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Florística e fitossociologia de área de cerrado S.S. no município de Patrocínio Paulista, nordeste d (página 2)

Daniela Fessel Bertani, Ricardo Ribeiro Rodrigues, João Luiz Ferreira Batis

2. MATERIAL E MÉTODOS

O município de Patrocínio Paulista, localizado na chamada Província de Cuestas, relevo dissimétrico constituído por uma sucessão alternada de camadas rochosas de diferentes resistências à erosão e inclinadas suavemente no reverso, situa-se entre 20° 3' e 20° 52' S e 47° 8' e 47° 27' W. Apresenta índices pluviométricos anuais entre 1.300 e 1.500 mm; temperatura variando de 17 a 23 °C e, segundo a classificação de Köppen, clima Cwb (mesotérmico úmido de altitude) nas partes mais elevadas e Cwa (mesotérmico úmido) nas partes mais baixas, com uma estação quente e chuvosa no verão e outra fria e seca no inverno, bem definidas. Os solos são pobres nas partes mais elevadas do relevo (VIEIRA, 1985).

A Fazenda Santa Cecília, localizada no município, nas coordenadas 20° 46' 12" S e 47° 14' 24" W, com altitudes entre 775 e 836 m, possui uma reserva de proteção particular contendo 49 ha de Floresta Estacional Semidecidual e 98 ha de Cerrado, contínuos e contíguos, praticamente intocados por mais de quatro décadas (Figura 1).

O presente trabalho restringiu-se aos estudos do remanescente de cerrado da referida fazenda. Para a análise do solo, da composição florística e da estrutura fitossociológica do cerrado, optou-se pelo método de amostragem em parcelas, descrito por Rodrigues (1988). Foram demarcadas 30 parcelas contíguas de 10 x 10 m, formando uma área de 30 x 100 m (3.000 m2) fisionomicamente homogênea.

Foram considerados na amostragem, os indivíduos arbustivo-arbóreos de perímetro a 1,30 m de altura do solo igual ou superior a 15 cm (PAP > 15 cm).

Para cada indivíduo amostrado, foram anotados, além do perímetro, a altura e as características gerais; coletadas amostras de material vegetativo e/ou reprodutivo para posterior identificação taxonômica, usando a literatura especializada e comparação com exsicatas do Herbário da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo, Campus de Piracicaba, SP (ESA).

Foram estimados o índice de diversidade de Shannon e Weaver (H') para a comunidade arbustivo-arbórea e os seguintes parâmetros fitossociológicos para cada família e espécie: densidade relativa (DR); freqüência relativa (FR); dominância relativa (DoR) por área, calculada a partir da área basal de cada indivíduo arbóreo a 1,30 m do solo; índice do valor de importância (IVI) e de cobertura (IVC), segundo MÜLLER-DOMBOIS e ELLENBERG (1974). Utilizou-se o índice de Jaccard (ISj) para avaliar a similaridade florística com outras áreas de cerrado. Os parâmetros quantitativos foram calculados pelo programa FITOPAC 1 (SHEPHERD, 1995).

Para a caracterização do solo, foram coletadas cinco amostras aleatórias no interior do bloco de parcelas, a 0-20 cm de profundidade. As análises químicas e físicas foram realizadas no Laboratório de Solos da ESALQ/USP, Campus de Piracicaba (SP).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O solo foi classificado como Neossolo Quartzarênico, de acordo com EMBRAPA (1999) (Tabela 1). Segundo REATTO et al. (1998), tais solos são profundos, com pelo menos 2 m, em relevo plano ou levemente ondulado e formado por camadas de areia inconsolidadas de estrutura fraca, muito porosos, excessivamente drenados; são muito suscetíveis à erosão e ocupam em torno de 15% do bioma Cerrado, incluindo o campo cerrado (RIBEIRO e WALTER, 1998).

Foram marcados 511 indivíduos, dos quais, 45 mortos em pé e 466 vivos, representando 53 espécies distribuídas em 38 gêneros e 30 famílias (Tabela 2).

