanentemente aplicados sob pena de todo o esforço ser inútil e erróneo.

Das conclusões

  • 41. Não podemos, e para finalizar, de deixar de realçar um dos aspectos centrais e nucleares da Teoria da "Árvore do Éden" que se prende com as questões éticas com ela relacionadas. O determinismo civilizacional foi pensado, concebido e estruturado unicamente para um melhor entendimento das comunidades humanas no seu passado, compreensão dos factos presentes e planeamento de um futuro que incremente um maior equilíbrio sistémico dentro dos próprios grupos humanos e de eles com os outros.

  • 42. Ressalva-se também que não é, nem nunca será intenção da Teoria do Determinismo Civilizacional utopias de felicidade terrena, nem a criação de paraísos terrestres. Neste aspecto continuamos a remeter para a complementaridade entre a Teoria da "Árvore do Éden" com a nossa teoria já exposta do "Principio regenerador do caos".

  • 43. Apelamos que tanto em termos de investigação teórica, como em termos de aplicação no terreno se continue, em permanência, a questionar os diversos aspectos da Teoria do Determinismo Civilizacional de modo a que se corrijam as suas lacunas e para que possa evoluir para uma perspectiva mais vasta e global. Em ciência não há dogmas e a nossa teoria sempre esteve e estará aberta ao salutar confronto dialéctico na totalidade dos seus postulados.

  • 44. Voltamos a afirmar que o único objectivo de qualquer teoria antropológica é o melhor entendimento e compreensão do Homem no seu todo.

  • 45. Voltamos a afirmar que a ciência é um meio pelo qual e com o qual o Ser Humano lida para tornar o Homem um ser mais livre, igualitário e livre.

E por minha vontade assim digo, isto afirmo e determino.

Alberto Silva, Ph.D.

 

 

 

 

Autor:

Prof. Doutor Alberto Silva (Phd)

ruisilva.elite[arroba]gmail.com

Notas: Prof. Doutor Mark Spencer

2007


[1] - O texto da tese encontra-se disponível nas Edições da Universidade de Santiago de Compostela. Também se encontra traduzida para Italiano com introdução e notas do Prof. Umberto Eco.

[2] - Não existe qualquer texto do autor relativamente a esta teoria, mas apenas um breve texto introdutivo. Para o aprofundamento da referida teoria remetemos para a tese de Doutoramento da Doutora Ana Hermes Semian desenvolvida, precisamente sobre a teoria do Prof. Doutor Rui Silva

[3] - Não existe nenhum texto de referência de ambos os autores sobre esta teoria. No entanto esta é bastante desenvolvida no último livro do Prof. Umberto Eco "A Passo de Caranguejo".

[4] - Mark Antony Willian Franklin Belley and Spencer nasceu em Londres em 1965. Iniciou os seus estudos no Queen’s College e em Eton. Licenciou-se em Antropologia em Oxford, tornou-se mestre em Antropologia da Arte na Universidade Estatal de Florença e Doutorou-se em Oxford em Antropologia Cultural com uma tese sobre o desenvolvimento do imagético da representação do sagrado. Frequenta, actualmente, juntamente com o Prof. Doutor Rui Alberto Silva o Pós-Douturamento em Ciências da Religião na Universidade de Oxford. É Professor Catedrático da Universidade de Londres em Teoria da Arte.

[5] - Para consultar o Curriculum Vitae ver http://www.stanford.edu/dept/HPS/SchiebCV.pdf

[6] - Os estudos do ADN desenvolvidos nos anos 80 e 90 levaram à descoberta de dois tipos distintos de ADN. O ADN cromossomático, em que duas cadeias se unem, uma provinda do gâmeta masculino e outra do gâmeta feminino sendo por isso mutável e instável, resultando nas características individuais únicas de cada Ser Humano. Pelo contrário o ADN mitocondrial é imutável só estando presente no gâmeta feminino, passando, inalterado, de geração para geração ao longo dos tempos. O estudo deste tipo de ADN, devido à sua imutabilidade resultou na Teoria da "Eva Negra" que postula que sendo o ADN mitocondrial estável, seria possível, através das suas variantes cromossomáticas, "seguir o rasto" da humanidade desde as suas origens, como se propagou, etc.. Em 1998 Londa Schiebinger isolou, na Universidade de Harvard o tipo mitocondrial L3 datando do ano 200.000 A.C. e situando-o nas Margens do Lago Malema, no que é hoje a região norte da África do Sul. Desta descoberta a National Geographic Society desenvolveu o projecto Genographic que pode ser consultado em https://www3.nationalgeographic.com/genographic/index.html.

[7] - Movimento antropológico que determina a multidisciplinaridade da Antropologia, especialmente em relação às ciências exactas. Baseia-se nos postulados da lógica aristotélica e na convergência de todas as áreas do conhecimento para o estudo em Ciência. O Prof. Alberto Silva é, além de um dos co-autores desta nova tendência (que se opõe à antropologia de Tayllor) o seu actual líder incontestado.

[8] - Refere-se, obviamente a António Gedeão e ao poema "Pedra Filosofal".

[9] - Alberto Silva segue, em todo o seu trabalho e investigação o milenar método Aristotélico. Sendo um dos maiores especialistas em metodologias de investigação cientifica é um dos defensores acérrimos à aplicação da filosofia aristotélica à ciência Moderna. Sobre este aspecto remetemos para as notas publicadas por Sergio Villa Nueva sobre a conferência do Alberto Silva, subordinada ao tema "A Física e Metafísica Aristotélica na Ciência Moderna" publicada na colecção "Apontamentos" da Universidade de Santiago de Compostela.

