Raça Sindi: uma opção na produção de leitepara o semi-árido brasileiro

Enviado por Rui da Silva Verneque


A raça Sindi, originária dos trópicos paquistaneses, historicamente foi introduzida no Brasil nos anos 30 do século passado, mas foi em 1952 que ocorreu a mais significativa introdução de animais desta raça por meio da importação de 31 fêmeas e machos pelo abnegado Dr. Felisberto de Camargo, naquela época diretor do Instituto Agronômico do Norte, situado em Belém do Pará.

Estes animais importados foram selecionados na sua origem, baseado principalmente em critérios produtivos, sendo considerado a base do nosso rebanho Sindi atual, que se encontra predominantemente nas regiões Nordeste e Norte do país, com pequenos núcleos na região Sudeste.

A raça apresenta como características principais pelagem de cor avermelhada, ideal para as regiões tropicais e sub-tropicais, o seu pequeno porte, também considerado ideal pelo melhor aproveitamento por área, além do menor consumo absoluto de alimentos, a boa eficiência reprodutiva e principalmente a boa capacidade de produção de leite, tanto em quantidade como em qualidade. Além destas vantagens sobressai a sua excelente adaptabilidade às condições adversas de clima e de manejo, principalmente alimentar, nas condições de semi-árido nordestino.

Dado a estes atributos e ao desempenho destes animais, torna-se importante a sua difusão e multiplicação como raça pura e em cruzamento com raças taurinas, principalmente a Jersey, obtendo-se animais produtivos, resistentes e de pequeno porte, recomendados principalmente para pequenas explorações leiteiras típicos da Agricultura familiar.

A Embrapa Gado de Leite vem apoiando os poucos criadores da raça na divulgação e conhecimento do potencial destes animais para a pecuária nacional, considerando-a uma excelente opção principalmente para as regiões adversas de manejo do Nordeste brasileiro. Atualmente dois núcleos de criação situados no estado da Paraíba, um da EMEPA em Alagoinha e outro do Dr. Manuel Dantas Vilar Filho em Taperoá, ambos de importância histórica e técnico pelo trabalho de seleção, são acompanhados rotineiramente quanto à reprodução, produção e composição do leite, assim como as principais características morfológicas relacionadas às características produtivas, como tamanho corporal, conformação de úbere, temperamento, etc. Estes animais são mantidos em regime de pasto, próprios da região, sendo suplementados principalmente com alimentação alternativa sempre que se torna necessário devido à seca.

Anualmente faz-se a avaliação genética de vacas e touros destes rebanhos, para a produção de leite, cujos resultados são repassados aos respectivos criadores auxiliando-os nos acasalamentos e descartes, promovendo com isto o seu melhoramento genético.

Baseando-se nas informações disponíveis no banco de dados da Embrapa Gado de Leite, a média da produção de leite de 256 animais avaliados foi de 2.214 kg, com duração média de 274 dias de lactação, enquanto que a idade média ao primeiro parto foi de 1.160 dias e o intervalo médio entre partos de 457 dias, conforme pode ser visto nas Tabelas 1 a 6. Foram avaliados 40 touros, para produção de leite e gordura, sendo 19 positivos para a produção de leite, cujo resultado é apresentado na Tabela 7. Como interpretar esta tabela: A PTA é o valor genético previsto para o touro para a produção de leite, ou seja, é uma média do quanto o touro pode aumentar ou diminuir na produção de leite de suas filhas quando comparadas com a média da população estudada. A rel ou confiabilidade é uma medida de associação entre este valor genético previsto e o valor genético verdadeiro do touro. Quanto maior for esta confiabilidade, maior é a confiança que se deve depositar na PTA. Portanto, o recomendável para promover o melhoramento genético é utilizar sempre que possível touros com PTAs positivas para a produção de leite e maior confiabilidade para que possamos obter sucesso em nossos objetivos, que é o aumento da produtividade.


Página seguinte 



As opiniões expressas em todos os documentos publicados aqui neste site são de responsabilidade exclusiva dos autores e não de Monografias.com. O objetivo de Monografias.com é disponibilizar o conhecimento para toda a sua comunidade. É de responsabilidade de cada leitor o eventual uso que venha a fazer desta informação. Em qualquer caso é obrigatória a citação bibliográfica completa, incluindo o autor e o site Monografias.com.