As famílias de maior riqueza foram Fabaceae com sete espécies, Myrtaceae com cinco, Vochysiaceae com quatro e Annonaceae e Caesalpiniaceae com três espécies cada uma, contribuindo com 45% do total de espécies amostradas. Erytroxylaceae, Lauraceae, Malpighiaceae, Melastomataceae, Styracaceae e Theaceae, com duas espécies cada uma, contribuem com 22% e as 19 famílias restantes com somente uma espécie, representam 36% das espécies identificadas na área estudada.

Das 53 espécies identificadas na área, apenas Gochnatia polymorpha (Asteraceae) e Myrcia variabilis (Myrtaceae) não foram relacionadas por LEITÃO FILHO (1992) na flora arbórea do Estado de São Paulo, tendo sido, no entanto, observadas por BRITO (1997). Provavelmente, essas espécies não foram incluídas no trabalho de LEITÃO FILHO (1992), por apresentarem pequeno porte, menos de 2 m de altura.

Vochysiaceae foi a família que apresentou o maior índice de valor de importância (IVI), seguida de Fabaceae, Styracaceae, Myrtaceae e Lauraceae. Essas cinco famílias correspondem a 66,6% de todo o valor de importância da área, ficando as 25 restantes com apenas 33,4% (Tabela 3). De acordo com Ferri (1977), a família Vochysiaceae, com maior ocorrência em cerrado, é tolerante e acumuladora de alumínio, elemento presente de forma expressiva no cerrado da Fazenda Santa Cecília.

Os indivíduos mortos, não considerados no parágrafo anterior, são classificados estatisticamente como uma só família, embora não tenham sido identificados. Para o cerrado, parece haver consenso, com relação ao grande número de árvores ou arbustos mortos, quase o dobro do que se observa nas áreas de floresta estacional semidecidual (RATTER et al., 1988; PAGANO et al., 1989; GIANNOTTI e LEITÃO FILHO, 1992, entre outros). Valores semelhantes aos do presente trabalho, 45 indivíduos com IVI de 25,70 foram encontrados em Franca (SP), com 43 indivíduos mortos e IVI de 23,76 (ARAUJO et al., 1999).

Os resultados da análise fitossociológica das espécies contidas na tabela 4 mostram que o alto valor de importância da família Vochysiaceae indica a espécie Qualea grandiflora como sua principal responsável, e a de maior índice de valor de importância (IVI).

Em Fabaceae, o IVI foi favorecido pela espécie Dalbergia miscolobium, sendo a segunda espécie mais importante da área. Essa única espécie corresponde a 52,1% de toda a família, a primeira em riqueza com sete espécies. Styracaceae é representada por duas espécies, sendo Styrax camporum a terceira espécie mais importante, enquanto Styrax ferrugineus ocupou o 47.º lugar em IVI. Já Myrtaceae, segunda em riqueza e quarta em IVI, apresentou espécies distribuídas com valores baixos de IVI, ocupando as seguintes posições em IVI: Myrcia rostrata em 9.o lugar, Myrcia bella em 12.º, Myrcia variabilis em 14.º, Myrcia lasiantha em 20.º lugar e Myrcia tomentosa em 24.º lugar, todas com número entre cinco e 15 indivíduos amostrados. Quanto à família Lauraceae, 5.o lugar em IVI, foi representada por somente duas espécies, Ocotea corymbosa e Ocotea pulchella, que ocuparam o 4.o e o 23.o lugares em IVI respectivamente.

Somente as espécies coletadas pertencentes ao gênero Qualea, ou seja, Q. grandiflora, Q. parviflora, Q. multiflora e Q. cordata contribuíram com 188 indivíduos, ou seja, 40,34% de todos os indivíduos amostrados, e representaram 32,38% do IVI do cerrado.

Qualea grandiflora foi a espécie que apresentou os maiores valores em todos os parâmetros calculados e esteve presente em 28 das 30 parcelas, sendo portanto, a que melhor representa a fisionomia arbórea do cerrado da Fazenda Santa Cecília. OLIVEIRA FILHO e MARTINS (1986), trabalhando na região da salgadeira na Chapada dos Guimarães (MG), denominaram o cerrado interfluvial de cerrado Syagrus/Qualea, onde Q. grandiflora, Q. parviflora, Q. multiflora são descritas como "comuns", "abundantes" ou "freqüentes", e Q. cordata não é citada no referido trabalho.

