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Resiliência del adolescente e sus componentes emocionais durante su desenvolvimento (página 2)




Enviado por jose_azevedo2



Partes: 1, 2

6. A agressividade e a
resiliência

Poderíamos começar este capítulo
por uma citação de Laborit (1970: 7) "l’homme
se conçoit de moins en moins isolé au millieu de la
nature, de moins en moins libre aussi." Se é bem verdade
que nos dias de hoje o homem vive cada vez menos isolado,
também é verdade que o homem cada vez conhece menos
os outros que o rodeiam. Claro está que Laborit é
um biólogo, e como tal vai observar a violência de
um ponto de vista biológico, além disto no que
respeita à agressividade, existem diversas formas e tipos
de agressividade, mas resumidamente, podemos
classificá-las em dois tipos; a agressividade verbal
(intencional ou não) e a agressividade física. Segundo
Laborit (1970) "um acto reflexo é um acto inconsciente", e
assim uma resposta agressiva e violenta, pode ser uma resposta
instintiva, porém este tipo de resposta tem antecedentes
em situações anteriores, que ficaram gravadas na
memória do indivíduo. Porém estes aspectos
também estão por sua vez ligados às
emoções, e quando Damásio (2000) reflecte
que se pensarmos em termos de "emoções
primárias" torna-se muito mais simples caracterizar as
"seis emoções primárias ou universais:
alegria, tristeza, medo, cólera, surpresa ou
aversão" além do que torna ao mesmo tempo mais
fácil a discussão e o questionar se a agressividade
apresentada por alguns dos nossos jovens, não será
produto do meio onde viveram. Na realidade e segundo Chabot
(2000: 71) quando se refere ao Quociente Emocional diz que
"aqueles que possuem um QE elevado terão um sistema
imunitário mais resistente, gozarão de mais
saúde e de um maior bem estar." Neste aspecto um quociente
emocional baixo pode ser demonstrativo de diversas
situações, já que na realidade o aspecto
emocional está de certa forma ligado à
resiliência do sujeito. Na verdade a resiliência ao
ser observada por diversos autores tal como é referido por
Ralha-Simões (2000) que se trata de uma "resistência
inesperada a eventos
potencialmente desfavoráveis que se manifesta contra o que
seria previsível dadas as circunstâncias em que os
indivíduos foram no passado ou estão no presente
envolvidos", parece-nos a nosso ver que certo tipo de
agressividade patente em certos jovens deve-se essencialmente ao
já vivido, os quais lhe provocaram traumatismos afectivos
graves, provocando ao mesmo tempo uma certa necessidade de
auto-afirmação, através de condutas
agressivas, devido à sua situação
abandónica a que foram votados.

Quando um jovem ao exigir um objecto pessoal a outro e
recebe como resposta um não, é porque sente que o
objecto é seu e não tem nada que o mostrar ou dar,
porém se o primeiro ao receber a resposta negativa comete
uma agressão, devido a ter recebido uma resposta negativa,
então é porque a sua capacidade de
resistência à frustração é
baixa, podendo-se obviamente pensar que a sua resiliência
será baixa, já que não consegue adaptar-se
à situação negativa que lhe é posta
perante uma resposta negativa. Porém, não podemos
de forma alguma pensar, que todas as crianças
institucionalizadas apresentam este tipo de factores agressivos,
pois que muitos jovens institucionalizados apresentam um
comportamento dentro dos parâmetros sociais adequados.
Porém quando a criança chega à
institucionalização ´e muitas vezes tarde
para se realizar um trabalho efectivo de
readaptação social. Tanto assim que o aparecimento
de instituições de portas fechadas em que os jovens
se encontram em regime quase "prisional", deve-se sem
dúvida alguma às situações
vivenciadas pelo jovem e ao ambiente
social onde está inserido.

