A era das conquistas, ronald raminelli

15475 palavras 62 páginas
RAMINELLI, Ronald. A era das conquistas: América espanhola, séculos XVI e XVII. 1° edição. Brasil: Editora FGV, 2013.

Capítulo 1 – A Conquista, da Espanha à América
p.15
“Mal estavam a América descoberta e o México conquistado quando, na Espanha, irrompeu a Revolta dos Comuneros (1520-1522). os nobres castelhanos rebelaram-se contra o rei absenteísta e estrangeiro, senhor de grande império, jovem guerreiro mais interessado em defender reinos distantes e seus súditos ameaçados pelos protestantes. A alta nobreza não considerou bom presságio a sagração do rei como imperados do Sacro Império Romano-Germânico em 1519, que fez com que Carlos I de Espanha passasse a ser chamado de Carlos V.”
p.16
“Ao longo de seu reinado [Carlos
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Eram, porém, impensáveis as ações promovidas por uma abstração chamada Estado. (...) O processo de centralizações coexistia com outros senhores igualmente fortes, que, por vezes solapavam a capacidade de comando dos soberanos. A descentralização política era orquestrada contra os monarcas e comandada pelos nobres cortesãos (que viviam junto ao rei) e provinciais (que viviam longe do rei), pelos eclesiásticos e, por vezes, pelas revoltas urbanas e camponesas (...) Na Revolta dos Comuneros, os nobres lutavam contra um monarca estrangeiro, que se confundia com a Monarquia. O jovem imperador estava distanciado dos castelhanos pelo nascimento nos Países Baixos e pelo desconhecimento da cultura ibérica”
p.22
“Não lhe restavam muitas alternativas além de negocias com a nobreza local.(...) Depois da Revolta dos Comuneros, entre 1522 e 1524 Carlos V reordenou seus conselhos para reforçar as alianças. Seus intentos, porém, não solucionavam a contradição de ser ao mesmo tempo rei de Espanha e imperador do Sacro Império.(...) Ao enfrentar os Comuneros recorrendo ao perdão, o imperador talvez estivesse reconhecendo os limites de seu poder e as implicações de governas possessões tão vastas. De fato, seu projeto almejava, ao mesmo tempo, negociar com as elites locais e manter as fronteiras do grande império.”
p.23
“Em relação a Carlos V, inicialmente, os nobres se incomodavam por se subordinarem a um mandatário estrangeiro. Mas as

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