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Educação ideológica

  1. Introdução
  2. Justificativa
  3. Desenvolvimento
  4. Conclusão
  5. Referencial bibliográfico

INTRODUÇÃO



Para compreendermos o que é educação
ideológica temos que, primeiramente, saber os significados das palavras:
educação e ideologia. No dicionário da língua
portuguesa educação significa: ato ou processo de educar (se),
qualquer estágio desse processo, aplicação de métodos
próprios para assegurar a formação e o desenvolvimento
físico, intelectual e moral de um ser humano (pedagogia, didática
e ensino). Conhecimento e desenvolvimento resultantes desse processo: preparo.
Desenvolvimento metódico de uma faculdade, de um sentido, de um órgão.
Conhecimento e observação dos costumes da vida social, civilidade,
delicadeza, polidez e cortesia.

Então, educação é um ato de
aprendizagem formal e informal, que acontece de maneira didática
e espontânea levando o indivíduo a uma percepção
de memória e dos sentidos como: do paladar e do intestino. Etimologicamente,
educação vem do latim educatonis que é "ação
de criar, de nutrir, cultura ou cultivo" de algo que traduz delicadeza ou
sapiência.

Para o professor Paulo Freire (1983) "a educação
é o fator mais importante para se alcançar à felicidade".
Já para a professora Bárbara Freitas (1986) educação
é uma filosofia de vida, uma concepção de sociedade
concreta, que se dá através de instituições
específicas como: família, comunidade, mídia e escola,
que são as porta vozes de uma nova pedagogia pós-moderna.

Se a educação é uma filosofia de vida
para se alcançar à felicidade em todas as instituições,
onde se desenvolve o lado físico, intelectual e afetivo, através
de uma pedagogia criadora de cultura e conhecimento didático; logo,
podemos afirmar, que educação é a própria conduta
de vida moral e ética, tendo como concepção a formação
plena do homem e da mulher.

O conceito ideologia vem do francês ideologie (1796)
que são estudos das idéias, que mais tarde se tornou o conjunto
de idéias trazidas com a realidade, Atualmente é doutrina
que inspira ou parece inspirar um governo ou um partido.

Filosoficamente é a ciência que estuda a origem
das idéias humanas e as percepções sensoriais do mundo
externo. Esse conceito nasceu com o filosofo francês Destutt de Tracy
no século XVIII.

Ideologia é um conjunto de idéias e de representações,
que certos grupos impõem como uma verdade acabada e universal. Uma
dicotomia entre a forma de pensar e atual, trazendo uma concepção
negativa da própria ideologia.

Para os marxistas são os conjuntos de idéias
presentes nos âmbitos: teórico, cultural e institucional das
sociedades ou crenças, tradições, princípios
e mitos, existente em um grupo social que defendem os seus próprios
interesses: religiosos, políticos ou econômicos.

Partindo desse ponto de vista é que pretendemos
desenvolver e debater sobre a questão da educação ideológica
e os seus pilares de sustentação como: família, escola,
igreja, mídia, clubes e qualquer outro lugar onde o Estado consegue
através dos seus aparelhos reprodutores ideológicos repassar
a sua ideologia, que hoje assombra a educação brasileira com
modelos educacionais que visam o repasse da ideologia da classe dominante
através das escolas e os seus projetos pedagógicos, verdadeiros
comprimidos educacionais alienadores, pois o conhecimento elaborado hoje
é ideologia e a filosofia educacional das escolas também é
ideologia.

O simples uso do livro didático é uma alienação
ideológica, pois as grandes maiorias desses livros não condizem
com a realidade do aluno e da aluna e, principalmente, com a realidade da
região onde ele está sendo desenvolvido.

O marxista italiano Antonio Gramsci (1944) diz que "a dominação
ideológica é igual à subordinação intelectual"
ou seja, que tem o domínio da ideologia, tem o domínio sobre
a educação e todas as instituições ligadas a
ela direta ou indiretamente.

Não iremos falar aqui nesse estudo dos governos
neoliberais ou progressistas e nem de partidos de direita ou de esquerda,
iremos falar sobre educação ideológica, pois é
isso que mantém um sistema de governo seja ele conservador ou progressista
no poder.

A educação ideológica é usada
pelo Estado para manter o poder de Estado, e isso, é uma premissa
de qualquer tipo de governo em qualquer parte do mundo.

