Educação Ambiental e o pensamento complexo



  1. Resumo do relato Texto da comunicación
  2. A trajetória da pesquisa
  3. Escolhas teórico-metodológicas
  4. Junções e disjunções em muitas dimensões
  5. Globalização: unificadora ou desagregadora?
  6. Educação ambiental e a teoria da complexidade
  7. Histórias da bacia do rio aribiri
  8. Considerações finais
  9. Bibliografía

Área transversal: Educación Ambiental Non Formal.  

Resumo do relato

Neste artigo apresento a pesquisa de Mestrado que foi realizada junto a moradores de comunidades do entorno do Parque Natural Municipal Morro da Manteigueira, em Vila Velha, ES. O objetivo dessa investigação foi o de identificar espaços de aprendizagem comunitária, que apresentassem reflexões, atividades e práticas discursivas focadas nas questões socioambientais da região. A partir da teoria da complexidade e por meio de uma perspectiva transdisciplinar, foram realizadas entrevistas, com base na metodologia da História Oral, entre os participantes de uma forma de organização social local denominada Fórum Permanente da Bacia do Rio Aribiri. As entrevistas foram transformadas em histórias e analisadas com o foco em aspectos que revelassem as junções e disjunções socioambientais da região, aspectos simbólicos do imaginário dos sujeitos, além de possíveis perspectivas para a Educação Ambiental. As histórias reunidas apresentaram um grande potencial de religação entre os sujeitos, sua história, sua comunidade e seu ambiente. Palabras Chave: Educação Ambiental, Complexidade, Transdisciplinaridade  

Texto da Comunicación

A Educação Ambiental tem se consolidado como uma das emergências do século XX, que, por meio das teorizações e práticas dos educadores e educadoras ambientais, encontra no século XXI um desafiante espaço de discussões e aprofundamentos das questões fundamentais da relação entre sociedade e natureza, em uma dimensão educativa.

Ao lado de um consenso aparente sobre a necessidade da inserção da dimensão ambiental na educação, aliado à previsão de que o meio ambiente seja trabalhado de forma transversal no ámbito escolar e de forma integrada aos espaços não escolares, observamos uma grande dificuldade para que isso realmente aconteça.

Ao tentar identificar aspectos mais superficiais dessa dificuldade de inserção, verifico a grande instabilidade profissional dos educadores e educadoras, a falta de horários coletivos de planejamento, a falta de diálogo entre escolas e comunidades e o esvaziamento dos espaços comunitários. Entretanto, a questão mais fundamental, que permeia todas as outras, é a da visão de mundo predominante, que se apóia na lógica da fragmentação.

As reflexões que travo ao longo deste trabalho vão evidenciando os reflexos do predomínio dessa lógica fragmentária nos diversos contextos sociais.

Com a escolha teórico-metodológica pelas abordagens que têm por base o pensamento complexo, busco apresentar como se deu, ao longo de uma pesquisa de Mestrado, o movimento de escavação de escombros da fragmentação, observada em vários ámbitos: na economia, na cultura, nas comunidades, nas formas de organização, nas escolas e na memória das pessoas. Essa escavação se dá no sentido levantado por Santos (2002, p. 18) de "[...] identificar nesses resíduos e nessas ruínas fragmentos epistemológicos, culturais, sociais e políticos que nos ajudem a reinventar a emancipação social".

A trajetória da pesquisa

A pesquisa, quando encarada como uma trajetória investigativa, assemelha-se a uma jornada: "Todo relato é um relato de viagem"(CERTEAU, 1994, p. 200), pois prevê escolhas, planejamento, informações, movimento em direção ao pouco conhecido, reflexão, enfim, alguns aspectos mais previsíveis e outros totalmente inesperados.

Como toda jornada tem um início, embora este nem sempre esteja muito claro, posso identificar que a origem do interesse pela aproximação às comunidades do entorno do Parque Natural Municipal Morro da Manteigueira(1) esteja ligada à análise de um diagnóstico socioambiental, realizado pela Prefeitura Municipal de Vila Velha/ES, que tinha como objetivo um cadastramento dos moradores do entorno do Parque.

Os resultados desse diagnóstico mostraram que, apesar de a maioria dos entrevistados já ter ouvido falar no Parque da Manteigueira, 60% nunca o visitaram. Em um dos bairros, 72% dos moradores nunca tinham ouvido falar do Parque. Esses dados revelaram um distanciamento das comunidades ou, pelo menos, desses entrevistados, em relação a esta unidade de conservação. Porém, embora tenha sido constatado esse distanciamento, suas causas não ficaram claras.


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