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A utilidade do laboratório de botânica para o ensino da biologia no ISCED do lubango (página 3)
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Os níveis de carboidratos estruturais são bem mais elevados em gramíneas do que em leguminosas, e nas folhas em relação ao caule. Com o avançar da maturidade verificam-se aumentos nos teores de carboidratos estruturais e redução nos carboidratos de reserva o que depende em grande parte as proporções de caule e folhas. Isso se reflete na digestibilidade da forragem, que declina de maneira especialmente mais drásticas para as gramíneas do que para as leguminosas (Reis et al., 1993).

Lípidos.

Os lípidos quantitativamente importantes nas forragens incluem principalmente os triglicerídeos e os glicolipídios. Além destes, outras substâncias solúveis em éter, tais como ceras, pigmentos, alguns ácidos orgânicos e óleos essenciais, são encontrados em quantidades bastante reduzidas, entretanto, poderão apresentar algum efeito sobre as características de palatabilidade das plantas. Nutricionalmente, glicolipídios e triglicerídeos são importantes fontes de energia para os animais (Heath et al., 1985).

Os níveis de lipídos nas forrageiras tropicais são muito reduzidos, raramente excedendo 60 g.Kg-1 de MS, e os galactolipídios constituem cerca de 60 % desta fracção. O ácido linolênico é o principal ácido graxo encontrado nos lipídos das forrageiras, representando de 60 a 75 % do total, seguido pelos ácidos linoleico e palmítico. As folhas são relativamente mais ricas que os talos em galactolipídios e triglicerídeos, já as sementes mostram-se bastante ricas especialmente em triglicerídeos, onde estes servirão de fonte energética condensada para a germinação (McDonald el al., 1995).

Minerais.

Embora os elementos minerais não forneçam energia para os animais, disbalanços nas forrageiras, em qualquer um dos 17 elementos considerados essenciais para os animais podem limitar a digestão, absorção e utilização dos componentes da dieta, assim como, sob algumas circunstâncias, poderá provocar toxidez para os animais (Norton, 2006).

A composição mineral das forrageiras varia em função de uma série de fatores interdependentes, dentre os quais se destacam: a idade da planta, o solo e as adubações feitas, diferenças entre espécies e variedades, estações do ano e sucessão de cortes (Gomide, 1976).

A baixa concentração de nutrientes minerais nas plantas forrageiras, pode ser por decorrência da baixa disponibilidade do mineral no solo, reduzida capacidade genética da planta em acumular o elemento, ou ser indicativo da baixa exigência do elemento mineral para o crescimento da planta. Da mesma forma, elevadas concentrações ou níveis tóxicos de alguns minerais, na composição das forragens, são indicativos de excessos de disponibilidade no solo, capacidade genética ou fisiológica da planta para altas taxas de acumulação, ou ser indicativo de elevados requerimento para crescimento (Underwood, 1983).

A diferença de composição mineral entre as espécies forrageiras, especialmente entre as gramíneas de clima tropical, não se mostra de grande magnitude salvo casos excepcionais (Gomide, 1976).

A variação do conteúdo mineral da planta forrageira em decorrência do avançar da maturidade, se deve em parte à respostas a fatores internos inerentes as características genéticas da planta, e em parte, à respostas a fatores de natureza externa, principalmente devido ao clima e condições estacionais, que podem contudo ser modificadas por práticas de manejo e irrigação (Underwood, 1983). Segundo Gomide (1976), a prática da adubação de gramíneas e leguminosas, é capaz de aumentar pelo menos em tese, o teor mineral destas plantas, entretanto, são frequentes os casos em que as plantas não respondem a adubação, ou seja, não revelam enriquecimento de sua composição mineral, e às vezes, mostram resultados inversos.

As plantas exigem para os seus requerimentos, elevadas proporções de potássio, cálcio, fósforo, magnésio, enxofre e sílica (macroelementos), e pequenas quantidades de ferro, cobre, manganês, molibidênio, zinco, cloro e boro (microelementos). As plantas e os animais diferem em seus requerimentos de minerais específicos. Os animais não exigem boro, mas necessitam de elevadas quantidades de sódio e cloro, e ainda pequenas proporções de cobalto, selênio, iodo, níquel e cromo, em adição a àqueles minerais exigidos pelas plantas (Heath et al., 1985).

Os níveis de cálcio nas gramíneas de clima tropical, são mais reduzidos que nas leguminosas. Em ambas as espécies verificam-se aumentos relativos nas concentrações de cálcio com o avançar da maturidade das plantas forrageiras, entretanto, admite-se que o cálcio nos tecidos destas plantas, presta-se à formação de sais insolúveis como o ácido oxálico, o que reduz drasticamente a sua disponibilidade para os animais.

Baixas concentrações de cálcio nas gramíneas de clima tropical, e altos níveis de ácidos oxálico observados em algumas espécies, sugerem que a disponibilidade de cálcio pode limitar a qualidade da forrageira para a alimentação dos animais em pastejo (Norton, 2006).

As gramíneas e leguminosas de clima tropical, são reconhecidamente pobres em fósforo, e as concentrações deste mineral declina com o avanço da maturidade a níveis que dependem da espécie forrageira, mas independem da aplicação de adubos fosfatados (Norton, 2006). A deficiência de fósforo relata para as espécies forrageiras de clima tropical, não se deve apenas às características intrínsecas das plantas, mas também à pobreza deste elemento mineral observada na maioria dos solos das regiões tropicais, com reflexos marcadamente negativos sobre a produtividade dos animais em pastejo.

Concentrações de magnésio mostram-se em geral mais elevadas em leguminosas de clima tropical em relação às gramíneas, contudo, sob condições tropicais, deficiências de magnésio nas pastagens, desencadeando problemas de tetania são incomuns, mas ocorrem com relativa frequência sob condições de clima temperado (Underwood, 1983).

Compostos tóxicos em plantas forrageiras.

Podem ocorrer nas plantas forrageiras alguns fatores que reduzem a qualidade das plantas e que estão sempre presentes, mas podem ser tolerados pelos animais se as concentrações ficam restritas a determinados limites. Presença de fungos, alcalóides, tanino, nitrato e cianetos podem provocar reações tóxicas nos animais, tornar as forrageiras menos palatáveis, o que reduz o consumo, ou provoca redução da atividade microbiana do rúmen, se reflectindo em menor digestibilidade da forragem (Van Soest, 1994).

Tais compostos podem ser encontrados em diversas espécies forrageiras de clima tropical pertencentes aos gêneros Brachiaria, Cynodon, Cenchrus, Panicum, Pennisetum, Setária, Sorgun, etc..., contudo a maioria dos compostos destas plantas podem ser detoxificados no rúmen ou fígado dos animais (Rodrigues, 1986).