Vivemos num mundo globalizado onde o fosso que separa as
classes sociais está cada vez mais fundo e a suas diferenças
acentuadas de maneira que a luta que já era histórica tornou-se
também desumana.

Na busca por uma educação livre da ideologia
das classes dominantes deparamos com a tentativa de divulgação
da ideologia das classes oprimidas, essa luta histórica e antagônica
no âmbito filosófico e político é ao mesmo tempo
alienadora, pois busca o domínio do Estado através de uma
educação ideológica.

Não queremos condenar essa ou aquela ideologia,
nem defender uma educação livre de qualquer ideologia, queremos
é buscar uma escola transformadora, na qual, haja uma pedagogia neutra,
que terá em sua filosofia a busca por uma ideologia elaborada pelos
alunos e alunas, e professores e professoras, livres do domínio do
Estado ou de qualquer outro tipo de domínio.

A educação é o passaporte para um
mundo novo, para um homem e uma mulher novos autônomos e acima de
tudo humanista/dialéticos.

Esperamos contribuir para o debate sobre o momento histórico
em que vive a educação, contribuindo de maneira neutra e livre
dos dogmas ideológicos, que encontramos na educação
hoje.

Contribuindo para a formação do ser através
do conviver e do conhecer, fazendo desse movimento à maneira de fazer
o pensar reflexivo objetivo e subjetivo do individuo na sua formação
inicial, a fim de torná-la capaz de transformar e construir tudo
a sua volta.

Buscar uma escola transformadora, humanista e criativa
é o grande desafio da educação brasileira nesse inicio
de século XXI.

JUSTIFICA

Desde a Revolução francesa com o surgimento
da classe burguesa e proletariado, explodiu nos seios dessas classes uma
luta pelo poder de Estado. Essa luta de caráter ideológico,
teve na educação um pilar para o seu desenvolvimento e propagação
dos seus ideais de classe, também para a busca por um ideal de vida
sem sofrimento e igualitário.

A classe menos favorecida buscara uma educação
que propiciasse para o seu meio, uma melhora na oportunidade para si e para
os seus filhos, tendo uma crítica à educação
dominante e o seu projeto ideológico e de alienação
política.

O conceito educacional dos conservadores e dos marxistas
hoje, generaliza o sujeito que atua e o que conhece, a um formato de sujeito
ativo na construção da vida social que acham correta para
os seus interesses.

Falam em democracia, mas silenciam o povo o que é
uma farsa, dão ao povo comprimidos pedagógicos como solução
imediata e apaziguadora do sofrimento do saber. Comprimidos de conhecimentos
ideológicos partidários.

Todo o sistema educacional se justifica, através
de uma base de argumentações, que oscilam entre uso da educação,
como fator importante para a correção do sistema socioeconômico
e cultural, e outro, que defende a educação como papel principal
para a transformação do modelo de sociedade em que vivemos.

A educação não está doente,
porque nunca houve um sistema educacional verdadeiro proposto pelos governos,
por isso, não precisa de remédios, precisa sim de uma proposta
que una a educação: familiar, social, global e intelectual.

A educação neoliberal, mesmo sendo moderna,
não tem força para esconder as diferenças de classes
e seus interesses antagônicos históricos.

A educação progressista de cunho ideológico
marxista é a incompetência dos governos de esquerda, pois é
fanática e remota a um pensamento marxista-stalinista ou, até
mesmo, a uma utopia cubana cheia de clichês e de controvérsias,
já que busca a conquista do poder, manipulação das
massas populares e uma inversão cultural.

"O socialismo realista", conforme o professor Paulo Freire,
nunca foi socialista, pois é desfacelada e tem como excelência
intelectual um conhecer sem compreender e, especialmente, sem sentimento
e paixão.

Na escola, se percebem a divulgação e reprodução
de uma ideologia que domina o conjunto de idéias, concepção
e conhecimento sobre um ponto de discussão. Podemos ter duas visões
para o mesmo assunto e, também, dois posicionamentos ideológicos:
um liberal (neoliberal) outro marxista, que acarretara uma ação
efetiva no sentido de organização ideológica da escola.

Há também a ideologia da igualdade de oportunidade
escolar: tratamento, gratuidade, obrigatoriedade, neutralidade, religiosidade,
currículos e de métodos, igualdade de competição
escolar. A ideologia nas escolas, divide o sistema único em duas
redes: uma inferior e outra superior, instruindo e selecionando em duas
versões: uma técnica e outra superior.

