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A tradução e o problema da referência (página 2)

André Barata

2.  Por outro lado, mas como consequência desta definição de prioridades, á sugestão de que a opção, na prática da tradução, entre o "espírito" e a "letra" resulta, pelo menos parcialmente,  em função da menor ou maior correspondência, respectivamente, entre a referência e o sentido das expressões.

Note-se como estes resultados não deixam de ser surpreendentes se se pensar na ideia, que formulamos muitas vezes quando confrontados com uma tradução difícil, de que é por uma salvaguarda do sentido que se opta pelo espírito em detrimento da letra. Nos termos expostos, se há algo cuja salvaguarda é imposta na tradução é a referência não o sentido. Sob outro ângulo de vista, poder-se-ia afirmar que a salvaguarda da referência é o limite á tradução do sentido.

Num plano distinto, mas não indiferente á tradução, Ricoeur, em La métaphore vive, teoriza a relação entre referência e discurso poético, opondo neste uma referência primária a uma referência desdobrada. Muito esquematicamente, a referência primária é anulada no discurso poético por ter de decorrer de uma interpretação literal que, no entanto, fracassa. Mas justamente, ao fracassar, segundo Ricoeur, inaugura um outro modo de interpretação, necessariamente não o mesmo, de que decorre uma referência de segundo grau.

Admitindo este desdobramento referencial, verifica-se uma vez mais, mas agora a propósito do discurso poético, que a sua referência se deixa apreender não pela letra mas pelo espírito do enunciado. A repercussão na tradução é, assim, evidente: ao traduzir-se discurso poético está em causa, primeiramente, a sua referência e é sob o desígnio da salvaguarda desta que se traduz o seu sentido.

5.

Chegado a este ponto, talvez seja importante notar que, se o maior ou menor acordo entre referente e sentido (na Língua para que se traduz) influi na opção entre o espírito e a letra, tal não é, porém, o único factor em jogo nessa opção. Pelo menos outros três factores são facilmente identificáveis:

-  Em primeiro lugar, o tradutor pode preferir uma tradução mais literal por respeito ao original como pode preferir uma tradução mais livre por respeito á Língua para que traduz;

-   Ao lado desta tensão entre o original e a Língua para que se traduz, é inevitável, em segundo lugar, que o tradutor reflicta no seu trabalho as exigências que decorrem do âmbito comunicacional em jogo: a tradução pode ser mais ou menos literal consoante o objecto de tradução se destine: i) a um público ou outro; ii) a certos fins ou outros.

-    Finalmente, ao lado dos anteriores, mas também neles pressuposto, há um terceiro factor a ter em conta - as expectativas e crenças do tradutor a respeito do objecto de tradução.

Por exemplo, perante o poema de Parménides Da Natureza (Peri Physis), o tradutor pode colocar-se na perspectiva de quem traduz um poema, privilegiando porventura uma tradução do poema que seja mais uma sua versão. Mas pode ter bem presente que se trata de um texto filosófico, ou que está a traduzi-lo enquanto texto filosófico que se destina a um público de filósofos. Então, uma tradução do Peri Physis que fosse uma sua versão teria pouco préstimo.

Em todo o caso, estes factores não devem mascarar a influência que o acordo entre referência e sentido na tradução tem sobre a opção entre a tradução mais literal e a mais livre. A contraparte disto reside no facto de esta influência não ser, por si só, o que determina essa opção.

6.

Tomemos em atenção, agora, como sentido e referência exprimem justamente dois planos em que se detectam os limites na tradução.

Comecemos pelo plano do sentido.

Ao traduzir, é sabido, negoceiam-se os sentidos das palavras, dupla negociação, na Língua a traduzir e na outra que se propõe traduzir. Nisto, perde-se alguma coisa para alguma coisa ganhar - daí a negociação. O tradutor tem de seleccionar o sentido a prescindir, aquele que não pode ser dito na Língua para que traduz, de forma a que outro possa ser dito. E entre um e outro é ao tradutor que compete a árdua tarefa da escolha de um e o sacrifício do outro, ou seja, como afirma Gadamer em WM, a tarefa da interpretação.