[10] - Alberto Silva, desenvolve e investiga, desde 2004 uma teoria que pretende demonstrar a convergência dos comportamentos humanos de modo a definir as constantes e variáveis civilizacionais. Trata-se, sem dúvida, do seu mais amado projecto e, por certo, o seu maior objectivo.

[11] - Embora declaradamente Aristotélico o Alberto Silva recorre, especialmente no método de exposição e de expressão dos teoremas resultantes das suas teorias à filosofia Cartesiana, conseguindo conciliar o Aristotelismo e o Cartesianismo num só Corpus o que, por vezes, dificulta o entendimento as teorias apresentadas pelo Alberto Silva.

[12] - Uma das grandes dificuldades no entendimento, por parte dos alunos das teorias do Alberto Silva é, na lógica da "Antropologia Convergente" ele trazer para os seus estudos teorias e leis de outras áreas de estudo, tais como a Lei da Relatividade Geral de Albert Einstein e a Lei da Mecânica Quântica de Gustav Bhor.

[13] - Edgar Morin - Historiador, sociólogo e filósofo, é um dos maiores pensadores do século XX. Foi activista da Resistência Francesa durante a IIª Guerra Mundial. Director de investigação no CNRS e co-director do Centro de Estudos Transdisciplinares do EHESS, é presidente da Agência Europeia para a Cultura e da Associação para o Pensamento Complexo, comendador da Ordem das Artes e Letras, oficial da Legião de Honra de França. Os seus estudos e múltiplas publicações insurgem-se contra o que designa de "aniquilamento na especialidade" em que "cada homem sabe mais sobre cada vez menos". Apoia a generalização do pensamento e a complementaridade entre as áreas do saber. É um dos mentores do Alberto Silva.

[14] - Filosofo e pensador Francês. É o pai da Sistémica e da Teoria dos Sistemas. Esta teoria revolucionou completamente todos os ramos da ciência na segunda metade do século XX, fazendo introduzir o conceito de "sistema" no léxico da ciência. Um sistema é um grupo com elementos interdependentes que tendem para o equilíbrio (homeostase). Assim, por exemplo, conseguimos entender como funciona um ecossistema, um cibersistema., etc.. O Alberto Silva teve oportunidade de aprofundar as teorias de Durant durante o seu mestrado em Antropologia Cultural sendo um profundo conhecedor de toda teoria sistémica.

[15] - Alberto Silva recorre, na Teoria do Determinismo Civilizacional, também, aos teoremas da Lei da Relatividade Geral de Albert Einstein, especialmente na relação relativa espaço-tempo.

[16] - Tem-se denotado, nos estudos de Alberto Silva, uma crescente importância conferida às Ciências Estatísticas.

[17] - Alberto Silva, desde tenra idade, é um forte entusiasta das tecnologias da Comunicação e da Informação, especialmente da Informática. Na sua juventude foi formador de informática para operários fabris. Ainda hoje recorda essa experiência como uma das mais válidas da sua vida por ter entendido, em contacto com as estruturas do pensamento de simples trabalhadores, as bases lógicas do pensamento humano.

[18] - Destaca-se neste ponto uma das principais características do método de pensamento do Alberto Silva de, numa única análise, inserir várias correntes e teorias aparentemente inconciliáveis. Esta estrutura conciliadora no pensamento de Alberto Silva é uma das bases da "Antropologia Convergente" e está, no momento a ser tema de tese de Doutoramento da Coria McDonalment (Mp.D.) no departamento de filosofia da Universidade Oxford.

[19] - Tal facilidade só é efectiva se, de facto, quem se envolve no método proposto por Alberto Silva seguir a mesma estrutura de pensamento complexo e convergente. De outro modo torna-se de uma complexidade extrema.

[20] - Exemplo da aplicação concreta e simultânea dos pressupostos de validade binária de Aristóteles da base de homeostase sistémica de Durant.

[21] - Uma das teorias mais complexas de Alberto Silva em que se postula, ao contrário do que afirmava toda a ciência até hoje, que o todo não é igual à soma das partes. Alberto afirma que um todo é uma realidade abstracta e não concreta assente na circunstância tempo-espaço e mesmo que esta seja perfeitamente recriada, nunca se conseguirá reunir as mesmas partes que geram o todo anteriormente concebido. Desta forma não existem partes nem tão pouco o todo mas apenas percepções, condicionadas pela relação espaço-tempo, de uma circunstância.

[22] - Sub-tipos de ADN mitocondrial que, apesar de todos os esforços, não se conseguiram inserir nos postulados básicos da teoria da "Árvore do Éden". Actualmente estão-se a repetir as análises e a recolha de amostras para a despistagem do erro.

[23] - Refere-se, seguindo às bases Aristotélicas a Passado, Presente e Futuro.

[24] - Inicia-se, neste ponto, os postulados de uma nova teoria que irá, por certo, revolucionar não só os estudos antropológicos mas também todas as areas do conhecimento. A base axiomática resulta na constatação de que, as teorias não necessitam de ser comprovadas in facto, para se tornarem válidas, mas que, por vezes, são os meios, especialmente técnicos, que não têm capacidade para comprovar essa mesma teoria. Sir Alex Brow (PhD), catedrático de Física da Universidade de Edimburgo baseou a sua conferência no British Museum sobre a conciliação da técnica e a teoria neste postulado.

[25] - Destaque-se, neste ponto, a importância que o Alberto Silva confere à convergência de teoria e prática.

[26] - Referência directa às teorias de Morin no que respeita ao Pensamento Complexo.

[27] - Exemplo da aplicação dos postulados básicos da Física Aristotélica.



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