Persistência na lactação - uma revisão

Enviado por C. N. Costa


Resumo: A persistência na lactação pode ser definida como a capacidade da vaca em manter sua produção de leite após atingir a produção máxima na lactação. Vários estudos têm encontrado indicativos da existência de diferenças genéticas, para persistência na lactação, entre animais. São encontrados na literatura quatro diferentes métodos de mensuração dessa característica: 1) baseado em razões entre produção de leite em diferentes fases da lactação; 2) baseado na variação da produção de leite no dia do controle, ao longo da lactação; 3) baseado em parâmetros de modelos matemáticos; e 4) baseado nos valores genéticos obtidos por meio de coeficientes aleatórios dos modelos de regressão aleatória. No entanto, atualmente, o procedimento mais utilizado baseia-se no subproduto dos modelos de regressão aleatória em análises que consideram a produção de leite no dia do controle. A utilização desses modelos melhora a acurácia das avaliações genéticas e permite predizer o valor genético dos animais em diferentes períodos da lactação. A persistência na lactação está diretamente relacionada com aspectos econômicos da atividade leiteira, pois a melhoria desta persistência pode contribuir para redução de custos no sistema de produção. Do ponto de vista econômico, a importância do estudo da persistência na lactação está fundamentada em quatro componentes: 1) custos com saúde animal; 2) custos com alimentação; 3) desempenho reprodutivo dos animais; e 4) maior produção de leite por lactação; razões por que a seleção, para essa característica, tem sido considerada vantajosa por inúmeros estudos.

Palavras-chave: Curva de lactação,Modelos de regressão aleatória, Persistência na lactação, Parâmetros genéticos, Produção de leite no dia do controle.

Abstract: Persistency in lactation can be defined as the capacity of a cow to maintain her milk yield after reaching the maximum level early lactation. Several studies document the existence of genetic differences among animals for persistency in lactation. Four different approaches to measuring this trait are found in the literature, these being based in: 1)ratios between of partial, total or other yields during the lactation, 2)variation based on test-day milk yields, 3)mathematical lactation curve models and 4)breeding values obtained through random coefficients of the random regression models. However, at present the procedure most used involves random regression models in analyses that consider the test-day milk yield. Use of those models improves the accuracy of the genetic evaluations and allows to predicting the breeding value of the animals in different periods of lactation. Persistency in lactation is directly related with economical aspects of daring, since its improvement con contribute to reduction of production costs. The economical importance of lactation persistency in lactation relates to four components: 1) health cost; 2) feed costs; 3) reproductive performance; and 4) milk production per lactation. For these reasons various studies have indicates that selection for this trait would be advantageous.

Key words: Lactation curve, Random Regression Model, Persistency in lactation, Genetic parameters, Testday milk yield.

Introdução

As metodologias de projeção da produção consideram uma curva de lactação padrão para vacas em determinado rebanho e ordem de parto.

Assim, vacas que têm maiores persistências na lactação, geralmente, têm produções subestimadas, enquanto as que têm menores persistências apresentam produções superestimadas (Jamrozik e Schaeffer, 1997). Essa situação pode causar problemas na avaliação genética de touros, ao ser realizada por meio de métodos tradicionais, se a persistência na lactação for, realmente, uma característica herdável (Jamrozik e Schaeffer, 1997).

De acordo com Sölkner e Fuchs (1987), há indicativos da existência de diferenças genéticas, para persistência na lactação, entre animais, razão por que a seleção, para essa característica, pode ser vantajosa.

Esta última afirmação também foi relatada nos trabalhos realizados por Bar-Anan e Ron (1985); Jamrozik et al. (1995); Swalve (1995a); Jamrozik et al. (1997); Jamrozik et al. (1998); e Tekerli et al. (2000).

A persistência na lactação é definida como a capacidade da vaca em manter sua produção de leite após atingir sua produção máxima na lactação.

Maiores persistências da lactação são consideradas vantajosas por inúmeras razões, principalmente no que se refere aos aspectos econômicos (Sölkner e Fuchs, 1987; Swalve, 1995a; Gengler, 1996; Dekkers et al., 1996,1998; e Tekerli et al., 2000). A importância da persistência na lactação, do ponto de vista econômico, está fundamentada em quatro diferentes componentes: 1) custos relativos à saúde dos animais; 2) desempenho reprodutivo; 3) custos com alimentação; e 4) retorno econômico obtido pelo diferencial na produção total de leite em 305 dias de lactação (Dekkers et al., 1996, 1998).

Na literatura são encontrados quatro métodos de mensuração da persistência: 1) baseados em razões entre produção de leite, em diferentes fases da lactação; 2) baseados na variação da produção de leite, ao longo da lactação; 3) baseados em parâmetros de modelos matemáticos; 4) baseados nos valores genéticos obtidos por meio de coeficientes aleatórios dos modelos de regressão aleatória.

A utilização da produção de leite no dia do controle, sob o modelo de regressão aleatória, pode levar, também, a uma estimativa mais acurada dos efeitos genéticos e permanentes de ambiente que atuam sobre a persistência na lactação (Dekkers et al., 1998). Todavia, o principal problema no estudo dessa característica está no fato de como expressar a forma da curva de lactação em um único termo (Sölkner e Fuchs, 1987). Assim, muitas tentativas têm objetivado encontrar a melhor maneira de expressála (Ludwick e Petersen, 1943; Wood, 1967; Sölkner e Fuchs, 1987; Jamrozik et al., 1997; Grossman et al., 1999; Jakobsen et al., 2002; Cobuci, 2002), entre outras.


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