Nas forrageiras a lignina se constitui em um dos factores anti – qualitativos mais importantes, por que limita a extensão da digestão, formando complexos com a celulose e hemicelulose na parede celular, tornando-a indigestível. As concentrações de lignina em gramíneas e leguminosas são diferentes, assim como os seus efeitos sobre a digestibilidade. Com digestibilidades semelhantes gramíneas apresentam teores de lignina inferiores às leguminosas (Heath et al., 1985).

Outro problema especificamente relacionado a espécie Brachiaria decunbens Stapf., forrageira e de ampla utilização no Brasil, são as micotoxinas relacionadas ao fungo Pithomyces chartarum que produz fotosensibilidade nos animais mantidos em pastagens destas gramíneas (Rodrigues, 1986).

Factores que afectam a qualidade das forragens.

Segundo Van Soest (1994), o solo, o clima, o animal, e doenças influenciam no crescimento e na composição das plantas forrageiras. As plantas utilizam a energia solar para fixação do carbono dentro de suas estruturas, e a distribuição deste carbono, bem como da energia fixada dentro das partes da planta são amplamente afetadas por fatores externos do ambiente. Deste modo, o valor nutritivo e a qualidadeda forragem são conseqüências destas condições.

Para a obtenção de forragens de qualidade superior é fundamental que sejam conhecidos os efeitos dos diferentes fatores de meio, a fim de que se possa adequar medidas de manejo com vista a atingir estes objetivos. Assim, aspectos como a individualidade das espécies, o estágio de desenvolvimento da planta, e a idade de corte, além da influência de fatores ambientais como clima e solo, são decisivos para a qualidade da forragem (Heath et al., 1985).

Diferenças entre espécies.

Espécies forrageiras diferentes crescendo sobre mesmas condições ambientais demonstram características nutritivas diferentes (Van Soest, 1994).

As variações na composição química entre as espécies, são resultado da diversidade genética das plantas. Leguminosas tropicais, apresentam-se mais ricas em PB, cálcio e fósforo que as gramíneas, o que explica em parte, o seu valor nutritivo mais elevado. As leguminosas quer sejam de clima tropical ou temperado apresentam teores protéicos similares, ao passo que as gramíneas de clima tropical, demonstram valores protéicos inferiores às de clima temperado (Reis et al., 1993).

Raramente são registrados em gramíneas de clima tropical, níveis de parede celular, inferiores a 55 % e, valores de 65 % são comuns em plantas colhidas em estágio vegetativo, e de 75 a 80 % naquelas em estágio avançado de maturidade. Comparativamente, gramíneas de clima temperado mostram teores variando de 34 a 73 % (Moore & Mott, 1973, citados por Reis et al., 1993).

Clima.

Os fatores de natureza climática que mais afetam a composição bromatológica das forrageiras são: a temperatura, a luminosidade e a umidade.

Segundo Van Soest (1994), elevadas temperaturas, que são características marcantes das condições tropicais, promovem rápida lignificação da parede celular, acelerando a atividade metabólica das células, o que resulta em decrescimo do pool de metabólitos no conteúdo celular, além de promover a rápida conversão dos produtos fotossintéticos em componentes da parede celular.

São verificadas reduções nas concentrações de lipídios, proteínas e carboidratos solúveis, e aumento nos teores de carboidratos estruturais de maneira generalizada nas espécies forrageiras, tendo como conseqüência, a redução sensível dos níveis de digestibilidade. Os efeitos da temperatura são mais acentuados em gramíneas do que em leguminosas em razão da alta taxa de crescimento típica das espécies C4.

A luminosidade garante o processo fotossintético e, consequentemente a síntese de açúcares e ácidos orgânicos, deste modo, independente da temperatura, a luminosidade promove elevação nos teores de açúcares solúveis, aminoácidos e ácidos orgânicos, com redução paralela nos teores de parede celular, aumentando assim a digestiilidade (Heath et al., 1985).

Entretanto, os efeitos das altas temperaturas são, em geral, mais decisivos sobre a qualidade da pastagem. Os efeitos da umidade sobre as plantas forrageiras, são bastante variáveis. Severas restrições hídricas, promovem paralisação do crescimento e morte da parte aérea da planta o que limitará a produção animal, tanto em razão da baixa qualidade quanto da disponibilidade da forragem. Por outro lado, deficiências hídricas suaves, reduzem a velocidade de crescimento das plantas, retardando a formação de caules, o que resulta em plantas com maiores proporções de folhas e conteúdo de nutrientes potencialmente digestíveis. Este efeito é particularmente verificado em gramíneas, uma vez que as leguminosas tendem a perder os folíolos com relativa facilidade mesmo sob déficit hídrico moderado o que reduz consideravelmente o seu valor nutritivo (Reis et al., 1993).

Déficit hídrico moderado embora produza melhoria de digestibilidade em gramíneas, promove normalmente alguma redução de produtividade, além de eventualmente, tornar mais pronunciados os efeitos tóxicos de alcalóides e glicosídeos cianogênico que possam estar presentes em algumas espécies forrageiras (Van Soest, 1994).

Solos.

Os efeitos do solo sobre as forragens podem ser avaliados sob dois aspectos: o da acumulação de minerais nas plantas, e da influência dos minerais no rendimento composição e digestibilidade da matéria orgânica das forragens. Plantas crescendo sobre diferentes solos demonstram diferentes balanços minerais que alteram sua composição e crescimento (Van Soest, 1994).

O nível de fertilidade do solo e a prática da adubação reflete-se na composição química da planta especialmente nos teores de PB, fósforo e potássio e consequentemente sobre a digestibilidade e consumo da forragem. Estes efeitos são mais marcantes sobre o rendimento de matéria seca da pastagem e menos sobre o valor nutritivo e composição da forragem (Reis et al., 1993).

Estágio de desenvolvimento e idade de corte.

O estágio de desenvolvimento da planta apresenta ampla relação com a composição química e digestibilidade das forrageiras. Com o crescimento das forrageiras, ocorrem aumento nos teores de carboidratos estruturais e lignina, e redução no conteúdo celular, o que invariavelmente proporcionará redução na digestibilidade. São alteradas as estruturas das plantas com elevação da relação caule: folhas, onde as plantas mais velhas apresentam maiores proporções de talos que de folhas, tendo portanto, reduzido o seu conteúdo em nutrientes potencialmente digestíveis (Reis et al., 1993).

O processo de maturação que é acompanhado pela redução do valor nutritivo, pode ser acelerado pela luminosidade, temperatura, e umidade, podendo ser por outro lado, retardado pelo corte ou pastejo.