No cerrado de Cuiabá (MG), NASCIMENTO e SADDI (1992) encontraram Q. parviflora como 1.o lugar em IVI e Q. grandiflora em 6.o.

Em Angatuba (SP), RATTER et al. (1988) não encontraram espécie do gênero Qualea no campo cerrado e sim no cerradão (Qualea multiflora em 17.º lugar de valor de importância com 21 indivíduos e Q. grandiflora em 22.º de IVI com oito indivíduos coletados); no cerrado Q. grandiflora em 46.º lugar de IVI com apenas um indivíduo. Os autores ressaltaram a ausência de Q. parviflora e a ocorrência esparsa de Q. grandiflora, extremamente importantes no "core" do cerrado.

Em área de cerrado em Corumbataí (SP), CESAR et al. (1988) trabalharam em parcelas incluindo espécimens lenhosos a partir de 3 cm de diâmetro basal e obtiveram a família Vochysiaceae como a quinta em IVI, e considerando Leguminosae (Caesalpiniaceae, Mimosaceae e Fabaceae) como uma família, em 2.o lugar de IVI. As espécies Vochysia tucanorum, ausente no presente trabalho, em 7.o lugar de IVI, Qualea grandiflora em 8.o lugar de IVI, Qualea multiflora em 30.º lugar e Q. dichotoma, também ausente no presente trabalho, aparece no fim da lista em 91.º lugar.

No ano seguinte, outro trabalho foi realizado no mesmo município por PAGANO et al. (1989), porém, utilizando o método de quadrantes e excluindo os indivíduos de fuste menor do que 1,30 m. Para a família Vochysiaceae, Vochysia tucanorum foi listada em 1.a posição de IVI enquanto Q. grandiflora aparece em 8.a, Q. dicotoma em 16.ª e Q. multiflora em 44.ª.

Em ambos os trabalhos notou-se a presença importante de Vochysia tucanorum, espécie ausente no cerrado da Fazenda Santa Cecília, porém Q. parviflora, representativa nesta fazenda, mostrou-se ausente em Corumbataí, SP.

GIBBS et al. (1983), trabalhando na Fazenda Campininha, em Mogi-Guaçu (SP), em área contendo cerrado "sensu stricto", campo cerrado e uma região de transição entre as duas fisionomias, descrevem as espécies segundo sua freqüência e destacam Q. grandiflora como a principal espécie do cerrado juntamente com Acosmium dasycarpum e Stryphnodendron adstringens, três espécies arbóreas típicas do cerrado, todas presentes na Fazenda Santa Cecília, embora em proporções diferentes das demonstradas pelos autores citados. Afirmam, ainda, que a espécie Q. grandiflora também está presente na transição cerrado/campo cerrado, enquanto Q. multiflora é restrita ao cerrado e em freqüência bem menor.

Corroborando com os resultados do presente trabalho, NASCIMENTO e SADDI (1992) verificaram que Vochysiaceae mostrou maiores valores de DoR, DR e FR em Cuiabá (MT). Tais observações dão suporte à hipótese de RIBEIRO e HARIDASAN (1984), de que essa família é a mais importante em relação à biomassa aérea do cerrado "sensu stricto".

TOLEDO FILHO (1984), em estudo fitossociológico em área de cerrado de Luiz Antônio (SP), apresenta Q. grandiflora em 11.º lugar de IVI com 8,42 e Q. parviflora em 23.º lugar, com IVI de 1,01. ARAUJO et al. (1999) apresentam em seus resultados fitossociológicos no cerrado do município de Franca (SP), Q. grandiflora em 4.º lugar com IVI de 17,17, Q. parviflora em 26.º com IVI de 3,24 e Q. multiflora em 33.º com 2,30 de IVI.

