Educação para a paz

Enviado por João Beauclair


Um estilo de ‘aprenderensinar’  e ‘ensinaraprender’  na perspectiva da Educação em Direitos Humanos como possível suporte psicopedagógico


"Viver  é afinar um instrumento de dentro para fora,
de fora para dentro, a toda hora, a todo momento...
tudo é uma questão de manter a mente quieta,
a coluna ereta e o coração tranqüilo."
Walter Franco

Muitos são os estilos de ensinar e aprender que encontramos, através da História, nas diferentes práticas pedagógicas. Mas como, quando e onde se aprende? Em  que tempo e espaço se dá tal manifestação da cultura humana? Que avanços podemos detectar, que retrocessos podemos constatar e que desafios enfrentar a partir de tais perguntas e questões?

No mundo contemporâneo, sabemos que a escola desempenha vital importância na formação de crianças, jovens e adultos. Criada na modernidade, a escola se tornou um ‘espaçotempo’ próprio para tal tarefa. Em outros tempos, ela não fazia sentido.

Hoje, ainda é instituição própria para importante função: educar. Ou seja, é o ‘espaçotempo’ escola que possui autorização social para criar e difundir conhecimento, sendo ignorado, em muitas situações, outros lugares onde se dá, de forma cotidiana e latente, a construção de outros conhecimentos, tecidos pelos fios das múltiplas relações que diferentes sujeitos constróem ao ter contato com as mais variadas mídias.  

Entendemos, a partir de nossas diferentes vivências educativas, que o ‘espaçoescola’ é mágico e que nele permanentemente, se realiza o milagre de se ampliar horizontes, se abrir ao mundo e continuamente, aprender a aprender.

O ‘espaçoescola’ é um ambiente onde são múltiplas e diferenciadas as linguagens, onde encontraremos riqueza de histórias, movimentos e aprendizados.  

No ‘espaçotempo’ escola, que infelizmente ainda não privilegia práticas centradas na participação ativa dos educandos, precisamos superar o rejeitar ao senso comum, a cultura e conhecimento que o aluno traz de suas outras muitas vivências.

Desde meados da década de 80 temos nos preocupado com um fazer pedagógico que procure dar sentindo as vidas dos educandos e dos educadores em suas trajetórias escolares.

Neste percurso, muitas foram as idéias, erros, partilhas, leituras, buscas, prazeres, derrotas, sonhos e conquistas. Fez-se necessário percebermos a necessidade de buscar novas maneiras para expressar ansiedades e novos modos de pensar e fazer o trabalho pedagógico.
Através de um cotidiano onde o educar/pesquisar busca a articulação entre teoria e prática, chegamos à tessitura de uma múltipla rede de conhecimentos variados, onde a intuição, aliada ao conhecer idéias e pesquisas de diferentes autores, ganha significado e sentido. No entanto, foi a ousadia de criar um projeto pedagógico próprio que nos possibilitou ir além e buscar a sistematização de uma prática pedagógica que pudesse dar sentido ao nosso fazer .

Lembrando Antonio Machado, podemos afirmar que  " Caminhante não há caminho. O caminho se faz ao caminhar." E nunca tal caminho se constrói definitivamente: ele, o caminho,  ao invés de ficar estático e pronto, vai sendo refeito, ampliado, reduzido, transformado, dividido, partilhado. Neste partilhar é que está todo o sentido da trajetória humana. E nossa partilha aqui é mais uma etapa desse processo.     

      
A nosso entender, todas as propostas psicopedagógicas em discussão no campo teórico e prático atual, podem receber forte e profunda influência dos pressupostos da Educação para a Paz, principalmente no que se refere aos suportes metodológicos utilizados na perspectiva do educar em direitos humanos.  

De acordo com MOSCA e AGUIRRE (1990) no que concerne ao ensino dos Direitos Humanos
"(...) não há , de um lado, "experts" e de outro , ignorantes.


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