O aleitamento materno na prática clínica

Enviado por Elsa R. J. Giugliani


  1. Introducao
  2. Definicoes
  3. Duracao da amamentacao
  4. Por que amamentar e importante
  5. Aconselhamento em amamentacao
  6. Consideracoes finais
  7. Referencias bibliograficas

Resumo: Objetivo: Apresentar uma revisão atualizada sobre aspectos práticos na promoção e no manejo do aleitamento materno.

Métodos: Foram utilizados materiais relevantes sobre o tópico oriundos de revistas científicas, livros técnicos e publicações de organismos internacionais.

Resultados: Atualmente tem se recomendado amamentação exclusiva por aproximadamente 6 meses e manutenção do aleitamento materno complementado até os 2 anos ou mais. Apesar das abundantes evidências científicas da superioridade do leite materno sobre outros tipos de leite, ainda é baixo o número de mulheres que amamentam os seus filhos de acordo com as atuais recomendações. Os profissionais de saúde podem melhorar esse cenário, promovendo a amamentação e ajudando as mulheres que amamentam a superar uma série de obstáculos à amamentação bem sucedida. Para a realização dessa tarefa, são necessários conhecimentos e habilidades no manejo das diversas fases da lactação. Aconselhamento no prénatal, orientação e ajuda no período de estabelecimento da lactação, avaliação criteriosa da técnica de amamentação e intervenção adequada quando surgem os problemas relacionados com a lactação são algumas tarefas que profissionais de saúde que lidam com mães e bebês devem dominar. Este artigo aborda alguns tópicos importantes para a prática clínica da amamentação.

Conclusão: A amamentação é a forma ideal de alimentar as crianças pequenas e em muitos casos ela é facilitada pelos profissionais de saúde, através de uma prática clínica adequada.

J. pediatr. (Rio J.). 2000; 76 (Supl.3): S238-S252: aleitamento materno, leite humano, lactação.

Abstract: Objective: To present an up-to-date review about practical aspects in the promotion and management of breast-feeding

Methods: Relevant materials from scientific journals, technical books, and publications of international organizations were reviewed.

Results: Nowadays there is a recommendation of exclusive breast-feeding for about 6 months and maintenance of breastfeeding with complementary food up to 2 years or more. Despite the abundant scientific evidences about the superiority of breast-feeding over other blinds of milk, the number of women who breast-feed their infants in accordance with the recommendations is still low. Health care providers can improve this scenario, promoting breast-feeding and helping breast-feeding mothers to overcome obstacles to the successful breast-feeding. In order to perform this task, appropriate knowledge and skills in the management of different stages of lactation are needed. Prenatal care, orientation and help in the establishment of lactation, careful evaluation of breast-feeding technique and adequate interventions when problems related to breastfeeding happen are some of the tasks that health professionals who work with mothers and babies should be familiar with. This article discusses some important topics for the clinical practice of breastfeeding.

Conclusion: Breast-feeding is the ideal way of feeding an infant, and in many cases it is facilitated by health professionals through an adequate clinical practice.

J. pediatr. (Rio J.). 2000; 76 (Supl.3): S238-S252: breastfeeding; milk, human; lactation.

Introdução

A espécie humana evoluiu e se manteve 99,9% da sua existência amamentando os seus descendentes1. Portanto, ela está geneticamene programada para receber os benéficos do leite humano e do ato de amamentar no início da vida2. Apesar de ser biologicamente determinada, a amamentação sofre influências socioculturais e por isso deixou de ser praticada universalmente a partir do século XX.

Atualmente, a expectativa biológica se contrapõe às expectativas culturais. Algumas conseqüências dessa mudança já puderam ser observadas, como desnutrição e alta mortalidade infantil em áreas menos desenvolvidas. Porém, as conseqüências a longo prazo ainda são desconhecidas, já que transformações genéticas não ocorrem com a rapidez de mudanças culturais. Há quem afirme que o uso disseminado de leite não humano em crianças pequenas é o maior experimento não controlado envolvendo a espécie humana.

Em resposta às denúncias das conseqüências funestas do uso disseminado de leites de outras espécies, deu-se início, na década de 70, ao movimento de resgate à "cultura da amamentação". Concomitantemente, começaram a aparecer evidências científicas mostrando a superioridade do leite materno como fonte de alimento, de proteção contra doenças e de afeto, ou melhor, ficaram evidentes as desvantagens da substituição do leite materno por outros leites.

Apesar do aumento das taxas de amamentação na maioria dos países nas últimas décadas, inclusive no Brasil3, a tendência ao desmame precoce continua, e o número de crianças amamentadas segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda é pequeno. No Brasil, a última pesquisa sobre a situação do aleitamento materno em nível nacional encontrou uma mediana de duração da amamentação de 7 meses e de amamentação exclusiva de apenas 1 mês. Apesar de a grande maioria das mulheres (96%) iniciar a amamentação, apenas 11% amamentam exclusivamente no período de 4 a 6 meses, 41% mantêm a lactação até o final do primeiro ano de vida e 14% até os 2 anos4.

Segundo Almeida5, é preciso mudar o paradigma de amamentação que norteia as políticas de promoção do aleitamento materno. Tem-se priorizado o biológico, sem dar a devida ênfase ao aspectos sociais, políticos e culturais que condicionam a amamentação. O autor ressalta que "... a mulher precisa ser assistida e amparada para que possa desempenhar a bom termo o seu novo papel social, o de mulher-mãe-nutriz." Nós, profissionais de saúde, desempenhamos um papel fundamental na assistência à mulher lactante. Para cumprir esse papel é necessário ter conhecimentos e habilidades para orientar adequadamente o manejo da lactação. Este artigo aborda alguns aspectos práticos do aleitamento materno, visando a contribuir para a instrumentalização do profissional de saúde para melhor ajudar as mães no manejo da lactação.


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