Nota-se, no presente trabalho (Tabela 3), a presença significativa de Q. cordata com 11 indivíduos, em 8.º lugar de IVI, não sendo encontrada nos trabalhos dos autores citados anteriormente, embora essa espécie arbórea seja citada nos cerrados brasileiros (MENDONÇA et al., 1998) e seja comum nos cerrados paulistas (LEITÃO-FILHO, 1992; Brito, 1997).

Dalbergia miscolobium (Fabaceae) apresenta-se em segundo lugar em IVI (Tabela 5), sendo responsável por mais da metade (59%) dos indivíduos representados nessa família. Entre as outras seis espécies de Fabaceae, com relação ao IVI, Bowdichia virgiloides aparece em 7.o lugar, Pterodon emarginatus em 16.º, Acosmium subelegans em 17.º, Acosmium dasycarpum em 19.º, Platypodium elegans em 29.º e Machaerium villosum em 44.º lugar.

PAGANO et al. (1989), na APA de Corumbataí (SP) e ARAUJO et al. (1999) em Franca (SP), amostraram Dalbergia miscolobium em terceiro lugar de IVI, com valores de 13,42 e 19,08 respectivamente. RATTER et al. (1988) em Angatuba (SP), encontrou IVI de 13,4 para essa espécie, a qual aparece em 5.o lugar. Sua presença é, também, citada nos levantamentos florísticos da Chapada dos Guimarães (MT), por OLIVEIRA FILHO e MARTINS (1986); em Itirapina (SP) por GIANNOTTI e LEITÃO FILHO (1992) e no Parque Estadual de Vassununga, em Santa Rita do Passa Quatro (SP) por RUGGIERO (2000).

A família Styracaceae é a terceira em IVI devido à presença de Styrax camporum, também em 3.o lugar em IVI das espécies, enquanto Styrax ferrugineus é pouco representativa, com apenas um indivíduo amostrado (Tabela 4).

Ao contrário do observado no presente trabalho, GIBBS et al. (1983) caracterizaram S. ferrugineus como "muito freqüente" e S. camporum, "pouco significativa" no cerrado de Mogi-Guaçu (SP). RATTER et al. (1988) também apresentaram S. ferrugineus com maior IVI (9.o lugar com IVI de 9,5) do que S. camporum (26.º lugar com VI de 3,0) no cerrado de Angatuba (SP).

No mesmo município, Corumbataí (SP), os dados variaram entre levantamentos diferentes. Enquanto Cesar et al. (1988) apresentaram Styrax camporum em 13.º lugar de IVI e S. ferrugineus em 22.°, PAGANO et al. (1989) mostraram S. ferrugineus em 13.º e S. camporum em 33.º lugar de IVI. Por outro lado, TOLEDO FILHO (1984) em Luiz Antônio (SP), NASCIMENTO e SADDI (1992) em Cuiabá (MG) e Ruggiero (2000) em Santa Rita do Passa Quatro (SP), não amostraram nenhuma das duas espécies de Styrax presentes no cerrado estudado.

PINHEIRO (2000), em trabalho realizado na floresta estacional semidecidual (FES) em Bauru (SP), obteve S. camporum com IVI de 1,03 e MANZATTO (2001), estudando a dinâmica de fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual em Rio Claro (SP), observou a presença de S. camporum, em 1978, com IVI de 1,35, ao passo que, em 1998, essa espécie não foi encontrada.

A família Myrtaceae, 2.o lugar em riqueza e 4.o de IVI (Tabelas 2 e 3), apresenta todas as espécies pertencentes ao gênero Myrcia, relacionadas a seguir em ordem decrescente de IVI: M. rostrata em 9.o lugar, Myrcia bella em 12.º, M. variabilis em 14.º, M. lasiantha em 20.º e M. tomentosa em 24.º lugar (Tabela 4).

M. tomentosa é a espécie mais presente nos trabalhos consultados, 10.º lugar com IVI de 6,59 em FES de Bauru (SP), segundo PINHEIRO (2000); em Corumbataí (SP), 35.º lugar com 2,96 (PAGANO et al., 1989); na mesma área, em 43.º lugar com 1,30 (CESAR et al., 1988); em Angatuba (SP), 56.º lugar com IVI de 1,30 (RATTER et al., 1988); em Mogi-Guaçu (SP), citada como "muito freqüente" (GIBBS et al., 1983): presente em Itirapina (SP), segundo GIANNOTTI e LEITÃO FILHO (1992) e no Parque Estadual de Vassununga, gleba Pé-de-Gigante, São Paulo (RUGGIERO, 2000).