De facto diversas histórias correm nos meios de
comunicação social, em que apesar do jovem
apresentar desvios de comportamento, torna-se ao fim e ao cabo
num "pequeno herói", pois que conseguiu realizar
determinado tipo de "proezas". Recorde-se aqui, um caso veiculado
por todos os meios de comunicação social. Um jovem
de 13 anos, residente em Almada, num bairro social, entra num
stand de automóveis, esconde-se dentro dele, e à
hora de almoço, abre as portas do stand e rouba uma
carrinha Mercedes, levando-a até à sua área
de residência, após ter sofrido pequenos acidentes
de percurso. A polícia pouco pode fazer porque o jovem tem
13 anos, a mãe por sua vez já tinha pedido ajuda
às autoridades competentes, devido aos problemas
comportamentais do seu filho. Estas alterações
comportamentais, eram consideradas pelos agentes de autoridade,
como roubos sucessivos de automóveis. Na verdade trata-se
de um comportamento delinquente, em que a consciência
moral
não existe, e também não sabemos até
que ponto esta lhe terá sido incutida ou não pelo
seu ambiente
familiar e pelas vivências sociais. Porém, aos olhos
de muitos jovens da zona, este garoto é um herói,
pois que consegue proezas que os outros não conseguem,
tais como abrir um automóvel trancado com todas as novas
tecnologias, não é para qualquer um. Porém,
que tipo de emoções é que este jovem sente?
Que tipo de resiliência este jovem apresenta? Será
que a sua resistência e a sua ressonância ao seu meio
o levam a respostas desadequadas, e socialmente
incorrectas.

O que se passa com os jovens com tendências
anti-sociais tem sido estudado por diversos autores, além
do que existem já diversos questionários
psicológicos para se poder avaliar
as tendências anti-sociais e de delinquência,
porém fica muito por aclarar, pois que algumas das
perguntas que são feitas, são nos dias de hoje
ridículas senão mesmo impróprias para se
poder definir
se o comportamento é desajustado ou não, e se
é um comportamento delinquente ou não. Na realidade
Cubero (1998) apresenta como conduta delinquente o
"indivíduo bater às campainhas das portas e fugir",
ora por experiência pessoal e durante muitos anos, e em
duas cidades distintas e sem relação em si, um
carteiro, tinha por hábito tocar para todos os andares
mesmo que não tivesse correio para o prédio.
Podemos questionar se os "carteiros" terão um
comportamento pré-deliquente ou mesmo delinquente. Claro
está que não, mas o que é certo é que
a situação era irritante para todos os moradores
desses prédios.

Porém o jovem adolescente ao transportar consigo
uma navalha ou um canivete, já é algo um pouco
diferente, pois que ao transportar esse objecto, na realidade
trata-se de carregar consigo um objecto contundente, e portanto
numa situação agressiva e instintiva, poderá
usar esse objecto contra terceiros. Mas que significado tem o uso
e o porte de uma arma branca, navalha de ponta e mola, objecto
proibido, apesar de ser proibido por lei, vende-se em todas as
lojas de desporto de caça e pesca.
Não há jovem que se preze com quinze ou dezasseis
anos, oriundo de bairros de pescadores que não use um
objecto desses. Será que ele tem tenções de
agredir alguém? Ou será que devido ao ambiente
social em que vive, a navalha é um objecto que serve para
tudo e mais alguma coisa. Não há muito tempo, uma
série da televisão, MacGuiver, apresentava o
canivete suíço, como o objecto necessário e
imprescindível. Sem ele era impossível o
herói sobreviver, pois que dava uso a esse objecto das
mais diversas formas, desde chave de parafusos, até corta
fios, o herói televisivo usava-o para conseguir dominar
todas as situações possíveis e
imaginárias.

Será que este herói televisivo pode ser
considerado como delinquente, penso que não. Aliás
este herói apresentava uma resiliência a toda a
prova, pois que adaptava o seu comportamento a todas as
situações, tentando dessa forma superar as provas
que lhe eram postas à sua frente, na sua actividade. Na
realidade a sua flexibilidade de comportamento demonstrava a sua
capacidade de resiliência a situações novas,
demonstrando dessa forma que o seu comportamento não era
rígido, mas sim que se adaptava segundo as
circunstâncias.