é claro que esta negociação não se faz palavra a palavra, ou não apenas assim: é também frase a frase, texto a texto, obra a obra. E nisto estarão em causa referentes de âmbitos diferentes, o da palavra, o da frase, o do texto, o da obra, como que emergindo os subsequentes dos antecedentes, como que encapsulados uns nos outros. Dito de outro modo, na interpretação em geral, trata-se de interpretar a palavra na frase, e esta no texto e este na obra. Ou ainda: interpretar é permitir que a totalidade influa nas partes. A crítica ás concepções estanques do signo exprime esta influência logo ao nível dos signos, ao rejeitar a ideia de uma correspondência um/um entre o significante e o significado. Bem diversamente, o significante influi no significante que se segue no enunciado, perturbando as correspondências um/um, transmitindo a influência recíproca para o plano dos significados. Por outro lado, qualquer bom tratado de Semântica não deixará de ilustrar as diferenças semânticas de um adjectivo preceder ou suceder a um substantivo - a expressão "um pobre homem" não quer dizer o mesmo que a expressão "um homem pobre"; como também não deixará de ilustrar a influência do contexto no sentido - aliás, ao ponto de se poder tentar pôr justamente o contexto no definiens do significado das palavras, ou o uso que delas fazemos ou, mais exactamente, os jogos de palavras como sucede no Wittgenstein das Investigações Filosóficas.

7.

Uma última nota nesta fase. Já se estabeleceu atrás, na esteira da hermenêutica dialógica de Gadamer, a relação entre tradução e interpretação. Uma outra relação, nem que seja por analogia, recorrentemente exposta é a relação entre tradução e sinonímia. Evidentemente, o trabalho do tradutor não reside apenas em encontrar uma espécie de "sinónimos" entre palavras de Línguas diferentes, mas se faz sentido falar de um problema da sinonímia, e fá-lo com certeza, esse é um problema que afecta a tradução. Se não existe sinonímia perfeita entre palavras da mesma Língua, então, pelas mesmas razões, não existe tradução perfeita entre palavras de Línguas distintas. Não só pelo facto de cada palavra ter a sua história de sentidos e usos - uma história dificilmente sistematizável de desvios, contaminações, sobreposições semânticas, o que faz o espanto das etimologias e a singularidade do seu sentido actual-; não só por isso,  mas também pelo facto de Línguas diferentes, mesmo de um ponto de vista sincrónico, distribuírem a experiência do mundo de formas muito diversas. Se as Línguas naturais fossem sistemas formalizados então não seria difícil explicar o trabalho de tradução; difícil seria falar de um problema de tradução. Afinal, tratar-se-ia de descobrir a função exacta que transforme cada abcissa em uma e uma só ordenada e se o sistema for muito complexo, envolvendo várias funções, tratar-se-ia de descobrir o algoritmo que hierarquize e aplique essa funções. Mas as línguas naturais não são sistemas notacionais como no caso do Xadrez em que dispomos de dois sistemas notacionais possíveis, o descritivo e o algébrico, ou o caso dos múltiplos sistemas monetários que existem. A esse nível mais não se faz do que uma conversão entre sistemas; não uma tradução. Naquela o conteúdo semântico que atribuamos aos sistemas é irrelevante, nesta é precisamente o conteúdo semântico que está em causa.

8.

Posta a nossa hipótese processual, ficamos com os mesmos problemas práticos de sempre - há que interpretar, ou seja, seleccionar e sacrificar sentido numa tradução, e tanto mais quanto maior for o desacordo entre sentido e referência, pois, prioritariamente, está em causa salvaguardar a referência. Mas a estes limites á tradução do sentido, há que tematizar pelo menos outros dois, relativos á própria referência: a autorreferencialidade da Língua e a ausência de referência.