Contudo, as características genotípicas de cada espécie deve ser considerada, e em geral, o declínio do valor nutritivo com o avançar do desenvolvimento é mais drástico em gramíneas que em leguminosas, mesmo crescendo sobre condições semelhantes (Van Soest, 1994).

A época da colheita da forragem quer seja pelo corte ou pastejo, deve estar relacionada ao estágio de desenvolvimento da planta e consequentemente ao seu valor nutritivo. As colheitas de plantas mais velhas implica alimento com baixa proporção de carbohidratos solúveis e de baixa digestibilidade, devido ao aumento da relação caule: folha, que parece ser o principal fator de perda de qualidade da planta com a maturação (Corsi, 1990).

Digestibilidade e Consumo Voluntário.

Os baixos níveis de produção animal em pastagens tropicais, tem sido associado com a baixa qualidade da forragem disponível em termos de consumo voluntário e digestibilidade. As interações de características químicas e físicas da forragem, com mecanismos de digestão, metabolismo e consumo voluntário, determinam o consumo de energia digestível e o desempenho animal (Rodrigues, 1986).

Das qualidades nutritivas das forragens, 70% depende do consumo voluntário e apenas 30% da digestibilidade, se consumo e digestibilidade forem considerados como componentes do valor nutritivo. Por outro lado, os mecanismos que controlam estes fatores são diferentes, podendo variar independentemente segundo (Raymond, citado por Corsi, 1990).

Digestibilidade.

A digestibilidade é a medida da proporção do alimento consumido que é digerido e metabolizado pelo animal. A princípio, a digestibilidade potencial de todos os componentes da planta, exceto a lignina é de 100%, contudo, a digestão completa nunca acontece devido às incrustações de hemicelulose e celulose pela lignina, que tem efeito protetor contra a ação dos microorganismos do rúmen segundo (Whiteman, citado por Reis et. al., 1993).

A digestibilidade pode ser determinada por métodos "in vivo", "in situ" e "in vitro". O método in vitro, em razão dos custos mais reduzidos, rapidez, e boa correlação com o método in vivo, tem sido bastante utilizado para a avaliação inicial de forragens (Perez, 1997).

Segundo Minson & McLeod citados por Geus (1979), as gramíneas de clima tropical são em média 13% menos digestíveis que as espécies de clima temperado. Assim, enquanto que a maioria dos capins de clima temperado tem digestibilidade superior a 65%, poucas espécies tropicais atingem este patamar.

A digestibilidade das espécies tropicais diminui de forma contínua com o avançar do desenvolvimento, e as espécies com digestibilidades iniciais mais altas, declinam a digestibilidade a taxas mais acentuadas que aquelas com digestibilidade inicial mais baixa. As espécies que conservam a digestibilidade em patamares maiores por maior espaço de tempo são mais interessantes para a produção animal. Espécies dos gêneros Brachiaria, Setaria e Digitaria, em geral mostram taxas de declínio mais lento, se comparadas com espécies dos gêneros Panicum, Chloris e Hyparrehenia (Rodrigues, 1986).

Consumo Voluntário.

O consumo voluntário é o fator primordial que influencia a eficiência com a qual os nutrientes ingeridos são utilizados. Quanto maior o consumo voluntário, mais elevado será o nível de produtividade dos animais e menores as exigências de nutrientes para cada unidade de produção animal (Heath et al., 1986).

Os valores de consumo são normalmente expressos na base do peso metabólico do animal (Kg W0,75).

A quantidade de forragem consumida por dia, depende do tempo de pastejo, da taxa de bocados e do tamanho do bocado. Stobbs (1969), citado por Reis et al. (1993), comenta que o tempo gasto pelo animal pastejando forrageira de clima tropical, é maior do que o registrado para as espécies de clima tropical.

Raymond, citado por Corsi (1990), propõe que os fatores determinantes do consumo de forragem sejam divididos em intrínsecos, ou seja, inerentes à forragem, e extrínsecos, que dependem da maneira como a forragem está disponível ao animal e dos efeitos de processos de conservação como ensilagem, desidratação e fatores do ambiente. Dentre os fatores extrínsecos, segundo o mesmo autor, a disponibilidade de forragem por unidade de área, foi responsável por 40% das variações de consumo em experimentos de pastejo.

Segundo Conrad, citado por Corsi (1986), dois são os mecanismos controladores do consumo: um mecanismo sensível à distensão do rúmen ou "enchimento" do trato digestivo e à velocidade com que o alimento digerido é expelido (teoria da distensão); e um mecanismo sensível à absorção de energia pelo animal (teoria quimiostática). Deste modo, alimentos com alta digestibilidade, superior a 60 - 70%, tem seu consumo controlado pela teoria quimiostática, e aqueles alimentos com digestibilidade abaixo destes valores, como os observados nas gramíneas tropicais em especial, tem seu controle pela teoria da distensão.

Segundo Aroeira (1997), o controle físico do consumo é mais evidente nas espécies de clima tropical, devido a maior percentagem de parede celular acumulada mais rapidamente nas forrageiras do tipo C.

Em razão da baixa digestibilidade da MS das forrageiras tropicais, o seu consumo será limitado pelas reduzidas capacidade ruminal, velocidade de degradação e velocidade de passagem pelo trato digestivo.

Aspectos intrínsecos do animal, tais como condições fisiológicas e variabilidade genética, também interferem neste processo (Corsi, 1986).

A velocidade de degradação da forragem no rúmen, depende da composição química e física da forragem, e está intimamente associada à velocidade de passagem que depende da redução dos tamanhos de partícula. Admite-se que diferentes forragens possam exercer efeitos diferenciados nas condições do rúmen, provocando mudanças no ritmo de degradação da forragem. A velocidade de degradação é o fator mais importante na determinação do consumo de forragens de qualidade inferior e é amplamente favorecido por adequados níveis de compostos de nitrogênio, minerais e de ácidos graxos de cadeia longa, que atuam possivelmente melhorando as condições para o desenvolvimento da flora microbiana, que torna-se mais ativa no processo de fermentação das forragens. Baixas concentrações de PB na MS, restringem o consumo voluntário, assim, estima-se que o nível crítico da PB na pastagem está entre 6,0 e 8,5% da MS (Minson e Milford, , citado por Cardoso, 1977).