Outros factores podem ser observados, e escamoteados
pela resiliência do sujeito, levando a que médicos e
técnicos sejam completamente enganados pela sintomatologia
apresentada, pois que os dados por vezes são esquecidos ou
negligenciados pelo próprio sujeito. A resiliência
ao ser observada como a capaciade de resposta do ser humano
às mais diversas situações que lhe
são postas pela frente, apresentam por vezes um risco para
a própria saúde física e mental.
Estamos a falar de acidentes traumáticos, tal como
é referenciado por Kaplan (1997) que acidentes envolvendo
as áreas temporais e temporo-parietais, a que a maior
parte dos sujeitos dá pouca importância, podem
apresentar meses mais tarde alterações de
personalidade e de concentração e de humor,
apresentando ainda condutas agressivas. De facto já Walsh
(1978) referenciava tais situações de traumatismos
cranianos sem fractura óssea, que mais tarde dão
sinais, devido áquilo que é considerado por
diversos autores da neuropsicologia, como Hécaen, Luria e
outros, como sequelas pós-traumáticas. Estas
situações, implicam por vezes
alterações do domínio
neuro-epiléptico, e só diagnósticos muito
finos, conseguem na realidade vislumbrar algo do que é que
se passa no cérebro do jovem.

Porém a resiliência do indivíduo
joga aqui um papel
importante, porque dada as suas capacidades de
adaptação às situações que lhe
são adversas e lhe são colocadas à sua
frente, tem a capacidade de resistência de substituir e de
as conseguir ultrapassar. As suas capacidades cognitivas
não se apresentam de forma alguma diminuídas,
porém algumas funções como a
atenção, a concentração, a
psicomotricidade fina, e a constância de comportamento
pedem apresentar alterações significativas, sem que
o sujeito o note estas mesmas alterações, sendo
somente observadas pelas pessoas que o rodeiam.

7. A adolescencia
tardia e a resiliência

Há já algum tempo se tem vindo a observar
certos fenómenos desestibilizadores das famílias,
muitos destes fenómenos vêm por em causa a
própria estrutura familiar. Na verdade, legalmente o jovem
aos dezoito anos torna-se adulto, dado que o Estado lhe
dá a capacidade de votar, porém a nível
financeiro e económico continua na dependência dos
pais até terminar os seus estudos de bacharelato ou
superiores, e por vezes mesmo para além disso.

A nível psicológico torna-se uma
situação perturbadora para o adolescente, porque se
por um lado é cidadão maior e pode segundo a lei
fazer o que quiser, por outro lado, encontra-se na
dependência económica dos pais. Trata-se assim de
equilíbrio de certa forma muito instável, pois que
começa a aparecer nos nossos jovens
universitários
situações preocupantes de abandono dos cursos, devido
à influência de colegas, que ao olharem para aquele
aluno que lhes poderá fazer sombra, devido às
classificações que tira, é visivelmente mais
frágil, mais sensível e por vezes devido a
situações muito diversas apresenta uma
resiliência fragilizada, não conseguindo suportar a
pressão que os outros exercem sobre ele. Estes alunos
até podem ter uma resiliência adequada, porém
esta pode apresentar-se fragilizada. Não nos
esqueçamos que uma licenciatura dura cerca de cinco anos,
e que ao longo de cinco anos muitas alterações
sucedem na vida de uma pessoa. Para além disso, a
existência de um número cada vez maior de acidentes
de motos, comboios, automóveis e outros meios de
locomoção, leva a que os jovens sofram acidentes
traumáticos, em que apesar de existirem desmaios
momentâneos com perda de consciência
momentânea, são pelos médicos das
urgências como algo que não vale a pena estudar mais
aprofundadamente, pois que nessa altura, o sujeito está
normal, não existindo teste psicológico nem
psiquiátrico algum, que mostre que irão existir
alterações significativas de
personalidade.