8.1 Primeiro limite

Uma Língua exprime sempre a experiência de um mundo, experiência por parte de um sujeito vasto que se estende a toda a comunidade que partilha a Língua. Mas se há uma experiência do mundo que a Língua exprime, há também uma experiência da Língua que está em jogo em toda a expressão. David Mourão Ferreira lamentava-se, em Jogos de espelhos, por o género da palavra cachimbo ser masculino. As suas razões eram, obviamente, poéticas - a expressão conta muitíssimo no discurso poético, conta como parte do que se quer dizer e não apenas como um modo, tão válido como qualquer outro, de dizer o que se quer dizer. Mas isto significa também que a experiência do mundo contém a experiência da Língua e que a expressão linguística dessa experiência do mundo não é indiferente á experiência da Língua.

Outra maneira de encarar o problema: se admitirmos a autorreferencialidade das nossas expressões linguísticas, como traduzir o que nelas é autorreferencial? A tradução de poesia exemplifica bem este problema; e dá-lhe a resposta possível: traduzir um poema, é rescrevê-lo. é claro que se pergunta, em seguida, mas rescrevê-lo de alguma maneira particular, não? E responde-se: sim, é dar dele uma versão, com a plena consciência de que outras versões seriam possíveis. Versões do quê? Da sua referência, cuja versão é reconstruída com a Língua que se tem, a experiência de Língua que se tem, a experiência de mundo que se tem. Mas até que ponto é possível reconstruir a referência de um poema noutra Língua se ele é, incontornavelmente, autorreferencial? Talvez por simulação, simulação da experiência de uma Língua  na de outra; talvez tendo mesmo mais em conta isso do que a reprodução de uma experiência do mundo. Mas nem sequer se trata de uma questão de medida, porque aqui a expressão é já parte da referência.

8.2 Segundo limite

O segundo limite é ainda mais radical, mas nem por isso menos sério, do que o primeiro. Mais do que se dizer que a expressão linguística do mundo não é indiferente á experiência da Língua, tratar-se-á de dizer que a própria experiência do Mundo não é indiferente á Língua do sujeito de experiência. O mais sinteticamente possível: há uma visão do mundo (weltschaun) implícita em cada Língua, que se repercute no seu léxico, na sua gramática - ou nos termos quase aforísticos do Tractatus de Wittgenstein, "os limites da minha linguagem significam os limites do meu mundo". Particularizando um pouco, a minha visão discriminará  o pouco que a minha Língua discrimina, ou o muito que ela discrimina. Sendo assim, entre o pouco que uma Língua discrimina e o muito que outra discrimina, o referente do discurso da mais subtil das duas não é presente na menos subtil. Mas esse é um problema para o qual o tradutor tem aparentemente remédio, a saber, inaugurando a referência na Língua para que traduz determinando-a com os instrumentos de que dispõe, ou seja, dando dela uma descrição definida que, a um tempo, a determine e a explique. Porém, o mais provável é a descrição não dizer o referente. Suponha-se um mundo a preto e branco cuja Língua procura traduzir ou descrever a expressão linguística de um mundo colorido. Como traduzir a cor do pôr de sol? Pelo seu comprimento de onda?

Para não cair nas experiências de pensamento, tão em uso, pode-se encontrar este mesmo limite de forma muito mais quotidiana, desde logo no nosso trabalho filosófico. Com efeito, habituámo-nos, muito especialmente no trabalho exegético, a reconhecer que há termos que não têm tradução, ou por outra que é preferível não traduzi-los. Exemplos não faltam - como "hibris", "pathos", "amartia" na Poética de Aristóteles; ou "Dasein", "Befindlichkeit" em Ser e Tempo de Heidegger. Tal é imputado frequentes vezes ao seu carácter técnico, mas, em rigor, mesmo tecnicamente, tal deve antes ser imputado ao facto dos seus referentes estarem presentes apenas nas Línguas que ocorrem. De certo modo, é possível assim compreender que Heidegger dissesse que o Alemão e o Grego são as Línguas filosóficas. Na nossa Língua, o exemplo mais comentado talvez seja a palavra "saudade". Em parte, o problema é que a substituição desses termos por descrições que determinem os seus referentes é tão complexa que disso resultará um tratado explicativo do termo, ou nem sequer isso, mas apenas uma teoria face á qual se põe ainda o problema suplementar da sua verdade. Mas além deste enfoque, há um outro. é que, em parte, o problema também se prende com a ideia atrás expressa de que o referente é o extra-linguístico que a Língua põe, mais exactamente, com o facto de que esta formulação contém algo de paradoxal - o referente de um enunciado transcende o enunciado e, no entanto, é posto pelo enunciado. Esse é também o paradoxo, se se preferir a alteridade, que caracteriza a própria intencionalidade.

