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Protocolo empresarial (página 2)

Isabel Amaral

É importante, para um executivo, saber fazer convites e responder-lhes; saber vestir-se de acordo com as circunstâncias; saber conversar, sem ser de negócios, com toda a gente (aquilo a que os ingleses chamam small talk). é importante, em suma, «saber estar» " em todos os lugares e em todas as ocasiões ", projectando uma imagem positiva.

O protocolo empresarial não se destina só a ensinar a melhor forma de receber uma pessoa ou estabelecer o lugar em que ela se senta. Serve sobretudo para que, na empresa como na vida, cada um saiba relacionar-se adequadamente com clientes, colaboradores, colegas e superiores.

A primeira impressão

Costuma-se dizer que a opinião do recrutador se forma nos primeiros cinco minutos da entrevista. Boas maneiras, linguagem correcta e o traje certo para a ocasião são meio caminho andado para causar boa impressão. Daí o interesse que as questões de comunicação e imagem adquiriram nos últimos anos. Há quem sustente, aliás, que, se é o nosso coeficiente de inteligência que nos facilita o acesso a certos lugares, é o coeficiente emocional que permite o progresso na carreira profissional. A facilidade de relacionamento com pessoas de todos os estratos sociais e etários é uma qualidade importante para aumentar este coeficiente emocional. Quem está bem e se sente bem transmite aos outros mais segurança e inspira mais confiança. Os consultores de imagem são uma invenção recente em Portugal e surgem relacionados sobretudo com o marketing político. Nos EUA, o Directory of Personal Image Consultants enumera 364 firmas especializadas nas áreas de linguagem, protocolo/etiqueta, vestuário, cor, motivação e desenvolvimento de carreiras.

É certo que alguns aspectos da nossa imagem física não podem ser alterados (altura, estrutura óssea, por exemplo). E que outros podem ser radicalmente mudados (peso e configuração do corpo e do rosto) através de exercícios físicos, dietas e cirurgia plástica. Mas, na maioria dos casos, para melhorar a imagem basta usar roupas diferentes, alterar a maneira de falar em público e cuidar do aspecto exterior, assim melhorando a chamada «comunicação não verbal».

Requisitos de uma boa imagem

Em todos os manuais de protocolo considera-se que o primeiro requisito de uma boa imagem é a pontualidade. Como dizia Luís XVIII, «a pontualidade é a cortesia dos reis e o dever de todas as pessoas de bem».

Ninguém gosta de esperar muito tempo pelos outros. Se alguém se atrasa sem ser por uma razão de força maior (a desculpa do trânsito, mesmo quando verdadeira, é sempre uma desculpa esfarrapada), está a mostrar falta de consideração por quem espera. Nas empresas, os atrasos nas chegadas são penalizados pelos relógios de ponto. Na escola, quem chega atrasado tem falta. Mas apesar de todo este processo de aprendizagem, há quem continue a chegar atrasado a todos os compromissos sociais e profissionais.

Em qualquer caso, nos compromissos profissionais, um atraso pode comprometer o negócio, e quem quer dar boa imagem de si próprio deve procurar ser pontual. Por isso, se tiver medo de ficar preso no trânsito, é preferível chegar adiantado e esperar pelos outros do que fazê-los esperar por si.

É por isso fundamental, sobretudo para quem inicia a sua carreira, chegar a horas a todos os compromissos. Claro que nunca se deve chamar a atenção para o facto de ser o primeiro a chegar á empresa e o último a sair. Os seus superiores hierárquicos podem apreciar o seu zelo, mas não apreciam a subtil chamada de atenção para o facto de chegar antes deles.

Ser bem-educado e positivo é outro requisito importante de uma boa imagem. Toda a gente reage melhor a uma crítica que começa com um elogio e que é feita de uma forma cordata e positiva.

Demonstrar consideração pelos outros deverá ser a preocupação de quem pretende criar uma boa relação interpessoal entre todos os elementos do grupo empresarial. Por outro lado, ter consideração implica que se seja discreto. Nada prejudica mais do que uma indiscrição.