Um dos factores mais observados neste tipo de jovens
é a perda da moral, ou
melhor das regras de conduta sociais que até aí
eram adaptadas à realidade. Na realidade, a
resiliência está ligada ao próprio controle
emocional do sujeito, e esta por sua vez à zona
pré-frontal.
Um dos factores que se nota a nível das
perturbações de personalidade só aparecem
passados seis meses, e por vezes mais ou menos tempo, dependendo
de muitos factores. Claro que a resistência à
própria mudança, e o sentir que determinadas
funções cognitivas começam a falhar, leva a
que muitos jovens sejam influenciados por outros, no sentido de
tomar substâncias que a curto, a médio ou a longo
prazo, vão despoletar situações anormais de
comportamento, levando-os a tomarem decisões completamente
erradas, e olharem para os pais como se fossem os inimigos
número um a abater.

Efectivamente trata-se de um fenómeno que tem a
ver com a própria resiliência alterada, ou seja o
sujeito deixou de ter tanta resistência às
influências exteriores, indo atrás de tudo o que lhe
é dito. Por outro lado, o medo de assumir que estão
doentes e que precisam de tratamento, levam-no muito vezes
à mentira psiopatológica, tentando dessa forma
fugir às suas responsabilidades. Isto não significa
que o jovem não seja capaz de sobreviver, porém e
na maior parte das situações é induzido a
confabular situações não reais, para se
autoconvencer que está o melhor
possível.

Na verdade a maioria das lesões que se podem
observar em situações traumáticas,
não são tão graves como o caso que é
apresentada por Damásio (1995: 57), o qual ele descreve a
falta de discernimento de Elliot, o os seus hábitos de
coleccionismo, devido a um meningeoma nas áreas inferiores
do sistema
pré-frontal. Na realidade as áreas
pré-frontais apresentam inúmeros
funções, que vão desde a
regulação moral, até à de programação de acção
envolvendo ainda as funções de raciocínio
lógico.
Claro está que como é lógico observar-se, a
resistência às situações novas que
são colocadas diariamente a Elliot estavam alteradas. Dada
a sua falta de discernimento e de observar o que poderia vir a
acontecer a sua consciência das acções,
começou a demonstrar-se de certa forma alterada,
não conseguindo discernir o que era viável e o que
não era.
Porém, não são só os efeitos de
lesões traumáticas que nos dia de hoje provocam
alterações significativas de personalidade, pois
que os nossos jovens universitários, são todos e
quase que obrigatoriamente a passarem rituais extravagantes, como
se a entrada para a faculdade, fosse algo de
extraordinário. Poderíamos olhar para esses
rituais, de um ponto de vista antropológico, em seria a
passagem da fase da adolescência à idade adulta.
Porém, na sua maior parte estes rituais, envolvem
situações por vezes bizarras, como seja levar os
caloiros a beber até não aguentarem mais, e quase
que entrarem em coma alcoólico. Por outro lado, torna-se
vulgar o aparecimento em festas de "garrafas especiais", que
oferecidas e pagas por colegas, além do líquido,
como vodka ou outra bebida espirituosa, tem mais qualquer coisa,
como LSD25 ou o novo Ecxtasy. Claro que o risco de
ingestão deste tipo de bebida é bastante grande,
principalmente para aqueles que sofreram de algum traumatismo
craniano e já não se lembram dele. É que
esta mistura, vai actuar ao nível do sistema
límbico, provocando alterações graves de
personalidade e de comportamento. Claro que é complicado
para o jovem dizer que não, a algo oferecido pelos
colegas, mas o que é certo é que este tipo de
mistura, ao alterar significativamente o metabolismo
cerebral, na maioria dos casos irá provocar uma psicose
induzida da qual o próprio jovem não consegue
reconhecer que está doente, e que precisa de tratamento. O
seu comportamento social altera-se, a sua agressividade e o seu
humor também, e para além disso a falta de
concentração aparece, não se conseguindo
fixar naquilo que está a realizar.