A família Lauraceae, 5.o lugar em IVI (Tabela 2), apresentou apenas o gênero Ocotea com duas espécies: Ocotea corymbosa em 4.º e Ocotea pulchella em 23.o de IVI. A presença de O. pulchella é marcante na maioria dos trabalhos consultados, com IVIs que variam desde 0,92 em Rio Claro (SP) (MANZATTO, 2001) até 21,88 em Bauru (SP) (PINHEIRO, 2000). O. corymbosa, muito importante no cerrado da Fazenda Santa Cecília, foi identificada em Franca (SP) (ARAUJO et al., 1999) em 29.º lugar em IVI e sua presença foi observada apenas em Vassununga, São Paulo e no Parque Estadual de Carlos Botelho, São Paulo (CUSTODIO FILHO et al., 1992).

O cerrado apresentou densidade total de 1.703,33 indivíduos por hectare e índice de diversidade de Shannon (H') de 3,05, abaixo da maioria dos resultados obtidos em várias áreas inventariadas no interior do Estado de São Paulo (Tabela 5).

O cerrado da Fazenda Santa Cecília, quando comparado com a área de cerrado do município de Franca (ARAUJO et al., 1999), ambos cerrados marginais, possui 37 espécies comuns e o índice de similaridade florística de Jaccard (ISj) de 45%.

SILVA et al. (2002), trabalhando com duas áreas de cerrado "sensu stricto" no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCAN), no sudoeste do Estado de Goiás, obtiveram ISj de 72% entre elas.

Quando comparadas as listas florísticas dessas duas áreas com a do presente trabalho, têm-se índices de similaridade de 21% e 23% respectivamente; observa-se que valor semelhante (ISj = 21%) também foi encontrado na comparação com o trabalho realizado em área de cerrado denso na RECOR-IBGE, Brasília, Distrito Federal (ANDRADE et al., 2002).

Nota-se claramente que o índice de similaridade florística decresce à medida que se distanciam cerrados nucleares ou "core" do Brasil Central dos cerrados marginais do Estado de São Paulo.

4. CONCLUSÕES

1. O número de espécies arbustivo-arbóreas e o índice de diversidade obtidos para o remanescente de cerrado da Fazenda Santa Cecília, embora tenham sido menores do que em outras áreas do interior de Estado de São Paulo, são de grande importância, pois representam a fisionomia dos fragmentos que ainda restam no nordeste do Estado, principalmente por ser contínuo à Floresta Estacional Semidecidual.

2. Entre áreas de cerrado com fisionomia semelhantes, a distribuição das espécies variam e também as espécies mais importantes, sendo sempre diferentes para cada área, entretanto, a lista florística é semelhante. Esses resultados reforçam a idéia de que a distribuição das espécies pode ser influenciada por fatores edáficos e climáticos, além de perturbações antrópicas.

3. A preservação e a contínua observação destes fragmentos florestais são de fundamental importância para o conhecimento científico, bem como elaborar estratégias de conservação.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à Reitoria Adjunta de Pesquisa da Universidade de Franca, Franca (SP), pelo suporte financeiro e aos proprietários da Fazenda Santa Cecília.

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Maria Inês Junqueira Garcia TeixeiraI; Alba Regina Barbosa AraujoII; Sergio Valiengo ValeriIII; Ricardo Ribeiro RodriguesIV
rrr[arroba]carpa.ciagri.usp.br

IMestre em Agronomia na área de Produção Vegetal, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP, Jaboticabal (SP).
IIDoutoranda em Agronomia na área de Produção Vegetal, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP, Jaboticabal (SP).
IIIDepartamento de Produção Vegetal da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP, Jaboticabal (SP).
IVDepartamento de Ciências Biológicas, Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - ESALQ/USP, Piracicaba (SP).



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