Isto remete-nos para um horizonte ontológico, com que gostaríamos de terminar.

9.

Não me seria possível nomear algo sem previamente dispor de uma ideia disso que digo ser algo. Dito de outro modo, antes que alguém baptize um certo objecto com um certo nome, é preciso com toda a evidência que essa pessoa seja capaz de se representar isso como um objecto.  Aceder, ou antes disso, constituir uma objectidade (seja natural ou abstracta, empírica ou ficcional) é o trabalho do sentido, pois dizer objectidade implica dizer referente, como se admitiu atrás, pelo que a sua constituição e/ou o seu acesso original sejam o da determinação interna da referência.

Exemplificando, uma comunidade linguística só pode pretender que o nome "Aristóteles" tenha referente, designadamente o correspondente ao maior filósofo da Antiguidade, ao autor da Política, da Metafísica e da Poética, ao discípulo de Platão, ao mestre dos peripatéticos, etc., se previamente o X a nomear for já visável de alguma maneira, designadamente por alguma destas descrições definidas.

Mas, atente-se bem, estas duas formas de intencionar um objecto, uma vez constituídas, não têm de se fazer uma na dependência da outra. A partir do momento, em que além de constituída a representação do objecto, é constituída uma relação nome/referente, já não é o caso que esta se faça através daquela. Se digo que antes de dar o nome a um objecto preciso de ter uma representação do objecto a nomear é justamente porque preciso de uma representação do objecto, e não porque precise do modo como esse objecto foi representado. Dito de outro modo: para a constituição do uso referencial de uma expressão interessa apenas o resultado da determinação pelo sentido da referência, pelo que, uma vez constituídos, os usos referenciais já não dependam do sentido e do seu modo próprio de determinação da referência.

Em consequência desta autonomização do uso referencial de uma expressão face á determinação do seu referente pelo sentido, a própria distinção kripkeana entre designação rígida e designação flexível encontra aqui a sua genealogia, pois o facto de os nomes próprios (Aristóteles, Marco Polo...), de os termos para tipos naturais (água, ouro...) e das descrições definidas em uso referencial constituírem formas rígidas de designação resulta justamente da suspensão da função determinativa do sentido. De forma muito simplificada: não há que determinar o que já se encontra determinado.

Retomando a exemplificação com Aristóteles, uma vez alcançada a relação entre o nome "Aristóteles" e o seu referente, é claro que esta relação se preserva independentemente dos diversos modos pelos quais se pôde começar por visar uma mesma pessoa, seja como  o maior filósofo da Antiguidade, seja como o autor da Metafísica, seja como o Estagirita, etc. Infirmassem-se, por suposição, todas estas descrições (que permitiram, em dado momento, determinar a referência) e, ainda assim, o nome "Aristóteles" preservaria a sua referência, mesmo que regresse á condição de um X de que nada sei, um "Je ne sais quoi". Quer isto dizer que alterações de sentido consideráveis não têm de implicar uma mudança de referência. Note-se que afirmar isto é inteiramente distinto de afirmar, como se começou por afirmar, que sentidos diferentes podem visar o mesmo referente. Já não se está a entender a distinção sentido/referência de um ponto de vista estático, mas de um ponto de vista dinâmico.

