Expressionismo Alemão e Caligarismo
Universidade Federal do Rio Grande do Sul michael.korfmann@ufrgs.br Romântico, expressionista e colorido:
O gabinete do Dr. Caligari (1920)
Abstract: This article reviews the classification of many German silent movies as expressionist works of art. It argues that The Cabinet of Dr. Caligari is in fact one of the few films that integrated, on its visual level, elements from expressionism. The paper shows its genesis and follows its oscillation between an innovating expressionist visual design and a traditional romantic narrative.
Others points to be analyzed are the musical score, the colorization and its historic reception as well as some intersections with the Brazilian film Limite
(1931) from Mario …exibir mais conteúdo…
Neste contexto, encontram-se argumentos bastante semelhantes entre as discussões européias de nomes como Walter Ruttmann, Viking Engeling ou Hans Richter e, por exemplo, o grupo brasileiro do Chaplin Club no Rio de Janeiro.
Richter declara, em 1925: “Ainda não existem filmes, apenas uma forma perversa de literatura fotografada” (Schobert, 1989, p. 9), e Ruttmann exclama: “A literatura não tem nada a ver com o filme, pois o significado de qualquer espetáculo cinematográfico nos é transmitido através da vista e, portanto, apenas pode tornar-se uma experiência artística se
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Michael Korfmann, Romântico, expressionista e colorido...
for concebido de maneira ótica” (Schobert, 1989, p. 8). No contexto do
Chaplin Club, que servia como referência teórica para o filme de destaque da época, Limite (1931), do diretor e também escritor, Mário Peixoto, Octavio de Farias evoca, num artigo chamado programaticamente
“Eu creio na imagem”, publicado pelo jornal do Chaplin Club em 1929, uma cruzada contra a palavra. Farias, ele mesmo escritor, aposta na imagem cinematográfica, pois esta não teria a imprecisão e as insuficiências da palavra, louvando o filme e seu movimento como uma nova forma de pensar.
Assim, as formas artísticas do filme da época