A resiliência do sujeito vai ficar alterada, ao
ponto de achar que todos os que lhe dizem que não
está bem, são uns provocadores e que o estão
a acusar de algo que ele acha que não é assim, pois
que a sua visão da realidade também fica
alterada.
A existência de um número crescente de casos de
jovens com cerca de 22-25 anos que abandonam os seus estudos
superiores, e partem porta fora com uma mochila de roupa ou sem
ela, mas com o telemóvel no bolso, à procura de
algo que lhes foi transmitido por colegas e meios de
comunicação social, leva-nos a concluir que na
realidade a sua resistência às
alterações do seu meio envolvente estão
totalmente desvirtuadas..

Mas os jovens têm receio dos pais, já que
por vezes são levados pelos seus colegas a cometer erros,
que acham que os pais nunca lhes perdoariam. É aqui
exactamente que os nossos jovens, na sua grande maioria erram. Os
pais, ao parecer que lhes pregam grandes discursos de
"moral", não estão mais do que a tentar-lhes
dar-lhes alguns mecanismos de defesa perante os outros jovens
adultos, que por vezes até são mais vividos.
Porém a independência não se constrói
de um dia para o outro, conquista-se, levando por vezes muito
tempo a conquistá-la.

Claro que não nos podemos esquecer, que o jovem
estudante universitário vive num mundo complicado, em que
a sua resiliência é posta à prova
diariamente, e que se as suas resistências se encontram
mais fracas, caí sem que nenhum dos colegas lhe deite a
mão ou avise a família, que algo de errado se
está a passar. Além disso quando o jovem
começa a ter necessidade de um financiamento maior para
poder frequentar bares e fazer o mesmo que fazem os outros, e
poder fazer uma vida que os pais não podem suportar
financeiramente, entra numa crise pois que as
contradições sucedem-se, umas a seguir às
outras.

Poucas pessoas estão nos dias de hoje dispostas
em ajudar terceiros, sem nada em troca. Nos dias que vão
correndo, o que é dado hoje é pago amanhã, e
como é lógico e se da primeira vez foi dado
(droga), a
segunda já tem de ser paga. Na realidade é o que se
passa com o haxixe, em que a primeira dose é gratuita, e o
novo consumidor ao
sentir-se num estado de
euforia, vai procurar no dia seguinte novamente o produto, e
assim sucessivamente, porque as suas resistências a essas
situações estão baixas.

Exemplos de uma fraca resistência à
tentação, é algo que nos é descrito
por diversos exemplos de ex-toxicodependentes, que perante o
estímulo de poder consumir o produto tão desejado,
não conseguem resistir apesar de estarem mais de um ano
sem tocarem na heroína. A nível da química cerebral a
heroína vai substituir radicalmente a
formação das endorfinas produzidas pela
hipófise, tornando-se esta "mandriona", pois que ao
detectar uma molécula semelhante áquela que ela
produz, esta deixa de produzir as endorfinas que não
são mais do que o analgésico natural produzido pela
nossa hipófise. A hipófise só por si
não começa a produzir endorfinas quando o
toxicodependente de heroína deixa de a tomar, pois que a
libertação pela hipófise destas
moléculas é lenta, deixando o sujeito sempre na
expectativa de encontrar algo que substitua o tão almejado
produto. Porém, exactamente como nos doentes terminais de
cancro, em que os médicos admnistram morfina para eliminar
as dores, sendo uma situação um pouco diferente,
já que é feito sobre estrito controle
médico, o que é certo é que o doente, vai
necessitar de doses cada vez maiores de morfina, para lhe aliviar
as dores, existindo sempre o risco de a dose ser a dose fatal
para o doente. Só que nesta situação, o
doente está em estado crítico e na realidade
é necessário mitigar-lhe as dores de qualquer
forma, pois que se encontra num estado de sofrimento tal, que
este tem que ser de qualquer forma reduzido.

