A realeza cristã na alta idade média (marcelo cândido da silva)

1577 palavras 7 páginas
A REALEZA CRISTÃ NA ALTA IDADE MÉDIA (Marcelo Cândido da Silva)

Marcelo Cândido da Silva apresenta fontes que contestam a versão historiográfica dos francos como conquistadores da Gália. O autor apresenta evidências de que os francos se estabeleceram na Gália através da concessão de Provença feita pelos ostrogodos, que tentavam evitar uma coligação franco-romana. Sendo assim, os francos se estabeleceram porque tanto ostrogodos como bizantinos temiam uma guerra. O fato dos francos serem delegados da autoridade imperial (Justiniano) quer dizer que os francos, de certa forma, eram dependentes do império. A concessão feita pelos ostrogodos precisava de uma confirmação. Porém, esse discurso exalta a política de Justiniano e Teodora,
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Então, ao lado da sugestão de que Clóvis tivesse recebido de Constantinopla o título de Vir Illuster, há o fato de que após a deposição de Romulus Augustulus, nenhum membro da alta administração romana foi nomeado no Ocidente. Desse modo, se Clóvis não foi nomeado o governador da Bélgica Segunda e se não houve conquista militar como ele pode ter assumido a administração?

“Isso não é novo, tu terás começado por ser aquilo que teus pais sempre foram”
(epístola de Remígio)

“Com a morte de Childerico, seu filho, Clóvis, reinou em seu lugar.”

A herança de comando é uma possibilidade que o autor não descarta. De qualquer forma, o título de rex francorum é algo que as fontes não mencionam. Não há referências étnicas complementando o título real. É que Clóvis reinava sobre francos e galo-romanos. Ele era um governador de província que adquiriu poder através dos atributos da Justiça conferidos a ele. A expressão julgar em nobre sugere a aplicação do princípio da universalidade e da equanimidade e foi a partir dessa autoridade judicial que Clóvis adquiriu a autoridade real. Por isso, Marcelo Cândido da Silva aponta que a diferença de estatuto entre francos e galo-romanos no interior do governo franco não passa de uma ficção jurídica criada no século XVII pelos fundadores da Escola Germanista. Na verdade, a palavra franco não fazia referência a nenhum povo específico, remetia antes a um identidade

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