A Digestibilidade da MO é outro fator que apresenta alguma correlação com o consumo voluntário, pois facilitará o processo de degradação e passagem da forragem pelo trato digestivo. Baixa digestibilidade implica em maior tempo de retenção da forragem no rúmen, promovendo limitações de consumo de ordem física. Entretanto, apenas de 40 a 60% das variações de consumo entre as forrageiras podem ser atribuídas à diferenças na digestibilidade (Reis et al., 1993)

A percentagem de folhas na pastagem apresenta boa correlação com o consumo, deste modo, Rodrigues (1986) cita que, para espécies com digestibilidades similares, o consumo aumenta com o percentual de folhas da pastagem.

Segundo Aroeira (1997), as informações sobre consumo de forrageiras de clima tropical e as respostas em termos de produção animal são muito limitadas, entretanto, a sua definição é fundamental pois permitirá o conhecimento da extensão em que a forragem fresca atende os requisitos energéticos dos animais quer para ganho de peso ou produção leiteira. Alguns resultados disponíveis de consumo de espécies forrageiras tropicais, como para o capim elefante (Pennisetum purpureum. Schum.), indicam ingestões diárias de 6,2kg de matéria seca digestível na época seca, e de 9,5 kg por dia na média anual, e produção de 9,5 kg de leite ao dia (Rocha, citado por Aroeira, 1997), o que correspondem a dados obtidos de 2,6% e 1,4% do PV, respectivamente para as épocas das águas e época seca, para vacas em lactação com produção média diária de 11,4 kg. O mesmo autor ainda destaca que a composição química e a digestibilidade do capim elefante, variaram em função do manejo, pressão de pastejo, intervalos entre pastejo e época do ano. Observações de digestibilidade da matéria seca apresentaram variações de 50 a 72% e de 50 a 64,7% para a matéria orgânica.

Dados sobre o consumo de matéria seca para pastagens de "coast-cross" (gen. Cynodon) no Brasil, indicam níveis de 11 a 16 kg de matéria seca por dia, em vacas em lactação produzindo de 16 a 18 kg de leite ao dia (Velela et al., e Lopes et al., citado por Aroeira, 1997).

Geus (1979), relata que animais consumindo pastagens de climas tropical e temperado recebendo suplementação concentrada, mostraram respostas em termos produtivos, muito maiores para dietas à base de forrageiras de clima tropical, isto em razão do seu valor nutritivo mais limitado, que permitiu que o concentrado produzisse maior efeito sobre o rendimento animal. Além disso, as respostas à suplementação às pastagens de clima tropical em termos de produção leiteira são bem mais marcantes, que para ganho de peso, em razão dos maiores requerimentos nutricionais das vacas leiteiras em relação aos animais em crescimento.

Considerações Finais.

As forrageiras de clima tropical apresentam algumas limitações de natureza nutritiva que se reflectem negativamente sobre a produção animal, entretanto, a partir de um conhecimento mais aprofundado destas limitações e das suas reais implicações na produção animal, pode-se propor alternativas que produzam melhorias nos sistemas produtivos, incrementando a produtividade animal nos sistemas pastoris.

A maioria dos trabalhos sobre qualidade de forragens de clima tropical, indicam que dietas exclusivas à base de pasto, só conseguem garantir níveis de produção leiteira, e ganho de peso relativamente baixos.

A utilização de espécies forrageiras de alta produtividade, devidamente adubadas e manejadas, podem suportar altas taxas de lotação, o que pode garantir por outro lado, a obtenção de elevadas produções por unidade de área.

Tabela 1. Composição bromatológica e nutrientes digestíveis na MS de espécies forrageiras de clima tropical a diferentes idades

Monografias.com

Fonte: Van Soest (1994)

Na tabela 1- mostra-se a composição bromatológica e nutrientes digestíveis na MS de espécies forrageiras de clima tropical a diferentes idades muitas destas espécies encontram-se no nosso laboratório e podem servir de referência para uma melhor selecçao das mesmas para a alimentação animal.

Tabela 2. Teores médios de alguns minerais na matéria seca de gramíneas e leguminosas de climas temperado e tropical

Monografias.com

Os valores entre parêntese, referm-se ao nº de observações.

Fonte: Norton (2006)

Na tabela 2 – sâo mostrados os teores médios de alguns minerais na matéria seca das gramíneas e leguminosas de climas temperado e tropical, chama atenção o nível de fósforo que tem os pastos e estes se devem relacionar com os níveis que tem no solo.

Tabela 3. Consumo estimado de MS de sete gramíneas tropicais num mesmo nível de digestibilidade de MS (55% DMS)

Espécies

Consumo estimado (g/KgW0.73)

Nº de observações

Setaria cv. Nandi

37

11

Digitaria decumbenz cv. Pangola

38

15

Chloris gayana

40

70

Pennisetum clandeznium

52

16

Sargum almam

58

33

Chloris gayana cv. Callide

58

9

Conchrus ciliaris cv. Molopo

63

22

Fonte: Rodrigues (1986).

Na tabela 3- Consumo estimado de MS de sete gramíneas tropicais num mesmo nível de digestibilidade de MS (55% DMS). Os valores máximos de consumo foram para o Chloris gayana cv, Callide e Conchrus ciliaris cv. Molopo.

Tabela 4. Consumo voluntário (CV) e digestibilidade da matéria seca (DMS) de folhas e caules de gramíneas de clima tropical, fornecidas a bovinos e ovinos.

Monografias.com

Fonte: Rodrigues (1986).

Na Tabela 4 mostra-se o Consumo voluntário (CV) e digestibilidade da matéria seca (DMS) de folhas e caules de gramíneas de clima tropical, fornecidas a bovinos e ovinos tendo os maiores consumos o P. maximum e P. clandestinum.

Conclusões do capitulo

A bibliografia consultada demostra a importância do trabalho laboratorial para o ensino de qualquer ciência, esta bibliografia apoia todo nosso trabalho e mais especificamente nossa proposta metodológica o que permite validar nossos resultados.

Introdução do capitulo.

Esta disciplina pretende iniciar o aluno nos métodos de estudo das plantas a nível de indivíduo, de populações e de comunidades. A nível de indivíduo, se interpretará a identidade e as estratégias de vida dos indivíduos vegetais a partir da descrição e análise de seus órgãos vegetativos e reprodutores. A nível de populações se interpretará a dinâmica das populaçõs vegetais a partir da descrição e análise dos indivíduos em diferentes fases de seu ciclo de vida. A nível de comunidades, se interpretará a estrutura e a dinâmica das comunidades vegetais a partir da descrição e análise de seus componentes bióticos e abióticos.

2.1 – Modelo de Prática de Laboratório.

2.1.1. Programa

  • 1. Introdução: estudo dos indivíduos, populações e comunidades vegetais: objectivos e métodos de estudo.

