Acumulação capitalista e questão social

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Rosavallon diz que o Estado deve ser regulador e interventor, garantindo o emprego como segurança (instrumento de justiça), através da forma de trabalho. Para o autor, há uma “nova questão social”, que é pensada perante a crise do Estado Providência europeu, e este, por pouco, não venceu a antiga insegurança social e o medo do futuro. Mas, este Estado Providência entrou em colapso a partir da década de 70, um colapso da utopia da “sociedade livre de necessidades”. Segundo Rosavallon, algumas desigualdades desapareceram e surgiram novas desigualdades, como condutas sem civilidade, implosão do modelo familiar, novas formas de violência, etc., junto com novos fenômenos de exclusão, que não se enquadravam nas antigas categorias de exploração …exibir mais conteúdo…

E quanto maior esse exército industrial de reserva em relação ao exército ativo, tanto maior a massa da superpopulação. E quanto maior essa massa (de Lázaros da classe trabalhadora) tanto maior o pauperismo" (Marx, 1980, I, p. 747).
Ou seja, quando maior desenvolvimento, maior acumulação privada de capital. O desenvolvimento no capitalismo não promove maior distribuição de riqueza, mas maior concentração de capital, portanto, maior empobrecimento (absoluto e relativo), isto é, maior desigualdade.
A partir dessa constatação, uma caracterização histórico-crítica da pobreza e da "questão social" deve considerar os seguintes aspectos:
a) "questão social", como fenômeno próprio do MPC, constitui-se da relação capital-trabalho a partir do processo produtivo, suas contradições de interesses e suas formas de enfrentamento e lutas de classes. Expressa a relação entre as classes (e seu antagonismo de interesses) conformadas a partir do lugar que ocupam e o papel que desempenham os sujeitos no processo produtivo (cf. Montaño e Duriguetto, 2010, p. 82-98);
b) a pobreza no MPC, enquanto expressão da "questão social", é umamanifestação da relação de exploração entre capital e trabalho, tendo sua gênese nas relações de produção capitalista, onde se gestam as classes e seus interesses. Como afirmamos, se o pauperismo e a pobreza, em sociedades pré-capitalistas, é resultado da escassez de produtos, na sociedade

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