Resumo livro antropologia e comunicação prncípios radicais de josé carlos rodrigues

3410 palavras 14 páginas
Da ciência à sapiência

Os homens, quando pensam o mundo, fazem-no por meio de categorias intelectuais, mas toda fragmentação a que o mundo seja submetido pelo pensamento é arbitrária. Na melhor das hipóteses, seria o mundo mais o ser que o pensa. As divisões do “real” não têm existência “objetiva”, dependem do ser que procedeu à parcelização.

Nada fundamenta que as divisões do mundo que nos são apresentadas como“naturais” correspondam a algo existente “lá” na natureza: os “reinos”,as “categorias” indivíduo, grupo e sociedade... Nada garante que não correspondam apenas a leituras singulares do mundo.

Deparamos com problemas de premissas (princípio que dá base a um raciocínio) quando levantamos hipóteses e tentamos explicações cabais acerca as relações dos seres com a natureza.

Quando consideramos as relações de um organismo com o mundo ou com outro organismo, tacitamente admitimos que uma linha demarcatória separe o organismo do meio, que “organismo” e “meio” existam como entidades diferentes e que indivíduos sejam separáveis de indivíduos, cada um sendo uma plenitude em si. Mas será que estas separações, operadas por e no pensamento, encontrariam correspondência no mundo “objetivo”?

Assim, as premissas a partir das quais tem sido abordada a questão das “relações dos seres com a natureza” dificilmente resistiriam à reflexão: Haveria “natureza” sem os “seres” que a povoam? A “natureza” não é outra coisa senão um conceito, o do somatório ou meio de união dos

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