Que importa isto para a problemática da tradução?

Se considerarmos que o discurso poético é sempre uma expressão dotada de uma referência e, além disso, cujo uso é referencial, então a referência aí autonomiza-se do sentido. Ora, se no trabalho do tradutor está em causa interpretar o referente, então tal interpretação, no discurso poético, já não se pode ficar pelo plano imanente do sentido, mas deve situar-se para lá deste, no plano fundado mas autonomizado da própria referência. Em contrapartida, quanto menos o uso referencial for empregue num texto, i.e, quanto menos a referência se autonomizar do sentido, mais o tradutor se pode basear na tradução/interpretação literal do sentido.

Notando bem, e uma vez mais, esta não é uma conclusão muito diferente da que se retira da tese ricoeuriana da referência desdobrada - um tal desdobramento da referência resulta em virtude do fracasso da interpretação literal do sentido. Ou, nos nossos termos, um uso referencial que resulta de uma autonomização da referência face ao sentido. De uma ou de outra maneira, á literaridade da interpretação do sentido como forma de determinar a referência impõe-se (ou opõe-se) uma interpretação - atente-se, não necessariamente menos literal - do mundo da obra (para empregar uma expressão cara a Ricoeur), uma interpretação que gostaria de adjectivar como ontológica. Saber quais são os modos desta interpretação/tradução, muito vaga e imprecisamente caracterizada como livre, saber como sistematizá-los, se é que tal é possível - essas são as questões que se encerram no núcleo duro, por assim dizer, da problemática da tradução.

Ricoeur, Du text á l"action, Seuil, Paris, 1986,  p. 113.

La métaphore vive, Seuil, Paris, 1975, p. 289.

«Si queremos destacar en nuestra traducción un rasgo importante del original sólo podemos hacerlo dejando en segundo plano otros aspectos o incluso reprimiéndolos del todo. Pero ésta es precisamente la clase de comportamiento que llamamos interpretación.» (Gadamer, Warheit und Method. Verdad y metodo, trad. Ana Aparicio y Rafael de Agapito, Ediciones Sígueme, Salamanca, 1975 (4.ª ed.), 1991, p.464)

Wittgenstein, Tractatus Logico-Philosophicus. Tratado Lógico-Filosófico, trad. M.S. Lourenço, F.C.G., Lisboa, 1961 (ed. Routledge), 1995 (2.ª ed.), prop. 5.6.

Ao contrário dos defensores da teoria causal da referência, consideramos que a determinação da referência é interna, ou seja, é mediada pelo sentido. Já de acordo com aqueles, consideramos que a fixação da referência é externa. Não confundir, pois, entre a fixação e a determinação da referência, ou seja, e respectivamente, o processo pelo qual é social e causalmente fixado o referente e o processo pelo qual o mesmo é intencionalmente determinado.

Entre os autores mais contemporâneos da tradição anglo-americana, John Searle enuncia claramente esta dificuldade: «Os objectos não são dados previamente ao nosso sistema de representação; o que conta como um objecto ou o mesmo objecto é função do modo como dividimos o mundo. O mundo não nos chega já dividido em objectos; temos que o dividir; e o modo como o dividimos depende do nosso sistema de representação, e, nesse sentido, depende de nós, muito embora o sistema seja biológica, cultural e linguisticamente configurado. Além disso, para que alguém possa dar um nome a um certo objecto ou saber que um nome é o nome daquele objecto, esse alguém tem que ter alguma outra representação desse objecto, independentemente da simples posse do nome.» ( Searle, J., Intentionality. Intencionalidade, trad. Madalena Poole da Costa, Relógio d"Ãgua, Lisboa, 1983, 1999, p. 289.)

Possivelmente, esta autonomização do referente face ao sentido é um ingrediente da explicação do seu carácter extra-linguístico.

 

 

Autor:

André Barata

abarata[arroba]ubi.pt

Universidade da Beira Interior

Instituto de Filosofia Prática

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www.ifp.ubi.pt



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