Educação Ambiental transdisciplinar em comunidades urbanas



  1. Resumo expandido (Categoria)
  2. Metodologia
  3. Realidade complexa
  4. Educação Ambiental
  5. Considerações Finais
  6. Bibliografia

Resumo expandido (Categoria)

Educação Ambiental e Comunidade (populações tradicionais, comunidades indígenas, populações urbanas, populações rurais, populações de baixa renda, cultura, gênero, juventude, sindicatos, ecoturismo etc.)

Introdução: Este artigo constitui-se em um relato de pesquisa, no qual pretendo discutir possíveis interfaces entre a teoria da complexidade, a transdisciplinaridade e a educação ambiental em comunidades urbanas. Esta intenção emergiu da pesquisa que estou desenvolvendo junto às comunidades do entorno do Parque Natural Municipal Morro da Manteigueira , no Município de Vila Velha - ES. Nela, pretendo investigar como estas comunidades constroem saberes ambientais e tecem suas relações entre si, com o Parque e em diversos espaços, constituindo, desta forma, comunidades de aprendizagem.

Neste sentido, acredito que a Educação Ambiental, a partir de uma abordagem transdisciplinar, possa aproximar-se das pessoas, em seus mais diversos espaços, para fomentar reflexões sobre processos históricos das relações sociedade e natureza, que possam fazer sentido para os grupos envolvidos e levar à possibilidade de constatação de vários níveis de interesses e percepções simultáneos e concorrentes nas questões ambientais, para que se possa construir coletivamente caminhos possíveis para uma vida com mais qualidade.

Metodologia

A tendência metodológica da pesquisa tem sido a de que, através das relações que estão sendo estabelecidas com os mais diferentes sujeitos que compõem as comunidades de aprendizagem do entorno do Parque da Manteigueira, alguns sentidos que são por eles produzidos, possam ser compreendidos, através de suas narrativas.

Como forma de me aproximar destas narrativas, tenho realizado entrevistas, utilizando a metodologia da História Oral, pois ela traz consigo um profundo respeito pelo testemunho pessoal e por como os fatos são vividos e lembrados pelas pessoas, podendo constituir a história coletiva de um lugar, de uma categoria ou de um grupo social. Conforme destaca Thompson:

Pelo sentimento de descoberta nas entrevistas, o meio ambiente imediato também adquire uma dimensão histórica viva: uma percepção viva do passado, o qual não é apenas conhecido, mas sentido pessoalmente. (THOMPSON, 1992, p.30)

Desenvolvimento

As reflexões sugeridas por este trabalho acontecem a partir de uma área densamente habitada do Município de Vila Velha/ES. Trata-se da região da Bacia do Rio Aribiri. Próximas ao estuário, quase desembocando na Baía de Vitória, destacam-se algumas áreas muito verdes, formadas por manguezais, remanescentes de Mata Atlántica, rochas, morros, enfim, um admirável conjunto natural, que, recentemente tornou-se protegido por lei, através da criação do Parque da Manteigueira.

Se nos aproximarmos da realidade vivida pelas pessoas que habitam os cerca de vinte bairros banhados pelo Rio Aribiri, começaremos a ver uma realidade de onde emergem questionamentos sobre questões ambientais, lendas, mitos, relações, formas de organização, entre outros.

A partir destes questionamentos iniciais, procurei me aproximar da realidade a ser investigada e conheci uma forma de organização social muito interessante denominada Fórum Permanente da Bacia do Rio Aribiri. Participam do Fórum pessoas ligadas a movimentos comunitários, pescadores, associações religiosas, organizações ambientalistas, outros movimentos sociais, representantes do Poder Público, representantes de empresas locais, colaboradores e interessados. O Fórum foi criado com o propósito de ser um espaço democrático para discussões e deliberações coletivas, relacionadas às questões socioambientais da região.

Durante as reuniões, emergem assuntos, informações, reivindicações e questionamentos dos mais diversos. As questões ambientais estão completamente tomadas por aspectos sociais, jurídicos, econômicos e culturais. As percepções são bastante heterogêneas. Enquanto uns anseiam por um ativismo mais vigoroso, outros preferem o caminho do consenso. Às vezes as opiniões são conflituosas e freqüentemente os papéis são questionados. Alguns cobram uma participação mais efetiva das comunidades, enquanto outros procuram valorizar os mais participantes. Enfim, diante deste quadro, muitas vezes repleto de antagonismos e contradições, as formas de lidar com as situações não podem ser lineares e previsíveis. Diante desta realidade, ou melhor, destes diferentes níveis de realidade que se apresentam, faz-se necessária uma maneira de pensar que ultrapasse os limites dos diversos campos do conhecimento humano e que inclua múltiplas perspectivas. Penso que esta maneira de pensar seja traduzida pela transdisciplinaridade, pois, segundo Nicolescu:


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