  • 2. Herbarização dos indivíduos vegetais: Objectivos. Informação prévia. Herbarização em campo: selecção do habitat a herborizar; recolecção do material vegetal. Tratamento de amostras colectadas: catalogação, prensar, secagem ou preservação, montagem e arquito. Identificação e armazenamento no herbário das amostras. Preparação de um relatório de herbarização.

  • 3. Identificação dos indivíduos vegetais: sistemática e nomenclatura. Definição de táxon vegetal. Categorías taxonómicas. A espécie. Fundamentos das classificações vegetais: sistemática vegetal. Identificação dos indivíduos vegetais: interpretação da morfología e determinação. Regras para a descrição e denominação dos táxons vegetais: o código internacional de nomenclatura botânica.

  • 4. Interpretação dos indivíduos vegetais: morfología (espermatófitas): interpretação morfológica-funcional dos distintos órgãos vegetais. Variaçoes dos indivíduos no tempo: ciclos de vida (espermatófitas). Interpretação das adaptações morfológicas e estratégias de vida do indivíduo vegetal.

  • 5. Ambiente e distribuição dos indivíduos vegetais. Macro e micro ambiente. Lei do mínimo. Teoria da tolerancia. Habitat potencial de uma espécie. Amplitude e óptimo fisiológico e ecológico. Factores abióticos. Factores bióticos. Densidade e padrão de distribuição espacial.

  • 6. Agrupação de indivíduos em populações vegetais: conceito de população vegetal. Modelo de crescimento populacional. Dinamica de populações vegetais: fases críticas do ciclo vital. Interacçoes intra e interespecíficas que afectam a dispersão.

  • 7. Agrupação de indivíduos em comunidades vegetais: Conceito de comunidade vegetal. Características das comunidades vegetais.

  • 8. Métodos para descrição e análise das comunidades vegetais: Mostrar as comunidades vegetais. Métodos descritivos baseados na: fisionomía, florística e a diversidade de espécies. Descrição de variações espaciais. Descrição de variações temporais. Métodos de análise: coeficientes de similaridade, análise cluster, análises de gradientes.

  • 9. Variações das comunidades vegetais no tempo: sucessão e resposta às perturbações. Tipos de variação das comunidades vegetais no tempo. Vias, causas e mecanismos da sucessão. Mudanças das características das comunidades vegetais.

2.1.2. Metodología de trabalho.

  • Prácticas no laboratorio

  • Prácticas no campo

  • Sessões teóricas.

  • Elaboração de um herbário pessoal

  • Elaboração de vários informes de práticas

  • Reconhecimento visual de plantas: - listagem de plantas - imagens

  • Herbário pessoal.

2.1.3. Método de elaboração do herbário.

Informação que convém conhecer antes de iniciar a recolecção.

  • Apresentação dos objectivos da recolecção.

  • Selecção da localidade e ambiente onde vai se recolectar.

  • Revisão bibliográfica das características gerais da zona de recolecção: relevo, hidrografía, clima, solos, vegetação.

Notas: - Ao iniciar o curso, os alunos deverão eleger uma localidade ou zona de recolecção principal, de onde procedem pelo menos a metade dos exemplares de herbario. A referida selecção será LIVRE, mas EXCLUSIVA, o que quer dizer que cada aluno poderá indicar a localidade ou zona que deseja, sempre e quando não coincida com as previamente elegidas por outro colega. Cada aluno deverá prencher nas primeiras semanas de práticas um formulário que entregará ao profesor e no qual escreve esta informação. - Não se recolectará no interior de áreas protegidas e se deverá ter especial cuidado nos lugares onde poderão aparecer plantas ameaçadas para obter informação da zona elegida.

Recolecção em campo do material vegetal.

  • Material mínimo necessário: caderno de campo, esferográficas, machado e/ou enxada para recolectar órgãos subterrâneos, sacos de plástico e mapa detalhado da zona à herborizar. Por exemplo, o mapa topográfico a escala 1/25.000 pode ter uma escala aceitavel para localizar o lugar da herborização e estimar a altitude e a quadrícula U.T.M. de 1 Km de lado.

  • Eleção do habitat onde recolectar.

  • Anotações para incluir na etiqueta de herbário: data de recolecção, localidade, altitude, orientação, habitat e legitimidade. São dados imprescindíveis que se incluirão nas etiquetas de cada folha do herbário e sem os quais a folha carece de valor. Não se admitem exemplares sem estes dados.

  • Eleição do exemplar a recolectar: os exemplares devem ter suficiente informação para poder interpretar sua estratégia de vida e determinar a que espécie ou subespécie à que pertence. Não incluir plantas ornamentais ou protegidas por lei.

  • Recolecção do exemplar: com os órgãos necessários para sua interpretação e determinação (flores, frutos, órgãos subterrâneos, órgãos de temporadas anteriores...). É recomendável conservar os exemplares em sacos de plásticos para evitar que se desidratem em excesso antes de prensados. Também resulta muito práctico agrupar todos os exemplares de um mesmo habitat num mesmo saco já que geralmente todos eles compartilham as mesmas anotações na etiqueta do herbário.

  • Número de recolecção: assinalar um número a cada especie recolectada, números que anotaremos em nossos cadernos de campo. É recomendável empregar uma mesma série numérica para a mesma espécie.

Etiqueta e Prensa

  • Se não se realiza a prensa imediatamente a seguir a recolecção, deverá proceder-se a conservação do material vegetal no frigorífico até o momento da prensa.

  • Etiquetagem dos exemplares, que incluirá a seguinte informação:

  • NOME DO TAXON junto com a autoría.

  • DATA: cada recolecção debe ter a sua data.

  • HÁBITAT

  • LOCALIDADE: se indicará o código provincial empregue no município e o lugar ou povoação mais próxima ao lugar de recolecção. Si for possível, anotam-se as coordenadas U.T.M.

  • ALTITUDE

  • LEGITIMIDADE (Legit.): pessoa ou pessoas que têm realizado a herborização. O autor do herbario deverá participar activamente na recolecção do material.

  • DETERMINANTE (Det.): pessoa que tem determinado ou identificado o táxon.

  • NÚMERO DE RECOLECÇAO assinalar o exemplar no caderno de campo.

  • Prensa do material com a ajuda de folhas, almofadas (ej: papel de jornal) e uma prensa. As almofadas se devem mudar periódicamente.

Elaboração de uma base de dados

  • O aluno armazenará toda a informação dos exemplares do herbário Numa base de dados. A informção de cada exemplar se armazenará num mesmo registo. Nos diferentes campos se incluem todos os dados das etiquetas, além da familia e o tipo biológico a que pertence o táxon recolectado.

Apresentação do herbário

  • Número de exemplares: se apresentará um mínimo de 75 táxons diferentes. Todos eles deverão estar correctamente etiquetados e numerados. Um mínimo de 60 exemplares deverão estar determinados a nível de familia, género ou especie.

