Critérios fundamentais para o diagnóstico fonoaudiológico dos distúrbios de leitura e escrita

5338 palavras 22 páginas
CRITÉRIOS FUNDAMENTAIS PARA O DIAGNÓSTICO FONOAUDIOLÓGICO DOS DISTÚRBIOS DE LEITURA E ESCRITA

ProfªDrª Cláudia Sordi-Ichikawa - Fonoaudióloga
Especialista em Linguagem pelo CFFa
Doutora em Lingüística (UNESP/ Araraquara)

INTRODUÇÃO

Na literatura sobre aprendizagem, muito se tem discutido sobre distúrbio versus dificuldade de aprendizagem, ficando claro que não são sinônimos. Falar de dificuldade de aprendizagem tornou-se fato comum tanto nas escolas como nas clínicas de acompanhamento fonoaudiológico e psicopedagógico. O número de nomenclaturas para explicar porque uma criança não aprende é crescente e, termos como distúrbios, desordens, déficits, entre tantos outros, são facilmente utilizados. As dificuldades
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Collares e Moysés (1992 e 1993) referem que o uso do termo Distúrbio de Aprendizagem está sendo utilizado pelos professores de uma forma indiscriminada, e que este fato é preocupante, pois mostra uma tendência à patologização da aprendizagem. Neste mesmo contexto, Saravali (2005) destaca que, embora a própria definição do termo dificuldades de aprendizagem seja conceitualmente ainda confusa com uma grande variabilidade entre os autores, é importante ressaltar que normalmente a culpa do “não aprender” recai, na grande maioria das vezes, no próprio aprendiz. Ou seja, independentemente de qualquer fato ou histórico do aluno, é ele que deve procurar mudar, se adequando aos métodos e técnicas do professor. Ainda tentando conceituar os termos dificuldade e distúrbio, Jardini (2003) define que o termo “dificuldade” está mais relacionado aos problemas de ordem psicopedagógica e/ou sócio-culturais, ou seja, o problema não está somente no aprendiz. A autora destaca que problemas como baixo desempenho escolar por falta de interesse, inadequação metodológica não podem ser considerados como patológicos. Já, o termo “Distúrbio” ou Transtorno de Aprendizagem” está relacionado aos problemas intrínsicos do aprendiz, como na presença de comprometimentos neurológicos. Ciasca e Rossini (2000) defendem que a dificuldade de aprendizagem é um déficit específico da atividade acadêmica, enquanto o distúrbio

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