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Reengenharia, tecnologia e RH (página 2)

Reinaldo Toso Júnior

Estas mudanças advindas da tecnologia provocam mudanças profundas tanto na sociedade como nos mercados e a grande dificuldade dos empresários, da alta gerência e dos trabalhadores é que estas mudanças exigem muitas vezes um repensar na maneira de fazer os negócios e é justamente a reengenharia dos processos a ferramenta que permite este redesenho para a manutenção dos negócios e para o crescimento.

O desafio do "RH" é manter vivo o espírito de colaboração dos trabalhadores para que possam conduzir a mudança com segurança, pois após cada transformação uma nova "onda" de mudanças acontece, nos intermináveis fluxos de mudanças tecnológicas frutos do desenvolvimento e ampliação do conhecimento humano.

As histórias populares são muito ricas em trazer á tona casos de inovações e mudanças que surgiram de maneira pitoresca e criativa. Esquecem-se esses historiadores de avaliar o contexto em que elas se inseriram e mostrar todo o trabalho de aquisição de conhecimentos, gerais e específicos, a determinação dos objetivos, o estudo de viabilidades, a análise e planejamento da implementação e todos os esforços e resistências conjugados naquele ambiente, quando se procura mudar para a nova situação

MANÃS, 2005:84

In RH Central, P&N -ANO: 6 -NÚMERO: 80 2004, há o exemplo da atenção que o RH dispensa na motivação das pessoas em um processo de implementação de um sistema integrado corporativo (sistema "ERP SAP R3") além da necessidade de requalificação e remanejamento de pessoas que também se fazem necessárias.

No caso do Brasil as inovações tecnológicas são importantes para promover a competitividade, o Brasil reinventou seus sistemas e processos nacionais por meio de privatizações, pois a compra de tecnologia nos anos 70 e a prática de uma política de economia fechada não levou á grandes resultados, quando ocorreu a abertura da economia no início dos anos 90 viveu-se um período de euforia de choque, semelhantes aos processos da Argentina e do México (CASTELLS, 1999:108), ao papel do gestor de recursos humanos cabe preparar os colaboradores para o "choque" , segundo MANÃS (2003:144) é necessários treinar e formar recursos humanos para atentarem-se para a dinâmica da inovação tecnológica e desenvolverem habilidades para gerar ou adaptar tecnologias, entre outras necessidades.

Analisando-se o Anexo 1, Quadro comparativo dos índices nacionais, verificase que embora o país cresça em competitividade, resultado do saldo da balança comercial que vem subiu de 1998 até 2004, eliminando o déficit de importações, este não modificou a situação interna no país, evidenciado ao se analisar o PIB que oscilou e não manteve um crescimento constante.

Quando analisada a situação da mão de obra verifica-se que no mesmo período analisado, de 1998 até 2004, o desemprego praticamente manteve-se próximo da alarmante marca dos 10%, como a taxa de desemprego afeta a mão-de-obra economicamente ativa, no longo prazo o desempenho doméstico das áreas de comércio e serviço poderão tornar-se excessivamente recessivas, afetando toda a cadeia produtiva, de comércio e serviços.

As "mudanças" tecnológicas são inúmeras, para ilustrar pode-se citar os investimentos nas áreas de telecomunicações ocorridos no Brasil, estes investimentos diversos podem ser evidenciados ao se analisar os investimentos externos e do BNDES no mesmo período estudado. São estes investimentos, diretos ou indiretos, na base para geração, aprimoramento ou na compra da tecnologia que trazem as mudanças tecnológicas e que são usadas para que as empresas busquem a competitividade.

CONCLUSÃO

As mudanças de mercado ocorridas no Brasil, por causa das tecnologias introduzidas (sejam desejadas ou não - por força da concorrência global), aumentaram a competitividade nacional frente aos mercados, que apesar de não ter sido incluído neste artigo o estudo é fato conhecido pelo mercado que as exportações no geral não mais estão atreladas á vantagem cambial, estão vinculadas ao desempenho dos mercados nacionais frente a concorrência internacional.

O que se pergunta é como a reengenharia, como uma ferramenta para atender aos problemas crônicos das organizações e redesenhar os processos, poderá ajudar os gestores de recursos humanos da iniciativa pública e do setor publico para reformularem novas regras no mercado e reverterem a falta de crescimento e diminuir o desemprego elevado, pois a manutenção desta fórmula atual levará a resultados desastrosos se ocorrerem quedas significativas nas exportações. A limitação das organizações neste contexto é de carecerem de meios ou de amplitude suficiente para analisarem totalmente o contexto, mas mesmo limitadas são capazes dentro dos seus limites de efetuarem as mudanças por meio dos seus gestores de pessoas.

Como reportado na entrevista feita por SULL e ECOBARI (2004), o brasileiro precisará utilizar toda sua criatividade e adaptabilidade, para repensar e redesenhar sua "estratégia de sobrevivência" face as constantes mudanças de mercado, e como toda mudança profunda depende da alta gerência na condução dos processos, caberá por sua parte aos gestores de pessoas garantir a aderência dos envolvidos por meio da qualificação, conscientização e motivação, ou não haverá sucesso na inovação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, Média aritmética dos dados de desemprego de 2004 obtida da tabela do IBGE, Comunicação Social de 25 de fevereiro de 2005, Pesquisa Mensal de Emprego. Brasília: IBGE, 2005.

______, Ministério do desenvolvimento, indústria e comércio. Desenvolvimento da Produção -(SDP) : Anuário Estatístico do Setor Industrial: Anuário Estatístico. Brasília. Brasília: MDIC, 2004.

CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede; A era da informação, economia, sociedade e cultura. V.1. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

HAMEL, G. e PRAHALAD, CK. Competindo pelo Futuro; Estratégias para obter o controle do seu setor e criar mercados no amanhã. Rio de Janeiro:Editora Campus, 1995.

HAMMER, Michael. A empresa voltada para processos. São Paulo: HSM Management, revista , Julho - Agosto de 1998.

_________, Michael. A realidade da reengenharia. Entrevista. Reengenharia, Processos. São Paulo: HSM Management, revista, Maio - Junho de 1997.

MANÃS, Antonio Vico. Gestão de Tecnologia e Inovação. São Paulo: érica, 2003.

MARTIN, James. A Grande Transição: usando as sete disciplinas da engenharia da empresa para reorganizar pessoas, tecnologia e estratégia. São Paulo: Futura, 1996.

RH Central. A organização voltada para processos; A definição e redesenho de processos permite enxergar com clareza a contribuição de cada colaborador no resultado final. São Paulo: Fênix Central de Negócios, edição do mês, profissional e negócios, ano 6, número 80, novembro de 2004. Disponível em:  http://www.rhcentral.com.br/pen/pen.asp?ano=6&numero=80&pagina=14, acesso em 17  JUL. 2005.

SULL, Donald N. e ESCOBARI, Martín. Entrevista com Don e Martin. Sucesso Made In Brazil. Datado em Março de 2004. Disponível em:  http://www.sucessomadeinbrasil.com.br/entrevistas.htm, acesso em 28/05/2005.

ANEXOS

Anexo 1 - Quadro comparativo dos índices nacionais

Fonte: montado pelo autor baseado nas fontes mencionadas no quadro.

Jundiaí, 17 de Julho de 2005

 

 

Autor:

Reinaldo Toso Júnior
tosojr-prof[arroba]yahoo.com.br

Wisconsin International University
Doutorado
Administração De Negócios
Recursos Humanos Reegenharia W1027



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