  • Folhas de herbário: no canto superior esquerda da parte externa de cada folha de herbário, se anotará a familia a que pertence o taxon, debaixo da qual se indicará o nome do taxon. Por outro lado, no canto inferior esquerdo da folha se anotará o número de ordem do exemplar de herbário.

  • Ordem do herbário: as folhas se ordenam seguindo a sequência sistemática de famílias. Dentro de uma mesma familia, os exemplares seguem uma ordem alfabética. Os exemplares não determinados se colocarão em último lugar, acompanhados da sua correspondente etiqueta.

  • Informe do herbário: se colocará uma cópia do informe na parte exterior do herbário, atado com as cintas do herbário, e incluirá a seguinte informação:

  • 1. Descrição da zona de recolecção: incluindo sua localização geográfica e a descrição do clima, os solos e vegetação da zona. Indicar a bibliografía consultada.

  • 2. Nomenclatura dos táxons: especificando os autores ou floras se seguem a nomenclatura. (ex: flora hibérica, flora europeia, flora do país Vasco, etc.) o criterio indicado deverá ficar bem especificado.

  • 3. Se apresentam 4 listas dos táxons recolectados e em cada um dos táxons se ordenará:

  • Por ordem sistemática de familia (a mesma orden do herbário);

  • Por ordem alfabética;

  • Por localidades (no caso de haver mais de uma localidade a herborizar);

  • Por tipo biológico;

  • 4. - Espectro biológico da flora da localidade com maior táxons recolhidos. Sirva de exemplo o seguinte caso:

Monografias.com

Gráfico 1. Espectro biológico de la flora herborizada en Gazolaz.

  • 5. Resumo numérico, indicando o nº de folhas entregues, o nº de táxons diferentes determinados e o nº de táxons diferentes com ficha de organografía completa.

  • 6. Bibliografía empregue, tanto na descrição da zona, como na descrição dos órgãos e a determinação e nomenclatura dos táxons.

Avaliação. Será feita pela apresentação do informe de actividades practicas.

Exemplo de um modelo a seguir para a apresentação de um informe de prácticas

  • Apresentar os objetivos e hipóteses da prática.

  • Citar as características gerais da zona onde se realizou a práctica: localização geográfica, relevo, hidrografia, clima (basta com T e P médias anuais da estação mais próxima), solos, vegetação.

  • Enumerar as variáveis de estudo.

  • Descrever o tipo de unidades e estratégia de mostragem (número, tamanho e disposição das unidades de mestragem, assim como a duração do estudo).

  • Comentar os métodos de observação das variáveis, especificando as escalas de medida.

  • Apresentar os resultados. Indicar a data e a fonte dos dados (Pessoa ou pessoas que recolheram os dados.

  • Comentar brevemente os resultados.

Muito importante: se valorizará a capacidade de síntese.

Apresentação dos informes

  • Cada aluno entregara ao professor uma cópia do informe e outra dos dados (formato excel ou similar).

  • Prazo máximo de entrega: uma semana depois da realização da práctica.

  • Tabela 5. Para el registro de forragem.

    Dados

    Forragem.

    N_recolecção.

    Data.

    Divisão

    Subclase

    Familia

    Taxon (autoría)

    Tipo biológico

    Habitat

    Provincia

    Municipio

    Localidade

    Altitude

    Na tabela 5. indica o tipo para o registo da forragem.

    Conclusão do capitulo.

    O diagnóstico realizado por nós detectamos que o principal problema que têm os estudantes e professores é a carência de um guia metodológico para realizar as actividades praticas no laboratório de botânica. Este modelo proposto por nós atinge esse objectivo e dá solução a um dos problemas principais que tem o ISCED na realizaçao de actividades praticas.

    Introdução do capitulo.

    Para atingir os nossos resultados fez-se uma caracterização dos esudantes, inqueridos, referentes ao nível de conhecimento com relação a biodiversidade (Solo-Planta-Animal) e Análise Matemático e Estatístico das respostas referentes ao nível de conhecimento com relação a biodiversidade. (Solo-Planta-Animal).

    3.1 - Resultados

    3.1.1– Inquéritos

    Tabela 6. Caracterização dos estudantes.

    Monografias.com

    Legenda: p: <0.05. Método das proporções. NA – Não Assinalado.

    Na tabela 6 acima se mostra a caracterização dos alunos. Os intervalos de idades com mais % foram os de 25-30 e 30-35 com 37,50% e as de menor % foram as de 40-45 e 45-50 com 6.25 as quais não diferiram significativamente (p: <0.05). Realizou-se um inquérito a 16 estudantes, predominando o sexo feminino com 68.12% diferindo do sexo masculino 31.25 e NA 12.58 (p: <0.05).

    Na Tabela 7 com relação as respostas ao Inquérito dos alunos referentes ao nível de conhecimento com relação a Biodiversidade. (Solo-Planta-Animal). 1-Já ouviu falar de biodiversidade? 16 Estudantes disseram que SIM, 2 – Já ouviu falar de recursos fitogéneticos? 16 SIM. Isto comprova que os estudantes têm conhecimento da matéria questionada. 3- Em que nível de ensino abordou esta matéria? No nível superior com 9 resultados, o nível donde os estudantes trataram mais esta matéria. 4- Em que disciplina tratou estes assuntos? Ecologia e Genética. 5 - Achas necessário a introdução desta cadeira no plano curricular de Biologia no ISCED? 11 Estudantes disseram que SIM o que demonstra a importância da mesma no ensino superior. 6 - Ao questionar se não chocar com as actuais cadeiras de Biologia já leccionadas no ISCED 10 responderam que NAO. 7 - Que importância se se apresenta para si o estudo da Biodiversidade e recursos fitogenéticos? 12 Responderam que SIM o que demonstra que este estudo é muito importante. 8 – Ao questionar se a Biodiversidade deve ser considerada uma unidade ou um Capítulo de Ecologia os estudantes preferiram que seja uma unidade com7 estudantes. A maioria dos estudantes considerou que o ensino da Biodiversidade e recursos Fitogenéticos deve ser extensivo ao Ensino Secundário, primeiro e segundo ciclos com 12 SIM.

    TABELA 7. Respostas ao Inquérito dos alunos referentes ao nível de conhecimento com relação a Biodiversidade. (Solo-Planta-Animal).

    Monografias.com

    TABELA 8. Análise Matemático e Estatístico das respostas ao Inquérito dos alunos referentes ao nível de conhecimento com relação a Biodiversidade. (Solo-Planta-Animal).