8. A adolescência, a
família e resiliência

Esta subdivisão deste trabalho não se
deveria chamar "A adolescência e a família", mas sim
"A adolescência tardia e a família". Neste
capítulo iremos entrar em contradição com
alguns autores famosos no campo da "Terapia Familiar" e da
"Psicoterapia Familiar", como Daniel Sampaio, Tomkiewicz, Aires
Gameiro, Watslawick e tantos outros, que foram apregoando que
muitos adolescentes
que se iniciavam na toxicodependia eram produto de um meio
familiar "desiquilibrado".

A verdade começa a aparecer nos nossos dias bem
cruel e um pouco diferente das ideias que se tiveram durante
anos. O produto social e económico a que toda a
civilização ocidental nos remete, é um
transformacionismo da vida familiar. A família alargada
deixou de existir na realidade, pois que os membros da
família vivem separados por distâncias de 300 ou 400
quilómetros, o que leva a que pouco se vejam e se
contactem unicamente por telefone.

Para além disso, o deslocamento das
famílias nucleares para outras zonas onde existe trabalho,
leva sem dúvida alguma à separação
das famílias. Os nossos amigos mais próximos por
vezes também se encontram longe de nós, e poucas
vezes contactamos com eles. O indivíduo vive cada vez mais
isolado, porém e ao mesmo tempo mais dependente dos outros
que o rodeiam, que não lhe são nada, mas que por
vezes em determinadas situações podem
ajudá-lo a superar determinadas crises. De facto, ao
olharmos para o termo de resiliência podemos também
pensar na resiliência das famílias, estas
também apresentam resistências às
mudanças, além do que as alterações
de certos valores
tradicionais, vem por em causa a família e a sua
capacidade de adaptação às novas
situações com que são
confrontadas.

De facto quando Tomkiewicz (1980:80-81) refere que
"teremos de ir mais longe e constatar que apesar de todas as
precauções que se possam tomar a esse nível,
a influência da origem social persiste para além da
terapêutica. ´E um facto atestado pela nossa
experiência que jovens delinquentes com processos bastante
idênticos no plano da delinquência e dos problemas
psicológicos, tendo sido vítimas dum meio familiar
dissociado ou ausente, sofrem um recuperação social
que varia, segundo a respectiva origem social. Isto é
sobretudo flagrante quando à escolaridade. O que saiu dum
meio culto poderá aceder ao ensino superior e a uma
situação social invejável; os outros, seja
qual for o seu nível intelectual, o seu valor humano e
a sua recuperação psicológica, nunca
lá chegaria", constatamos assim que o jovem tem na verdade
mais hipóteses de sobrevivência se tiver
saído de um meio favorecido do que de um meio
desfavorecido. Se por um lado, o meio favorecido transmitiu
normas de
conduta mais rígidas, estas apesar das diversas
alterações psicológicas existentes que o
jovem adulto possa demonstrar irão sobressair no seu
controlo comportamental, apesar de todas as influências
externas que possam ser internalizadas.

O que se observa é na realidade que os jovens
oriundos de meios desfavorecidos, dificilmente conseguem
sobreviver na nossa sociedade sem cair na delinquência,
enquanto que os oriundos de meios culturalmente mais favorecidos,
apesar de se apresentarem fragilizados, conseguem de alguma
integrar-se socialmente, mesmo que não seja o seu
ambiente, e de certa forma ir sobrevivendo mesmo que com
dificuldades, e apesar de a nível psicológico ou
psicopatológico apresentar psicopatologias diversas,
motivadas por induções por terceiros ou mesmo por
certos produtos químicos.