A escola como instituição para reproduzir
o domínio de classe vigente de poder de Estado ou do equilíbrio
social, já que ela possui as ferramentas para o desenvolvimento da
ideologia da classe de poder de Estado, pois ela tem as funções
instrutivas e as educativas.

O conceito de ideologia que professora Marilena Chauí
dá para ideologia, é que ela "é um conjunto lógico,
sistemático e coerente de representações de idéias
e valores e de normas ou regras de conduta, que indicam e prescrevem aos
membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem
valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir,
o que devem fazer e como devem fazer".

Portanto, para a professora a ideologia é uma regra,
uma norma, que tem a função de explicar a divisão de
classes na sociedade e suas diferenças culturais e econômicas,
não mostrando a verdadeira divisão da sociedade que é
na diferença de produção de riqueza econômica.

A ideologia educacional vem com a obrigação,
nesse caso, de ocultar essa divisão, formando um corpo de sentimento
único e coeso, que tem a função de apoiar a estrutura
atual, não permitindo a mudança ou até mesmo um princípio
de mudança que venha tirar a ordem social do momento.

DESENVOLVIMENTO



O Estado sempre manteve a sociedade sobre os domínios
dos aparelhos repressivos, tais como: administração, polícia,
exército, tribunais, que constituem os aparelhos repressivos de Estado,
esses aparelhos estão ligados a um sentido de violência, o
Estado se impõe através da violência que, às
vezes, chega até a ser física.

O pensador marxista italiano Antonio Gramsci afirmara que
o Estado não possui só aparelho repressivo, existem também
as instituições da sociedade civil, que formam os aparelhos
ideológicos do Estado. Essas instituições, em sua maioria,
são instituições privadas como: os sindicatos, as escolas,
as igrejas, as famílias.

São esses aparelhos que funcionam através
da ideologia, por isso, não precisam ser públicos e nem privados.
Os aparelhos ideológicos do Estado são múltiplos, distintos
e com uma certa autonomia, oferecem um campo vasto de contradições
ora ampla, ora limitada, para as lutas de classes.

Nesses aparelhos, o Estado exerce o seu poder através
da ideologia, diferente dos aparelhos repressivos, em que ele; (o Estado)
exerce o seu poder pela força física.

No início da década de setenta, o filósofo
francês Louis Althusser afirmou que a escola é um aparelho
ideológico do Estado, causando com isso um verdadeiro furor entre
os intelectuais da época. Alguns professores acordaram para a questão
de serem peças num tabuleiro de jogo ideológico.

Os problemas educacionais estão no conceito de que
a escola reproduz desigualdade social, na medida em que contribui para a
reprodução da ideologia das classes dominantes e mesmo para
a reprodução das próprias classes sociais.

A dominação de classe se dá em primeiro
momento no econômico, é a luta histórica, que expressa
na política, na luta ideológica e na hegemonia. O Estado usa
os aparelhos ideológicos e reprodutores de ideologia, para manter
a dominação sobre a classe menos favorecida. São concepções
de mundo e crenças sedimentadas historicamente.

Para Bourdieu e Passerou, "a escola é, de certa
forma, uma maneira de perpetuar as relações de força
de uma sociedade classista". A arma de uma escola é a sua ideologia;
um sistema de verdade universal.

Antonio Gramsci dizia que era preciso distinguir os conceitos
de ideologia orgânica da ideologia arbitrária, pois são
diferenciadas no seu contexto histórico, já que a orgânica
serve para organizar as forças sociais e para os homens e mulheres
tomarem consciência de sua posição de luta. Para Gramsci,
a ideologia é, no primeiro momento, o cimento do alicerce da estrutura
social.

Na ideologia arbitrária, o pensamento ideológico
é imposto de maneira alienada, com um domínio pelo poder de
Estado do repasse e divulgação da doutrina.

A maneira de pensar e agir ou na ação e reflexão,
é uma dicotomia que separa a sociedade no âmbito escolar. Uma
parcela da sociedade se dedica ao trabalho intelectual e outra ao trabalho
técnico, a uma divisão do trabalho. Uma classe pensa e manda;
outra classe não pensa, logo, só obedece.

A leitura de mundo, na pedagogia transformadora é
a liberdade, o papel importante na vontade de ação na transformação
social, mas como alcançar essa liberdade pressa a uma ideologia.

As ideologias não são estáticas, permanentes,
elas funcionam de maneira hegemônica e se reformulam a todo o momento,
sem perder a sua essência principal. A um confronto nesse processo,
entre os intelectuais tradicionais, os orgânicos e a práxis
da sociedade.