    Monografias.com

    Legenda. p: <0.05. Metodo das proporções.

    Na Tabela 8 em relação a Análises Matemático e Estatístico as respostas ao Inquérito dos alunos referentes ao nível de conhecimento com relação a Biodiversidade. (Solo-Planta-Animal).

    1-Já ouviu falar de biodiversidade? 100% Estudantes disseram que SIM, 2 – Já ouviu falar de recursos fitogeneticos? 100% SIM . Isto reafirma que os estudantes têm conhecimentos da matéria questionada. 3- Em que nível de ensino abordou esta matéria? No nível Superior, com 56.25 % resultou o nível de maior % o qual difere (p: <0.05) e donde os estudantes trataram mais esta matéria. 4- Em que disciplina que tratou estes assuntos? Ecologia e Genética foram as disciplinas onde mais se tratou esta matéria com 31.25 % e diferiram dos demais parâmetros avaliados (p: <0.05). 5 - Achas necessário a introdução desta cadeira no plano curricular de Biologia no ISCED? Com 68.7% estudantes disseram que SIM o qual diferiu (p: <0.05) o que demonstra a importância da mesma no Ensino Superior. 6 - Ao questionar se não vai chocar com as actuais cadeiras de Biología já leccionadas no ISCED? 81.25% responderam que Nao o qual diferiu do SIM (p:<0.05). 7 - Que importância se apresenta para si o estudo da Biodiversidade e recursos Fitogenéticos? 75% responderam que SIM diferindo (p: <0.05) do NAO o que demonstra que este estudo é muito importante. Ao questionar se a Biodiversidade deve ser considerada uma Unidade ou um Capítulo de Ecologia os estudantes preferiram que fosse uma Unidade com 43.75% e diferiram dos demais parâmetros avaliados (p: <0.05). A maioria dos estudantes consideraram que o ensino da Biodiversidade e recursos Fitogenéticos deve ser extensivo ao Ensino Secundário, I e II ciclos com 75.00% e diferiu dos demais parâmetros (p: <0.05).

    3.1.2 Laboratório de Botânica. Classificação das Plantas Forrageiras e tóxicas

    No quadro geral em anexo, se mostram as plantas forrageiras inventariadas no laboratório de botânica do ISCED-Lubango. Foram inventariadas um total de 576 plantas forrageiras existentes entre gramíneas, leguminosas, Compositae, Amaranthaceae, Liliaceae e Malvaceae, em perfeito estado de conservação que de facto constitui um excelente meio de ensino para a apredndizagem da Botânica aos estudantes de Biologia, específicamente de Plantas Inferiores. Este diagnóstico constitui uma novidade científica, já que anteriormente nunca tinha sido feito e pela importancia do mesmo na formação de educadores.

    No quadro 3, mostramos o inventário das plantas forrageiras tóxicas, o nosso diagnóstico demonstra a existencia de 83 plantas tóxicas nos herbários existentes no laboratório de Botânica. Este diagnóstico resulta muito interessante devido ao conhecimento que pode alcançar os estudantes de Biologia e depois transmitir aos produtores de gado, a fim de se evitar perdas económicas, tal como no domínio agro-pecuário de vital importancia na provincia da Huíla.

    Quadro 3.Plantas forrageiras tóxicas

    Nome científico

    Localização

    1

    Arbus precatorius

    2

    Acacia pennata

    3

    Ageratum conyzóides

    4

    Alysicarpus vaginalis

    5

    Anagalis arvensis

    6

    Asclepios microphyllo

    7

    Bolomites angolensis

    8

    Bridelia mollis

    9

    Burka africana

    10

    Canavalia ensiformis

    11

    Capparis erythrocarpus

    Bruco-Huíla

    12

    Capsicum nahum

    13

    Cardiospermum halicacabum

    14

    Cassia obsus

    15

    Cassia angolensis

    Angola e R.D.C.

    16

    Cassia mimosoides

    17

    Cassia occidentales

    18

    Chiromia polustris

    19

    Cissus erythrodes

    20

    Combretum molle

    21

    Conniphora africana

    22

    Crinum baunii

    23

    Crinum fimbriatum

    Angola, Catanga, Rodésia do Norte e Nassalândia

    24

    Cynanchum obtusifolia

    25

    Cynodon plectostachyum

    26

    Danthonia praskali

    27

    Datura stramonium

    28

    Dichrocephala latifolia

    29

    Dichapetalum cymosum

    30

    Erlangea mísera

    31

    Euphorbia eylesii

    32

    Euphorbia lupatensis

    33

    Eustachys paspaloides

    34

    Faroa salutaris

    35

    Geigeria

    36

    Gerbera discolor

    37

    Gerbera jamersonii

    38

    Gerbera welwitschii

    39

    Gladiolus welwitschii

    40

    Gloriosa superba

    41

    Gnidia kraussiana

    42

    Haemanthus angolensis

    43

    Haemanthus multiflorus

    44

    Ipomoea obscura

    45

    Kalanchoe plorifera

    46

    Lantana câmara

    47

    Lapeyrousea cianesceas

    48

    Lasionyphon kroussiana

    49

    Leucaiena glauca

    50

    Lotononis

    51

    Maema angolensis

    52

    Manihot sculenta

    53

    Marsdemia angolensis

    54

    Marsdemia crimina

    55

    Melia azedarach

    56

    Melinis minotiflora

    57

    Moraea carsonii

    58

    Moraea schimperi

    59

    Nicotiana glauca

    60

    Nicotiana tabacum

    61

    Celax dissitiflora

    62

    Panicum juneum

    63

    Panicum maximum

    64

    Phalaris tuberosa

    65

    Phytolacea dodecandra

    66

    Ranunculus multifidus

    67

    Sarcostema viminales

    68

    Sebaea multinoides

    69

    Seeuringa virosa

    70

    Senccio abyssinica

    71

    Senccio latifolius

    72

    Senccio sileratus

    73

    Solanum inconum

    74

    Sphedamnocarpus pluriens

    75

    Tephrosia vogelli

    76

    Tríbulus terrestris

    77

    Tritonia

    78

    Urginia altinnima

    79

    Wolmskioldia lobuta

    Quilengues-Huíla

    80

    Xylopia aethiopica

    81

    Ximenia americana

    82

    Ximena caffra

    83

    Zizyphus mucronata

    Das 576 plantas forrageiras seleccionadas, diferenciamos o total de 64 (Quadro 4) com alto valor nutritivo para o gado bovino, ovino, caprino e arietino. Este aspecto resultou muito importante porque constitui a base citogenética autóctona da nossa provincia, o qual pode constituir a base de genoplasma de importancia provincial, nacional e internacional, o qual constitui plantas de alto valor nutritivo para galeria em geral da zona tropical.