Os jovens delinquentes porém apresentam características bem diversas, pois que a
sua rigidez comportamental não permite nenhuma
flexibilidade perante as situações que lhes
são postas à sua frente. Nesta
situação, a sua resiliência é baixa
às frustrações que lhes são colocadas
no seu dia a dia. Retomamos algo que já referimos acima, o
jovem institucionalizado apresenta um comportamento
rígido, muitas vezes levados a esse mesmo comportamento
devido áquilo por que passou na sua jovem vida. De facto a
sua resiliência encontra-se extremamente
debilitada.

A resiliência, a terceira idade e os jovens
Várias tentativas tem sido feitas para encontrar
soluções para os jovens "anti-sociais", com
comportamentos disruptivos, que se não forem controlados
na altura e no momento certo, adoptam por força das
circunstâncias esses comportamentos nos seus hábitos
quotidianos.
Algumas experiências têm sido realizadas no intuito
de levar estes jovens a olhar para algumas pessoas de certa
idade, como um exemplo a seguir. O projecto não é
novo, pois que quer nos EUA, quer já na Europa, muitos
Centros de Apoio Local, incluem as duas gerações,
na tentativa de mostrar aos jovens que a experiência de
vida é algo que não se perde, e que pode ser
transmitida.
Na realidade, nem todas as pessoas reformadas e que se encontram
na dita terceira idade, são inválidos, além
disso muitas têm demonstrado uma capacidade de
resiliência e de adaptação a toda a prova,
inclusivé ao serem os primeiros a inscreverem-se em
cursos, sobre os quais nunca tinham tido experiência alguma
anterior.
É na realidade este tipo de flexibilidade que falta a
muitos dos nossos jovens, mas que encontramos nalgumas pessoas de
uma certa idade, que demonstram por vezes um entusiasmo sobre
coisas novas e inclusivé sobre as novas tecnologias,
demonstrando dessa forma aos jovens que estão sempre a
tempo de aprender algo de novo. Mostrando aos nossos jovens que
é sempre tempo de aprender.
Estas experiências que tem sido realizados noutros
países começam a ter alguns frutos no nosso
país, principalmente em alguns apoios de centro local, em
que alguns idosos "tomam" conta por assim dizer dos jovens,
tentando de certa forma incutir-lhes "modos" sociais, que de
outra forma nunca os conseguiriam adquirir.
Claro está, que se estes jovens forem deixados sem um
exemplo de flexibilidade, irão apresentar
resistências muito sérias à mudança,
tornando-se de certa forma inflexíveis e sem
resiliência ou muito pouca. Pois que a resistência
à mudança, é por vezes um dos factores, que
leva o jovem a tornar o seu comportamento inflexível e
entrar na caminho da delinquência.

9.
Conclusões

Como se pode observar a resiliência encontra-se
patente em todos os aspectos psicológicos do
desenvolvimento. O ser resiliente não significa
porém que seja um ser que consega resistir a todas as
pressões do meio, nem a todas as
solicitações que este faz.
Muitos aspectos referenciados neste texto,
são situações bem comuns que se passam nas
nossas escolas, casos clínicos ou nalgumas
famílias. Se bem que até este momento a
nível psicológico não haja um
questionário de resiliência aferido a nível
nacional pelo menos em Portugal, existem diversos tipos de
questionários que se podem utilizar para tentar observar
os factores que estão envolvidos na resiliência.
É que a resiliência é algo lato, que
não pode ser observado unicamente num aspecto, tem que se
analisar diversos aspectos que podem ir desde a personalidade do
sujeito, até aos aspectos cognitivos.
Se pensarmos nos primeiros testes de Factores G, elaborados por
Spearman, e o teste de personalidade de Cattel, temos
também a mesma situação para a
resiliência. Não podemos olhar esta de forma
isolada, mas temos de a olhar como um todo, a qual tem que ser
vista segundo diversos pontos de vista que vão desde o
sujeito, o meio ambiente, o seu meio social e familiar, bem como
a sua própria actividade cultural.

10.
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Autor:

José Azevedo

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