A ética nas relações entre empresas e sociedade
O objetivo deste artigo é apresentar e discutir a evolução das principais correntes teóricas empenhadas em justificar o conceito de responsabilidade social empresarial (RSE). Embora no Brasil fale-se cada vez mais a respeito de ética nos negócios e de responsabilidade social das empresas, muitas vezes os argumentos escolhidos para justificar a RSE são essencialmente contraditórios, e misturam pressupostos derivados de orientações teóricas simplesmente incompatíveis entre si. No Brasil fale-se cada vez mais a respeito de ética nos negócios e de responsabilidade social das empresas, freqüentemente os pressupostos teóricos …exibir mais conteúdo…
Este aparente consenso está longe de estender-se às soluções, propriamente ditas, para problemas que aflijam os atores afetados por ações empresariais concretas; todavia, parece ter sido atingido um ponto em que posições como as de Milton Friedman ou de Theodore Leavitt, ferrenhos adversários da noção de RSE nos anos 60 e 70, soam hoje obsoletas:
“A responsabilidade social da empresa consiste em aumentar seus próprios lucros(...). A maior parte daquilo que se deblatera a propósito de responsabilidade da empresa não passa de tolices. Para começar, apenas indivíduos podem ter responsabilidades; uma organização não pode tê-las. Eis portanto a questão que devemos nos colocar: será que os administradores - desde que permaneçam dentro da lei - possuem outras responsabilidades no exercício de suas funções além daquela que é aumentar o capital dos acionistas? Minha resposta é não, eles não têm.” (FRIEDMAN, 1970)1
A título de exemplo, dentre as várias definições de RSE que hoje buscam estabelecer-se como gerais e consensuais, embora expressem na verdade interesses específicos e particulares, podemos citar