    Quadro 4. Plantas forrageiras com valor nutritivo.

    Nome científico

    Tipo de gado

    Localização

    1

    Acanthospermum hispidum

    Ovelhas e cabritos

    2

    Aerocephalus gracilis

    Ovelhas e cabritos

    3

    Aloe zebrina

    Arietenos

    4

    Alternanthera pungeas

    Arietenos

    Africa e Ásia tropical, Transval

    5

    Anisophyllea gossweileri

    Ovelhas

    6

    Baisseo wulfhorstii

    Caprinos e ovinos

    7

    Barleria exceli

    Ovelhas

    8

    Barleria prionitis

    Ovelhas

    9

    Bidens pilosa

    Ovelhas

    10

    Borresia bibrachiata

    Ovelhas

    11

    Calanda subicaulis

    Ovelhas

    Introduzida em África(regiões tropicais)

    12

    Canthium huillensis

    caprinos

    13

    Canthium lactescens

    caprinos

    14

    Ceropegia asclepiodae

    caprinos

    15

    Chrisanthenum

    Caprinos e ovino

    16

    Cissampelos mucronata

    ovinos

    17

    Cleome ciliata

    Caprino e ovino

    18

    Combretum celastroídes

    Caprino

    19

    Crassocephalum rubens

    Caprino e Ovino

    20

    Crassocephalum sarcobasis

    Caprino e Ovino

    21

    Crotalaria aculeata

    Ovino

    Angola,Catanga,Rodesia ,Niassalandia e Tanganhica

    22

    Crotalaria bequaertii

    Caprino

    23

    Crotalaria comosa

    Caprino e Ovino

    24

    Crotalaria tenuirama

    Ovino

    25

    Cynandropsis gynandra

    Ovino e Caprino

    26

    Dichapetalum cymosum

    Bovino

    27

    Dolichos densiflorus

    Ovino

    Angola, Congo, Catanga, Rodesia e Moçambique

    28

    Helichrysum geminatum

    Caprino,ovino e arieteno

    29

    Heliotropium ovalifolium

    Ovino

    30

    Hirpicium gosteroídes

    Arietino

    31

    Humularia megallophyllo

    Arietino e ovino

    32

    Ipomoea ochracea

    Ovino

    33

    Jussiaea abyssimica

    Ovino e caprino

    34

    Lagera brevipes

    Ovino e caprino

    35

    Leucas ebracteata

    Ovino e caprino

    36

    Lippia andoensis

    Ovino

    37

    Lanchocarpus nelsii

    Arietino

    Sul de Angola, Sudoeste Africano,Zâmbia e Rodésia

    38

    Momordica charantia

    Bovino,caprino e ovino

    39

    Mucuma pluriens

    Ovino

    Angola,Zâmbia,Tanganhica e Moçambique

    40

    Mucura stans

    Ovino e caprino

    41

    Myrsine africana

    Ovino e caprino

    42

    Nicandra physaloídes

    Ovino

    43

    Ochoa mechowiana

    Ovino

    44

    Oplismenus hirtellus

    Ovino

    45

    Oxygonum sinuatum

    Ovino e caprino

    46

    Parkinsonia aculenta

    Ovino

    47

    Pelargonum luridum

    Caprino

    48

    Portulaea oleracea

    Caprino e dá fruta

    49

    Pteridium aquilinum

    Ovino e caprino

    50

    Ranunculus pubscens

    Caprino

    51

    Salsola aphylla

    Ovino

    52

    Salsola zeyherii

    Ovino

    53

    Salvadora persia

    Ovino

    54

    Sailla rígidifolia

    Arietino

    55

    Senccio colomarins

    Ovino

    56

    Senccio pentescostus

    Caprino

    57

    Sesamum capense

    Ovino

    58

    Sonchus oleracus

    Ovino

    59

    Triumfetta welwitschii

    Arietino

    60

    Tricalysia buxifolia

    Caprino e ovino

    61

    Vernonia benguellensis

    Arietino

    62

    Vígna imguiculata

    Arietino

    63

    Vígna radicans

    Caprino,ovino e bovino

    64

    Zoleya petandra

    Caprino e ovino

    Neste quadro, se apresentam os resultados encontrado por um grupo de especialistas que visitou a Tunda dos Gambos. O diagnóstico apontou um total de 25 plantas forrageiras (Quadro 5), incluindo tóxicas, o qual resultou muito importante as características do gado e clima da região, assim como uma zona priorizada para o desenvolvimento agro-pecuário da provincia da Huíla (Expedição científica).

    Quadro 5. Plantas forrageiras colectadas na Tunda dos Gambos.

    Nome científico

    Vernáculo

    Tóxica

    1

    Raphia abovata

    Tacuta

    2

    Ociunum bonsilicum

    3

    Solanum paraduraeforum

    Thumbilili

    X

    4

    Croton zambsicuns

    Omucubango

    5

    Cucuniis

    Etonga

    6

    Cleome

    ophungu

    7

    Digitária polevansiu

    ondongoloka

    8

    Fimbristylis

    9

    Cassia minosóides

    Okaliaumiete

    10

    Leucas

    11

    Combretum dinteri

    12

    Limeum

    13

    Indiogofera

    14

    Oxygonum sinuatum

    X

    15

    Amaranthaceae

    16

    Linneum pterroccurpum

    17

    Tricolaema

    18

    Cainomata dicafenato

    19

    Tacuta

    20

    Bossia poliantha

    Mutunda

    21

    Mupandambale

    Mupandambale

    X

    22

    Aizoaceae

    23

    Greusia fruticosa

    Omunhole

    24

    Ocinum suave

    Oliiuana

    25

    Evolvulus alsinoides

    Esta prospecção foi feita com o objectivo de diagnosticar as plantas forrageiras num meio diferente (condições climáticas e solo) da Tunda dos Gambos, para localizar o genoplasma de alto valor nutritivo que possa constituir a base de uma área para secagem forrageira (feno) e fazer uma cultura forrageira para os períodos críticos do ano (falta de quedas pluviométricas), conforme mostra o Quadro 6.

    Quadro 6. Plantas forrageiras colectadas na margen directa do rio Cunene.

    Nome científico

    Vernáculo

    1

    Brosiaria cruciformis

    Forragem

    2

    Setaria palliide

    Fusca forragem

    3

    Bophia

    4

    Seramum triphyllum

    Gergelina

    5

    Diospyras mespiliformes

    Omunhandi

    6

    Cyperus raspan

    7

    Pedaliaceae

    8

    Securinega villosa

    Forragem

    Partes: 1, 2, 3, 4, 5, 6


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