Pensamento crítico e movimentos sociais: diálogo para uma nova práxis. Roberto Leher e Mariana Setúbal (orgs.)

 

Neste momento histórico, em que os paradigmas teóricos que criticam a ordem do capital e as políticas neoliberais são revisitados, este livro representa o despertar de novos olhares e o florescer de novas perspectivas de luta para os que vivem e teorizam os movimentos sociais.

Pensamento crítico e movimentos sociais: diálogo para uma nova práxis, pode ser visto como uma luz na escuridão, pois possibilita uma viagem no tempo histórico das lutas vivenciadas pelo povo latino-americano na conquista da liberdade e autonomia, em que a força expressiva encontra-se centrada na cultura dos povos indígenas e negros, que não permitiram o domínio da alma. Ao contrário, fizeram pulsar neste continente o sangue da liberdade e da emancipação contra o colonizador e o imperialismo, que teimam, sob diversas formas, aterrorizar a fim de homogeneizar e dominar uma população que já nasceu livre.

Reafirmando a necessidade de reflexão acerca das práticas políticas, sociais e culturais dos movimentos sociais na América Latina, o livro discute as formas de dominação das políticas neoliberais, situadas na sociedade do conhecimento, globalizada, todavia, sem perder de vista os fatores históricos que efetivaram as formas de segregação do povo latino-americano e a desapropriação dos seus saberes.

Para a análise da temática “paradigmas teóricos”, os autores buscaram estudos filosóficos e sociológicos a respeito da contribuição das ciências sociais para pensar a realidade sociocultural, política e econômica dos povos da América Latina.

De forma que a obra apresenta discussões sobre a contribuição do marxismo, como teoria que apreende as contradições do capitalismo e constrói uma perspectiva socialista, como alternativa de sociedade.

Nessa perspectiva, alguns elementos teóricos do marxismo que foram relegados ao plano da caserna são reavivados, diante das contradições e confrontos postos pelas promessas não cumpridas do iluminismo e do capitalismo, pois seria um dissenso desconsiderar a existência da luta de classes no contexto da sociedade capitalista pós-moderna e ignorar as artimanhas ideológicas de dominação do capital.

A leitura do texto transforma-se em um mergulho nas profundezas da esperança, ao suscitar discussões sobre conceitos e temáticas atuais, como conflito social, luta de classe, crise, cultura, trabalho, colonização, saberes, estado, emancipação, cidadania, hegemonias, que fundamentam as análises dos velhos e novos movimentossociais, nas suas formas de organização e luta.

Roberto Leher, ao fazer a apresentação da obra em tela, a caracteriza como “aberta ao tempo”, por situar-se no contexto do debate da crise estrutural do capitalismo, com o desafio de produzir conhecimento novo sobre as lutas em curso na América Latina. Conhecimento focado a favor dos que vivem do próprio trabalho, uma vez que as políticas de opressão, que produzem as mazelas do capitalismo, como a fome, doenças e violência, não deixaram de existir, urgindo a necessidade de continuar produzindo idéias que orientem e possibilitem a ação política de ruptura com o neoliberalismo.

 



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Edineide Jezine
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