O Estado cria uma escola pobre de cultura, tendo como fins
a profissionalização e a busca por empregos para as classes
menos favorecidas. Com isso, o ensino superior fica restrito cada vez mais
à elite que controla a ideologia e o poder de Estado.

Antonio Gramsci utiliza o termo ideologia como referencia
a hegemonia de classe, que se impõem com o significado de ação
sutil, de tal modo, que as ações de uma sociedade venha contribuir
para justificar a situação atual.

A escola como aparelho ideológico do Estado, vem
a serviço da dominação de uma classe sobre a outra,
através de um processo de hegemonia ideológica, mediante a
uma conscientização alienante. Perpetuando uma relação
de produção e distribuição social do poder de
Estado.

Qualquer filosofia ou qualquer modelo de sociedade democrática
necessita ser consciente de que a ideologias é algo, que precisa
ser conhecida. É também importante saber, que cada ideologia
tem sua liturgia, sua técnica e suas tácticas de persuasão.

Antonio Gramsci utiliza o termo Hegemonia Ideológica,
para se referi a ideologia que se impõem de maneira significativa,
e que, possibilite uma ação de maneira sutil, de tal modo,
que inclusão de formas de organização e de atuação
de uma sociedade, em que contribuam a manter a situação de
injustiça, seja a ser percebida como inevitáveis, naturais,
sem possibilidade de modificação.

A dominação de uma classe sobre a outra se
dar, através da produção eficácia de uma hegemonia
ideológica, mediante a criação de uma consciência
e de um consentimento espontâneo dos membros da classe social submetida
ao poder de Estado.

Para Gramsci, existem três momentos de em que a hegemonia
ideológica é usada na escola como fator de contribuição
para o controle do Estado: primeiro é econômico, com a exposição
da pratica econômica pelos intelectuais orgânicos, que representa
a classe social do poder.

Segundo, a política e sua totalidade de classe,
apoiada na economia, que vem a dar a sustentação para a terceira
e ultimo momento, a supremacia política, econômica e moral,
que a classe do poder de Estado usa para determinar a relação
entre a produção do conhecimento e distribuição
desse conhecimento.

A escola é a ponte entre a sociedade civil e o Estado,
entre o consenso e a força política. A escola assumi o papel
de dominante na luta de classe e representa a maior força política
e ideológica do Estado.

A ideologia se constrói e transmite em situações
concretas no espaço e tempo específicos, mediante a uma pratica
pedagógica determinada pelo Estado. Em toda sociedade de classe ou
de grupos sociais, que possui o poder e impõem de forma a legitimar
o seu domínio, a sua produção e a sua organização,
usam o discurso e a escola para propagar a sua ideologia.

As instituições escolares, denominadas de
Aparelho Ideológico do Estado, por Louis Althausser, funcionam como
aparelho de reprodução e alienação ideológico
da classe dominante do poder de Estado. As instituições escolares
são, os principais meios de controle do Estado na sociedade, sem
uso da violência repressora.

CONCLUSÃO

















"E hoje em dia, como é
que se diz eu te amo.

E hoje em dia, vamos fazer
um filme".

Legião Urbana.

Qual o modelo de educação certa para o povo?
Ou melhor, qual o projeto educacional que trará a verdadeira liberdade
as classes oprimidas?

O que estamos vendo hoje é uma busca não
pela verdadeira pedagogia da transformação e da cidadania,
mas sim, por uma pedagogia dos comprimidos, que propõe uma carapuça
ideológica no problema educacional brasileiro.

A escola é um aparelho ideológico do Estado,
e por isso, repassa em programas educacionais, ideologias para as classes
menos favorecidas ou oprimidas. É uma violência simbólica
que proíbe os homens e mulheres de serem. É a violência
ideológica que explora e mantém um "stato quo" na sociedade.

A luta de classes sempre existiu e é histórica,
e essa busca pela liberdade também é histórica e dolorosa,
pois há um medo de um novo, do homem e da mulher, que irão
nascer com a liberdade, autênticos e humanistas, com uma nova leitura
de mundo.

O professor Paulo Freire (1983) nos diz que – "esta pedagogia
não pode ser elaborada nem praticada pelos opressores", os opressores
citados são os que dirigem os poderes do Estado. Quando uma classe
assumi o poder e passa a desenvolver uma educação ideológica,
ela passa de oprimida a opressora, pois não desenvolve uma pedagogia
livre da superestrutura, ao contrário, torna os alienadores da, já
alienada, sociedade dos oprimidos.