Ainda que seja para demonstrar que se está dentro de todos os assuntos da empresa, não se deve nunca quebrar o sigilo profissional, mesmo junto dos seus amigos mais íntimos. Nunca se deve revelar nada sobre a empresa ou sobre os colaboradores que possa causar prejuízo se aparecer nos jornais do dia seguinte. A imagem pessoal resulta do conjunto formado pela aparência física, pela linguagem não verbal e pela maneira de vestir. A imagem é o que nos distingue dos outros e, por isso, seja a vestir, seja a lidar com outras pessoas, o comportamento deve ser irrepreensível mas discreto, para evitar mal-entendidos.

Mas voltemos ao início: o protocolo e a etiqueta atingem-se com boa educação, trabalho e bastante bom senso, que se revela o mais importante, tanto nas relações pessoais como profissionais.

Como escolher o traje adequado para cada ocasião

Quando se troca a escola pelo emprego a maneira de vestir sofre uma mudança radical. Não é necessário, contudo, adoptar um uniforme quando se começa a trabalhar. Pode sempre adaptar-se a maneira de vestir á maneira de ser, á figura, ao gosto de cada um.

A única coisa que deve lembrar-se é de que o traje deve estar de acordo com o seu sexo e estatuto profissional.

Quando se recebe um convite que não menciona nenhum traje específico nem sempre é fácil saber como se deve ir vestido. Em primeiro lugar é necessário saber se se trata de uma cerimónia de dia ou á noite.

Se a cerimónia for á noite (jantar, concerto, recepção), os homens devem ir de fato escuro e as senhoras de vestido curto ou saia-casaco de tecidos nobres (seda, crepe, etc.). Se for de dia (almoço, sessão solene, etc.), as senhoras podem ir com um conjunto de tecido mais prático (saia-casaco ou vestido de linho, algodão, lã, etc.), mas os homens devem ir de fato escuro no Inverno e fato claro no Verão. Os fatos príncipe-de-gales e os blazers são mais apropriados para escritório ou lazer.

Estas regras chegam para evitar surpresas desagradáveis " até porque, quando se pretende que os convidados se apresentem vestidos de forma mais solene, o dado é referido no convite que se envia. Essa indicação tanto se pode inscrever no canto esquerdo do convite como no canto direito. São vários os trajes de gala ou cerimónia que podem aparecer nos convites.

 Casaca " É o traje de cerimónia por excelência. Actualmente só é usada para bailes ou recepções muito solenes (por exemplo, em honra de reis ou chefes de Estado). Para as senhoras o traje correspondente é sempre um vestido comprido, podendo usar-se luvas. 

Smoking " É o traje masculino que sucedeu á casaca e só deve ser usado á noite. Convém ter presente que, sendo embora uma palavra inglesa, em Inglaterra o smoking não aparece nos convites para jantares, festas e recepções a que se deve ir de... smoking. é que, nos reinos e domínios de Isabell II, o smoking dá pelo nome de dinner jacket ou black tie. Para as senhoras, o traje correspondente é vestido curto chique, a não ser que o convite indique «vestido comprido». Em Portugal não se usam condecorações com o smoking.

 Fraque " Sem dúvida alguma o traje de cerimónia que se usa durante o dia para casamentos, por exemplo. O fraque não é traje a que se dê muito uso nas cerimónias oficiais. Quando um convite indicar o uso de fraque as senhoras podem usar chapéu e luvas e devem usar meias (collants). O vestido deve ser curto e, se se tratar de uma cerimónia religiosa, não deve ter os ombros descobertos.

 Fato " O fato quer dizer fato escuro. E quando num convite não vem a indicação de qual o traje a usar deve-se ir de fato escuro, que pode ser azul ou cinzento. A acompanhar os fatos escuros há uma regra muito importante: os sapatos devem ser sempre pretos. As senhoras devem usar vestidos curtos ou tailleurs, chiques q. b.

 Traje de passeio ou informal " Em Portugal a palavra «informal» quer dizer isso mesmo. Traje de passeio é semi-formal, portanto, os homens devem vestir um blazer ou casaco de tweed. Nestas ocasiões as senhoras podem usar roupa mais leve: saia e blusa ou saia-casaco prático.

Condensado de Imagem e Sucesso " Guia de Protocolo para Empresas (3.ª edição), de Isabel Amaral. © 1998 by Verbo. Todos os direitos reservados. Adaptado por Pedro Costa Coelho.

 

 

 

Autor:

Isabel Amaral
apep_protocolo[arroba]yahoo.com
www.isabelamaral.com



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