Todos os projetos pedagógicos que são desenvolvidos
no Brasil são cercados de uma propaganda massificada, que tem como
fundo uma conscientização de alienação coletiva
com dosagens de mudanças apenas de ideologia, formando um sistema
educacional mediado por um conjunto incoerente de unidades múltiplas
de elementos reunidos sob um único princípio: a ideologia.

O ensino público, hoje no Brasil, ensina a submissão
dos alunos e alunas, com uma prática ideológica alienante.
A concepção de projeto educacional progressista está
centrada em definições acabadas, em que o dialogo é
apenas mera verbalização alienante e na qual não se
pode denunciar a falta da democracia educacional. É um ativismo que
nega a práxis pedagógica verdadeira, reduz a reflexão
ao conjunto já pré-determinado pelos intelectuais orgânicos
do sistema educacional vigente.

Há no fundo, uma dicotomia entre a palavra liberdade
e o seu sentido etimológico e o significado para os educadores da
pedagogia dos comprimidos. Pois o diálogo esgota na relação
"eu-tu", e os caminhos são impostos ao mundo existencial e fazem
do diálogo um depósito de idéias, pois o sujeito da
ação é o Estado "dono da verdade" e do "saber".

O grande problema educacional, hoje no Brasil, é
que os projetos pedagógicos são feitos por pessoas que não
têm compromisso com a cultura em si própria: livre e neutra,
mas com a cultura ideológica; infectada pelas doenças da ignorância,
imoralidade e classista partidária.

Todos os projetos educacionais brasileiros trazem consigo
uma ligação com o governo. "Tudo pelo povo, mas nem tudo para
o povo" Boungarrtner. Acham que o povo não sabe escolher o modelo
de educação que quer, pois quem controla o Estado é
que tem condições de decidir, fazem verdadeiros projetos ideológicos
que nos empurram como um comprimido educacional de passividade, como se
fosse um remédio para a doença educacional do país.

Os sistemas educacionais formulam projetos que priorizam
conhecimento acabado em detrimento de um aprendizado dialético, não
concebendo a educação como um todo na busca por uma educação
cidadã.

Em Belém, podemos ver projetos dados como verdadeiras
obras primas da pedagogia moderna, serem desfeitos por completo ou parcialmente,
depois da troca de governo municipal.

Projetos como a Escola Bosque, desenvolvido durante o governo
do Prefeito Hélio Gueiros, do PFL, na época. Um projeto dado
como excelência no desenvolvimento da Educação Ambiental,
ser totalmente desfeito no governo do Prefeito Edimilson Rodrigues do PT.
Acharam desde desvio de verba na construção, passando por
problemas estruturais, metodologia ultrapassada usada na escola e até
problemas administrativo-democráticos para acabarem com o projeto
original e refazerem com outra metodologia, ou melhor, com outra ideologia.

A pedagogia dos comprimidos, que hoje se assiste no Brasil
é a prova da doença ideológica que os nossos governantes
estão sofrendo. E essa doença é repassada para as massas
populares de forma violenta: às vezes simbólica, às
vezes repressiva.

Ela é simbólica quando acontece através
das ideologias do Estado, que domina os aparelhos ideológicos como:
escola, uma parte considerada da igreja, os meios de comunicação
e o MEC.

É repressiva quando o Estado usa a polícia
e todos os aparatos de segurança para impor suas idéias e
manter a "ordem".

Historicamente, tanto os governos conservadores como progressistas
usam os aparelhos quando sentem ameaçados pelos movimentos da sociedade
organizada.

Mas é na escola, que acontece o encontro entre a
educação e as violências simbólica e repressiva.
A escola, nesse momento, torna-se um teatro de discussão ideológica,
como se fosse um grande palco que exibe uma peça de teatro, em que
os atores são: educadores e educandos, uns fingindo que ensinam e
outros fingindo que aprendem.

Na platéia, a sociedade fingindo (ou sendo induzida)
que acreditam no sistema e o Estado como o grande produtor da obra, financiando
a custo baixo uma educação classista, ideológica, arcaica,
deformadora de consciência.

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JOSE OSWALDO MONTE DOS SANTOS LEITE

DIRETOR DO COLEGIO LEONARDO DA VINCI

ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO.

yuryeyago[arroba]bol.com.br

 


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